You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Adar (o mês décimo segundo) como a data para a execução 389 . Por todas partes, este <strong>de</strong>creto, ao<br />
ser publicado, fez que os ju<strong>de</strong>us respon<strong>de</strong>ssem com jejuns e luto. Quando o próprio Mardoqueo<br />
apareceu às portas do palácio vestido <strong>de</strong> saco e coberto <strong>de</strong> cinzas, Ester lhe enviou um traje <strong>no</strong>vo.<br />
Mardoqueo recusou a oferta e alertou a Ester <strong>no</strong> que dizia respeito à sorte dos ju<strong>de</strong>us. quando<br />
Ester falou do perigo pessoal que implicava o aproximar-se do rei sem um convite, Mardoqueo<br />
sugeriu que ela tinha sido dignificada com a posição <strong>de</strong> rainha precisamente para uma<br />
oportunida<strong>de</strong> como aquela. Portanto, Ester resolveu arriscar sua vida por seu povo e solicitou que<br />
este fizesse um jejum <strong>de</strong> três dias.<br />
No terceiro dia, Ester apareceu diante do rei. Ela convidou o rei e a Hamã para jantar. Naquela<br />
ocasião não <strong>de</strong>u a conhecer sua preocupação verda<strong>de</strong>ira, senão simplesmente solicitou que o rei e<br />
Hamã aceitassem o convite para jantar na <strong>no</strong>ite seguinte. Caminho a sua casa, Hamã se enfureceu<br />
<strong>de</strong> <strong>no</strong>vo quando Mardoqueo recusou inclinar-se diante <strong>de</strong>le. Ante sua esposa e um grupo <strong>de</strong><br />
amigos reunidos, se vangloriou <strong>de</strong> todas as honras reais que lhe haviam concedido, porém indicou<br />
que todas as alegrias tinham-se dissipado pela atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mardoqueo. Recebendo o conselho <strong>de</strong><br />
enforcar Mardoqueo, Hamã imediatamente or<strong>de</strong><strong>no</strong>u a construção <strong>de</strong> uma forca para a execução.<br />
Triunfo dos ju<strong>de</strong>us<br />
Naquela mesma <strong>no</strong>ite, Xerxes não pô<strong>de</strong> conciliar o so<strong>no</strong>. Sua insônia pô<strong>de</strong> ter evocado nele o<br />
fato <strong>de</strong> que algo tinha ficado sem ser feito. Não lhe haviam lido as crônicas reais. Imediatamente,<br />
após que soube, para sua surpresa, que Mardoqueo nunca tinha sido recompensado por <strong>de</strong>scobrir<br />
o complô do palácio, Hamã chegou Nazaré corte, esperando ter a certeza da aprovação do rei<br />
para a execução <strong>de</strong> Mardoqueo. O rei perguntou logo a Hamã que <strong>de</strong>veria fazer-se por um<br />
homem ao qual o rei <strong>de</strong>sejava honrar.<br />
Hamã, com a segura confiança <strong>de</strong> que se tratava <strong>de</strong>le, recomendou que tal homem <strong>de</strong>veria ser<br />
vestido com vestes reais e escoltado por um <strong>no</strong>bre príncipe através da praça principal da cida<strong>de</strong>,<br />
montado <strong>no</strong> cavalo do rei, e proclamando a <strong>de</strong>cisão do rei para tão elevada honra. A surpresa que<br />
recebeu Hamã foi in<strong>de</strong>scritível quando soube que era Mardoqueo quem receberia semelhantes<br />
honras reais que ele mesmo tinha sugerido.<br />
As coisas se precipitaram. No segundo banquete, Ester não vacilou mais. Corajosamente e na<br />
presença <strong>de</strong> Hamã, a rainha implorou ao rei que a salvasse a ela e a seu povo da aniquilação.<br />
Quando o rei inquiriu quem tinha realizado semelhantes projetos contra o povo <strong>de</strong> Ester, ela, sem<br />
vacilar, indicou a Hamã como o crimi<strong>no</strong>so instigador. Furioso, o rei saio da habitação real.<br />
Percebendo a serieda<strong>de</strong> da situação, Hamã rogou por sua vida diante da rainha. Quando o rei<br />
voltou, achou a Hamã prostrado <strong>no</strong> divã real on<strong>de</strong> a rainha permanecia sentada. Errando as<br />
intenções <strong>de</strong> Hamã, Xerxes or<strong>de</strong><strong>no</strong>u sua execução.<br />
Ironicamente, Hamã foi enforcado na mesma forca que ele havia preparado para Mardoqueo<br />
(Et 7.10).<br />
Após a <strong>de</strong>sonrosa morte <strong>de</strong> Hamã, Mardoqueo se converteu numa passagem influente na corte<br />
<strong>de</strong> Xerxes. O último édito <strong>de</strong> matar os ju<strong>de</strong>us foi anulado imediatamente.<br />
Além disso, com a aprovação do rei, Mardoqueo emitiu um <strong>no</strong>vo édito estabelecendo que os<br />
ju<strong>de</strong>us pu<strong>de</strong>ram vingar-se por si mesmos <strong>de</strong> qualquer ofensa que lhes fosse feita. Os ju<strong>de</strong>us<br />
ficaram tão alegres com este anúncio, que muitos começaram a temer as conseqüências. Não<br />
poucos adotaram as formas externas da religião judaica, com o objeto <strong>de</strong> evitar a violência 390 . A<br />
data crucial foi o décimo terceiro dia <strong>de</strong> Adar, que Hamã tinha <strong>de</strong>signado para a aniquilação dos<br />
ju<strong>de</strong>us e a confiscação <strong>de</strong> suas proprieda<strong>de</strong>s. Na luta que se seguiu, milhares <strong>de</strong> não-ju<strong>de</strong>us foram<br />
mortos. Contudo, a paz foi logo restaurada e os ju<strong>de</strong>us instituíram uma celebração anual para<br />
389 A explicação em Ester 3.7 equipara o lançar sorte "pur" para um ato singular como para todo em geral. Para a significação<br />
arqueológica <strong>de</strong> "pur" ou "morrer" achada em Susã por M. Dieulafoy, ver Ira M. Price. The Monuments and the Old<br />
Testament (Fila<strong>de</strong>lfia), 1925.<br />
390 O dissimulo é ainda praticado <strong>no</strong> Irã. Ver C. H. Gordon The World of the Old Testament, pp. 283- 284.<br />
188