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• CAPÍTULO 14: O DESVANECIMENTO DAS ESPERANÇAS DOS REIS DAVÍDICOS<br />
Durante um século Judá tinha sobrevivido à expansão triunfante do Império Assírio. Des<strong>de</strong> que<br />
Acaz tinha perdido o direito à liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Judá por um tratado executado com Tiglate-Pileser III,<br />
este peque<strong>no</strong> rei<strong>no</strong> suportou crise após crise como vassalo <strong>de</strong> cinco governantes mais da Assíria.<br />
Tratados, ma<strong>no</strong>bras diplomáticas, resistência e a intervenção sobrenatural, tiveram uma vital<br />
influência na continuação da existência <strong>de</strong> um gover<strong>no</strong> semi-autô<strong>no</strong>mo quando os reis, tanto os<br />
maus como os justos, ocuparam o tro<strong>no</strong> davídico.<br />
Então, quando a Assíria estava afrouxando sua garra sobre as esperanças nacionalistas <strong>de</strong> Judá,<br />
essas esperanças surgiram uma vez mais durante as três décadas do reinado <strong>de</strong> Josias. A brusca<br />
terminação <strong>de</strong> sua li<strong>de</strong>rança marcou o começo do fim para o Rei<strong>no</strong> do Sul. Antes que tivessem<br />
passado 25 a<strong>no</strong>s, estas esperanças começaram a <strong>de</strong>svanecer-se sob o po<strong>de</strong>r crescente do Império<br />
da Babilônia. Em 586 a.C., as ruínas <strong>de</strong> Jerusalém foram uma lembrança realista da predição <strong>de</strong><br />
Isaias <strong>de</strong> que a dinastia davídica sucumbiria ante Babilônia.<br />
Josias – Época <strong>de</strong> otimismo<br />
À precoce ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 8 a<strong>no</strong>s, Josias foi repentinamente coroado rei, suce<strong>de</strong>ndo a seu pai, Amom.<br />
Após um reinado <strong>de</strong> trinta e oito a<strong>no</strong>s (640-609 a.C.) foi morto na batalha <strong>de</strong> Megido. As<br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Josias (resumidas em 2 Rs 22.1-23.30 e 2 Cr 34.1-35.27), estão principalmente<br />
limitadas a sua reforma religiosa.<br />
A <strong>de</strong>clinação da influência da Assíria <strong>no</strong>s últimos a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> Assurbanipal, quem morreu<br />
aproximadamente <strong>no</strong> 630 a.C., permitiu a Judá ter a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> esten<strong>de</strong>r sua influência<br />
sobre o território do <strong>no</strong>rte. É verossímil que os lí<strong>de</strong>res políticos antecipassem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
incluir as tribos do <strong>no</strong>rte e inclusive as fronteiras do rei<strong>no</strong> salomônico <strong>no</strong> Rei<strong>no</strong> do Sul. Com a<br />
queda <strong>de</strong> Nínive <strong>no</strong> 612 pelas forças aliadas da Média e a Babilônia, os projetos <strong>de</strong> Judá ficaram<br />
assim mais favoráveis. Durante este período, cheio <strong>de</strong> intranqüilida<strong>de</strong> política e <strong>de</strong> rebeliões <strong>no</strong><br />
leste, Judá ganhou a completa liberda<strong>de</strong> da vassalagem assíria, o qual, naturalmente, causou o<br />
ressurgir do nacionalismo.<br />
Com a idolatria infiltrada <strong>no</strong> rei<strong>no</strong>, os projetos religiosos para o rei-meni<strong>no</strong> não foram outra<br />
coisa que esperançosos. Não se sabe com certeza se a reforma <strong>de</strong> Manassés tinha penetrado na<br />
massa do povo, especialmente se seu cativeiro e penitente retor<strong>no</strong> aconteceu durante a última<br />
década <strong>de</strong> seu reinado. Amom foi <strong>de</strong>cididamente malvado. Seu reinado <strong>de</strong> dois a<strong>no</strong>s<br />
proporcio<strong>no</strong>u o tempo suficiente para que o povo revertesse à idolatria na política e na<br />
administração do rei<strong>no</strong>. É mais provável que continuassem quando seu filho <strong>de</strong> oito a<strong>no</strong>s foi<br />
subitamente elevado ao tro<strong>no</strong>. Neste discorrer <strong>de</strong> franca apostasia, Judá não podia esperar outra<br />
coisa que o juízo divi<strong>no</strong>, <strong>de</strong> acordo com as advertências feitas por Isaias e outros profetas.<br />
Conforme Josias crescia e se fazia homem, reagiu ante as pecadoras condições <strong>de</strong> seu tempo.<br />
À ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>zesseis a<strong>no</strong>s, se aferrou à idéia <strong>de</strong> Deus, levando-o em conta antes que se<br />
conformando com as práticas idolátricas. Em quatro a<strong>no</strong>s, sua <strong>de</strong>voção a Deus cristalizou até o<br />
ponto em que começou uma reforma religiosa (628 a.C.). No a<strong>no</strong> décimo oitavo <strong>de</strong> seu reinado<br />
(622 a.C.), enquanto que o templo estava sendo reparado, foi recuperado o livro da lei.<br />
Impulsionado pela leitura <strong>de</strong>ste "livro da lei do Senhor dado a Moisés" e advertido do juízo divi<strong>no</strong><br />
que pendia sobre ele, feito por Hulda, a profetisa, Josias e seu povo observaram a Páscoa <strong>de</strong> uma<br />
forma sem prece<strong>de</strong>ntes na história <strong>de</strong> Judá. Embora a Escritura guarda silêncio a respeito das<br />
ativida<strong>de</strong>s específicas durante o resto dos treze a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> seu reinado, Josias continuou sua piedosa<br />
regência com a certeza <strong>de</strong> que a paz prevaleceria durante o resto <strong>de</strong> sua vida (2 Cr 34.28).<br />
A reforma começou <strong>no</strong> 628 e alcançou um clímax com a observância da Páscoa <strong>no</strong> 622 a.C.<br />
Devido a que nem o Livro dos Reis nem o das Crônicas proporcionam uma <strong>de</strong>talhada or<strong>de</strong>m<br />
cro<strong>no</strong>lógica dos acontecimentos, muito bem po<strong>de</strong> ser que os sucessos sumarizados nesses livros<br />
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