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Os a<strong>no</strong>s 609-586 foram os mais difíceis, sem paralelo em todo o Antigo Testamento.<br />
Politicamente, o sol <strong>de</strong>scia para a existência nacional <strong>de</strong> Judá, enquanto que todo tipo <strong>de</strong><br />
conflitos internacionais lançaram suas sombras <strong>de</strong> extinção, que por último <strong>de</strong>ixaram Jerusalém<br />
reduzida a ruínas. Em questões religiosas, a maior parte dos velhos malvados que tinham sido<br />
banidos por Josias, retornaram <strong>no</strong> gover<strong>no</strong> <strong>de</strong> Joacaz. Os ídolos cananeus, egípcios e assírios<br />
foram abertamente instaurados, após o funeral <strong>de</strong> Josias<br />
470 . Jeremias, sem temor e<br />
persistentemente, advertia seu povo do <strong>de</strong>sastre que se aproximava. Já que ministrava a uma<br />
nação apóstata com um gover<strong>no</strong> ímpio, estava sujeito à perseguição <strong>de</strong> seus mesmos<br />
concidadãos. Uma morte pelo martírio sem dúvida teria sido um alívio comparado com o<br />
constante sofrimento e a angústia que suportava Jeremias, enquanto continuava seu ministério<br />
entre um povo cuja vida nacional estava em processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sintegração. Em lugar <strong>de</strong> obe<strong>de</strong>cer a<br />
mensagem <strong>de</strong> Deus, entregada pelo profeta, perseguiam o mensageiro.<br />
Uma crise após a outra levaram Judá a uma mais próxima <strong>de</strong>struição, ao tempo que as<br />
advertências <strong>de</strong> Jeremias continuavam ig<strong>no</strong>radas. O a<strong>no</strong> 605 a.C. marcou o começo do cativeiro<br />
da Babilônia para alguns dos cidadãos <strong>de</strong> Jerusalém, enquanto Jeoiaquim solicitava uma aliança<br />
com os invasores babilônicos 471 . Na luta do Egito e a Babilônia durante o resto <strong>de</strong> seu reinado,<br />
Jeoiaquim cometeu o fatal erro <strong>de</strong> rebelar-se contra Nabucodo<strong>no</strong>sor, precipitando a crise do 598-<br />
7. não somente a morte acabou bruscamente com o reinado <strong>de</strong> Jeoiaquim, senão que seu filho<br />
Joaquim e aproximadamente 10.000 cidadãos <strong>de</strong>stacados <strong>de</strong> Jerusalém foram levados ao exílio.<br />
Isto <strong>de</strong>ixou a cida<strong>de</strong> com uma fraca aparência <strong>de</strong> existência nacional, ao tempo que as classes<br />
restantes mais pobres controlavam o gover<strong>no</strong> sob o mando do rei marionete Ze<strong>de</strong>quias.<br />
A luta política e religiosa continuou por outra década conforme as esperanças nacionais <strong>de</strong><br />
Judá iam esfumando-se. Às vezes, Ze<strong>de</strong>quias se preocupava a respeito do conselho <strong>de</strong> Jeremias;<br />
porém, com maior freqüência cedia à pressão do grupo pró-egípcio em Jerusalém, que favorecia a<br />
rebelião contra Nabucodo<strong>no</strong>sor. Em conseqüência, Jeremias sofria com seu povo enquanto<br />
agüentavam o assédio final <strong>de</strong> Jerusalém. Com seus próprios olhos, o fiel profeta viu o<br />
cumprimento das predições que os profetas anteriores a ele tinham apregoado tão<br />
freqüentemente. Após quarenta a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> pacientes advertências e avisos, Jeremias foi<br />
testemunho do horrível resultado: Jerusalém foi reduzida a um fumegante montão <strong>de</strong> ruínas, e o<br />
templo, <strong>de</strong>struído por completo.<br />
Jeremias encarou com maior oposição e encontrou mais inimigos que qualquer outro profeta<br />
do Antigo Testamento. Sofreu constantemente pela mensagem que proclamava. Quando<br />
quebrou a botija <strong>de</strong> oleiro diante da assembléia pública dos sacerdotes e dos anciãos <strong>no</strong> vale do<br />
Hi<strong>no</strong>m, foi arrestado <strong>no</strong> átrio do templo. Pasur, o sacerdote, bateu nele e o pôs <strong>no</strong> cepo durante<br />
toda a <strong>no</strong>ite (19-20). Em outra ocasião, proclamou <strong>no</strong> átrio do templo que o santuário seria<br />
<strong>de</strong>struído. Os sacerdotes e os profetas se levantaram contra ele em massa e pediram sua<br />
execução. Enquanto Aicão e outros príncipes se uniram na <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> Jeremias, salvando sua vida,<br />
Jeoiaquim <strong>de</strong>rramou o sangue <strong>de</strong> Urias, outro profeta que tinha proclamado a mesma mensagem<br />
(26).<br />
Um encontro pessoal com um falso profeta chega na pessoa <strong>de</strong> Hananias (28).<br />
Jeremias aparece publicamente <strong>de</strong>screvendo o cativeiro da Babilônia, levando um jugo <strong>de</strong><br />
ma<strong>de</strong>ira. Hananias o tirou, o quebrou e negou a mensagem. após uma breve reclusão, Jeremias<br />
apareceu uma vez mais como porta-voz <strong>de</strong> Deus. De acordo com sua predição, Hananias morreu<br />
antes <strong>de</strong> acabar o a<strong>no</strong>.<br />
Outros profetas se mostraram ativos em Jerusalém, o mesmo que entre os cativos na<br />
Babilônia, opondo-se a Jeremias e a sua mensagem (29). Entre estes, estão Acabe, filho <strong>de</strong><br />
Colaías, e <strong>de</strong> Ze<strong>de</strong>quias, filho <strong>de</strong> Maaséias, os que excitam os cativos a neutralizar o aviso <strong>de</strong><br />
Jeremias <strong>de</strong> que <strong>de</strong>veriam permanecer 75 a<strong>no</strong>s em cativeiro. Semaías, um dos cativos, inclusive<br />
470 Ver Caiger, op. cit., p. 194.<br />
471 D. J. Wiseman, Chronicles of Chal<strong>de</strong>cm Kings, p. 26.<br />
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