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Davi esteve na terra dos filisteus quando o exército <strong>de</strong> Saul foi <strong>de</strong>cisivamente <strong>de</strong>rrotado em<br />
monte Gilboa. Muito pouco tempo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> que Davi resgatasse suas esposas e recuperasse o<br />
botim que tinha sido tomado pelos assaltantes amalequitas, um mensageiro o informou dos<br />
<strong>de</strong>sgraçados acontecimentos que haviam tido lugar em Israel. Pasmado pela dor, Davi <strong>de</strong>u um<br />
imortal tributo a Saul e a Jônatas numa das maiores elegias que existem <strong>no</strong> Antigo Testamento.<br />
Não só Israel tinha perdido a seu rei, senão que Davi tinha perdido seu mais íntimo amigo <strong>de</strong><br />
sempre, a Jônatas. Quando o portador das <strong>no</strong>tícias, um amalequita, reclamou uma recompensa<br />
pela morte <strong>de</strong> Saul, Davi or<strong>de</strong><strong>no</strong>u sua execução por ter tocado <strong>no</strong> Ungido <strong>de</strong> Deus.<br />
Após estar seguro da aprovação <strong>de</strong> Deus, Davi voltou à terra <strong>de</strong> Israel. Em Hebrom, os chefes<br />
<strong>de</strong> sua própria tribo (Judá) o escolheram e reconheceram como seu rei. Davi era bem conhecido<br />
em todos os clãs da zona, tendo protegido os interesses dos proprietários das terras e partilhado<br />
com eles o botim obtido ao atacar seu inimigos (1 Sm 30.26-31). Como rei <strong>de</strong> Judá, Davi enviou<br />
uma mensagem <strong>de</strong> felicitação aos homens <strong>de</strong> Jabes-Gilea<strong>de</strong> por darem ao rei Saul um respeitável<br />
sepultamento. Não há dúvida <strong>de</strong> que este amistoso e gentil gesto tinha também implicações<br />
políticas, pois Davi sentia-se necessitado <strong>de</strong> procurar-se todo tipo <strong>de</strong> apoio.<br />
Israel esteve em serias dificulda<strong>de</strong>s quando acabou o reinado <strong>de</strong> Saul. A capital em Gabaá ou<br />
bem experimentou a <strong>de</strong>struição ou então, gradualmente foi caindo até ficar em ruínas 146 .<br />
Eventualmente Abner, o chefe do exército <strong>israel</strong>ita, esteve em condições <strong>de</strong> restaurar o bastante<br />
a or<strong>de</strong>m para ter a Isbosete (Is-Bosete, Isbaal) ungido como rei. A coroação teve lugar em Gilea<strong>de</strong>,<br />
já que os filisteus tinham o controle sobre a terra situada ao oeste do Jordão 147 . Devido a que o<br />
filho <strong>de</strong> Saul reinava sobre as tribos do <strong>no</strong>rte só por dois a<strong>no</strong>s (2 Sm 21), durante os sete a<strong>no</strong>s e<br />
meio que Davi rei<strong>no</strong>u sobre Hebrom aparece como que o problema com os filisteus <strong>de</strong>morou o<br />
acesso do <strong>no</strong>vo rei por aproximadamente cinco a<strong>no</strong>s.<br />
Foi assim como o povo <strong>de</strong> Judá apoiou sua aliança com Davi, enquanto que o resto dos<br />
<strong>israel</strong>itas permanecia leal à dinastia <strong>de</strong> Saul, sob a li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> Abner e Isbosete. O resultado foi<br />
que prevalecesse a guerra civil. Após ser severamente reprovado por Isbosete, Abner apelou a<br />
Davi e lhe ofereceu o apoio <strong>de</strong> Israel em sua totalida<strong>de</strong>. De acordo com a petição <strong>de</strong> Davi, Mical, a<br />
filha <strong>de</strong> Saul, lhe foi <strong>de</strong>volvida como esposa. Aquilo teve lugar sob a supervisão <strong>de</strong> Abner, com o<br />
consentimento <strong>de</strong> Isbosete. Daqui ficou patente publicamente que Davi não mantinha nenhuma<br />
animosida<strong>de</strong> para com a dinastia <strong>de</strong> Saul. o próprio Abner foi a Hebrom, on<strong>de</strong> prometeu a Davi a<br />
lealda<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu povo. Após esta aliança e uma vez completada, Abner foi morto por Joabe em<br />
luta civil. A morte <strong>de</strong> Abner <strong>de</strong>ixou Israel sem um forte e po<strong>de</strong>roso lí<strong>de</strong>r militar. Fazia tempo já que<br />
Isbosete tinha sido assassinado por dois homens proce<strong>de</strong>ntes da tribo <strong>de</strong> Benjamim. Quando os<br />
assassi<strong>no</strong>s apareceram ante Davi, foram imediatamente executados. Desaprovava assim a morte<br />
<strong>de</strong> uma pessoa justa. Sem malícia nem vingança, Davi ganhou o reconhecimento <strong>de</strong> todo Israel,<br />
enquanto que a dinastia <strong>de</strong> Saul foi eliminada do po<strong>de</strong>r político.<br />
Jerusalém – a capital nacional<br />
2 Samuel 1 Crônicas<br />
A conquista <strong>de</strong> Jerusalém 5.1-9 11.1-9<br />
A força militar <strong>de</strong> Davi 23.8-39 11.10-12.40<br />
Reconhecimento da Fenícia e da terra dos filisteus 5.10-25 14.1-17<br />
Jerusalém: centro da religião 6.1-23 13.1-14<br />
15.1-16.43<br />
Um tro<strong>no</strong> eter<strong>no</strong> 7.1-29 17.1-27<br />
Não há indicação <strong>de</strong> que os filisteus interferiram com a ascendência <strong>de</strong> Davi como rei em<br />
Hebrom. É possível que eles o consi<strong>de</strong>rassem como a um vassalo, em tanto que o resto <strong>de</strong> Israel,<br />
146 G. L. Wright, "Biblical Archaeology", pp. 122-123.<br />
147 E. Mould, "Essential of Bible History" (ed. rev., Nova York, 1951), p.188, atribui esta eleição da capital à ocupação<br />
filistéia.<br />
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