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Acompanhados por Eliseu, foram até o Jordão para cortar árvores com tal propósito. Quando<br />
um <strong>de</strong>les per<strong>de</strong>u a cabeça <strong>de</strong> seu machado na água, Eliseu realizou um milagre fazendo que o<br />
ferro flutuasse na água (2 Rs 6.1-7) 216 . O estado <strong>de</strong> guerra entre Israel e a Síria continuou<br />
intermitentemente durante o reinado <strong>de</strong> Jorão (2 Rs 6.8-17,20). Quando Ben-Hada<strong>de</strong> comprovou<br />
que seus movimentos militares em Israel eram conhecidos por Jorão, suspeitou que certo sírio<br />
tinha-se convertido em traidor. Não era tal o caso, senão Eliseu, quem em seu ministério profético<br />
tinha avisado o rei <strong>de</strong> Israel. Em conseqüência, os sírios or<strong>de</strong>naram a captura <strong>de</strong> Eliseu. Quando o<br />
servo do profeta viu o po<strong>de</strong>roso exército da Síria ro<strong>de</strong>ando Dotã, se encheu <strong>de</strong> medo; porém<br />
Eliseu lhe lembrou da presença dos terríveis carros <strong>de</strong> guerra e da cavalaria que estava em seu<br />
redor. Em resposta à oração <strong>de</strong> Eliseu, as hostes sírias foram cegadas <strong>de</strong> tal forma, que o profeta<br />
pô<strong>de</strong> conduzi-los até Samaria. Na presença do rei <strong>de</strong> Israel, a cegueira foi suprimida <strong>no</strong> instante.<br />
Jorão recebeu instruções <strong>de</strong> prepará-lhes uma gran<strong>de</strong> festa, e <strong>de</strong>pois os <strong>de</strong>spediu.<br />
Mais tar<strong>de</strong>, Ben-Hada<strong>de</strong> acampou seu exército em tor<strong>no</strong> <strong>de</strong> Samaria, cercando a cida<strong>de</strong> pela<br />
fome. quando a escassez <strong>de</strong> alimentos se fez insuportável e tão <strong>de</strong>sesperada que as mães<br />
comeram seus próprios filhos, Eliseu anunciou que se produziria uma abundância <strong>de</strong> alimentos<br />
<strong>de</strong>ntro das 24 horas seguintes. Entretanto, quatro leprosos das vizinhanças <strong>de</strong> Samaria <strong>de</strong>cidiram<br />
aproveitar a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproximar-se ao acampamento sírio.<br />
Estavam <strong>de</strong>sesperados até o ponto <strong>de</strong> morrer literalmente <strong>de</strong> fome. ao entrar <strong>no</strong>s quartéis<br />
sírios, acharam que os invasores tinham ficado aterrados quando ouviram o som das trombetas, o<br />
ruído dos carros <strong>de</strong> guerra e o produzido por um gran<strong>de</strong> exército. Quando os leprosos partilharam<br />
as boas <strong>no</strong>tícias <strong>de</strong> abundantes provisões com os samarita<strong>no</strong>s, se abriram as portas e o povo da<br />
Samaria teve abundância <strong>de</strong> alimentos, <strong>de</strong> acordo com as palavras proféticas <strong>de</strong> Eliseu. O capitão<br />
que tinha recusado crer em Eliseu viu as provisões, porém nunca <strong>de</strong>sfrutou <strong>de</strong>las, pois foi<br />
atropelado pela multidão até morrer nas portas <strong>de</strong> Samaria.<br />
O ministério <strong>de</strong> Eliseu foi conhecido não só em toda Israel, senão na Síria, igual que em Judá e<br />
<strong>no</strong> Edom. Mediante a cura miraculosa <strong>de</strong> Naamã e o peculiar encontro dos exércitos sírios com<br />
este profeta, Eliseu foi reconhecido como "o homem <strong>de</strong> Deus" inclusive em Damasco, capital da<br />
Síria. Por volta do final do reinado <strong>de</strong> Jorão (843- ou 842 a.C.), Eliseu fez uma visita a Damasco (2<br />
Rs 8.7-15). Quando Ben-Hada<strong>de</strong> o ouviu, enviou seu servo, Hazael, a Eliseu. Com impressionantes<br />
obséquios e presentes, distribuídos numa caravana <strong>de</strong> quarenta camelos, <strong>de</strong> acordo com o<br />
costume oriental, Hazael perguntou ao profeta se Ben-Hada<strong>de</strong>, rei da Síria, se recuperaria ou não<br />
<strong>de</strong> sua doença. Eliseu <strong>de</strong>screveu dramaticamente a Hazael a <strong>de</strong>vastação e o sofrimento que<br />
esperava a seus amigos os <strong>israel</strong>itas. Então o profeta cumpriu parte da comissão dada a Elias <strong>no</strong><br />
monte Horebe (1 Rs 19.15), informando a Hazael que ele seria o próximo rei da Síria. Quando<br />
Hazael retor<strong>no</strong>u a Ben-Hada<strong>de</strong>, entregou a mensagem <strong>de</strong> Eliseu, asfixiando com um pa<strong>no</strong><br />
molhado o rei doente, <strong>no</strong> dia seguinte. Hazael, então, assumiu o tro<strong>no</strong> da Síria, em Damasco 217 .<br />
Com a mudança <strong>de</strong> rei <strong>no</strong> tro<strong>no</strong> da Síria, Jorão fez uma tentativa <strong>de</strong> recuperar Ramote-Gilea<strong>de</strong><br />
durante o último a<strong>no</strong> <strong>de</strong> seu reinado (2 Rs 8.28-29). Nesta tentativa foi apoiado por seu sobrinho,<br />
Acazias, quem havia estado governando em Jerusalém aproximadamente um a<strong>no</strong> (2 Cr 22.5).<br />
embora Jorão capturou suas fortalezas estratégicas, foi ferido na batalha. Enquanto estava<br />
recuperando-se em Jizreel, Acazias, rei <strong>de</strong> Judá, foi a visitá-lo. Jeú foi <strong>de</strong>ixado ao cuidado do<br />
exército <strong>israel</strong>ita estacionado em Ramote-Gilea<strong>de</strong>, ao leste do Jordão.<br />
Eliseu volta a converter-se <strong>no</strong> foco da cena nacional, <strong>no</strong>vamente, ao dar cumprimento às outras<br />
missões não cumpridas ainda, dadas a Elias <strong>no</strong> monte Horebe (1 Rs 19.15-16). Desta vez não foi ele<br />
em pessoa, senão que enviou um dos estudantes do seminário a Ramote-Gilea<strong>de</strong>, para ungir a Jeú<br />
como rei <strong>de</strong> Israel (2 Rs 9ss). Jeú foi encarregado da responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vingar a sangue dos<br />
216 E<strong>de</strong>rcheim chama a atenção ao fato <strong>de</strong> que a palavra hebraica utilizada por "flutuar" é usada somente em outros dois<br />
lugares, Dt 11.4 e Lm 3.54, <strong>no</strong> Antigo Testamento. Ver "Bible History", Vol. VI, p.161.<br />
217 Para confirmação <strong>de</strong>sta sucessão na Síria, em fontes seculares, ver Ungel, . cít. p. 175.<br />
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