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a historia de israel no antigo testamento

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• CAPÍTULO 7: TEMPOS DE TRANSIÇÃO<br />

Nos séculos X e XI, Israel estabeleceu e manteve a mais po<strong>de</strong>rosa monarquia <strong>de</strong> toda a sua<br />

história. Nem antes nem <strong>de</strong>pois a nação teve tão extensas fronteiras e nutriu tanto respeito<br />

internacional. Tal expansão foi possível em gran<strong>de</strong> medida a causa da não interferência que podia<br />

ter-lhe chegado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as extremida<strong>de</strong>s do Crescente Fértil durante esta época <strong>de</strong> sua história.<br />

As nações vizinhas<br />

Egito tinha <strong>de</strong>clinado a uma posição <strong>de</strong> fraqueza. Ramsés III (1198-1167 a.C.), o Faraó da Cruz<br />

Dinastia que tinha sido o bastante forte como para rejeitar todos os invasores, morreu em mãos<br />

<strong>de</strong> um assassi<strong>no</strong>. Sob Ramsés IV-XII (perto <strong>de</strong> 1167-1085 a.C.), o po<strong>de</strong>r dos reis egípcios sucumbiu<br />

gradativamente à política agressiva da família sacerdotal 126 . Por volta <strong>de</strong> 1085 a.C. Heri-Hor, o<br />

sumo sacerdote, começou a governar Egito <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Karnak em Tebas, enquanto que príncipes da<br />

família controlavam Tânis. A perda <strong>de</strong> prestígio do Egito se reflete <strong>no</strong> tratamento me<strong>no</strong>sprezível<br />

que se permitiu Wen-Amon 127 em sua jornada rumo a Biblos, como enviado egípcio (por volta <strong>de</strong><br />

1080 a.C.). não foi senão até o quarto a<strong>no</strong> <strong>de</strong> Roboão (927 a.C.), que o Egito esteve em posição <strong>de</strong><br />

invadir a Palestina (1 Reis 14.25-26).<br />

Os assírios, sob Tiglate-Pileser (113-1074 a.C.), esten<strong>de</strong>ram sua influencia para o oeste, à Síria e à<br />

Fenícia. Contudo, antes que transcorresse muito tempo, os próprios assírios sentiram os efeitos<br />

da invasão proce<strong>de</strong>nte do oeste 128 . Durante o reinado <strong>de</strong> Assur-Rabi II (1012-975 a.C.), os<br />

estabelecimentos assírios ao longo do Eufrates foram <strong>de</strong>scolados pela imigração das tribos<br />

aramaicas. Somente <strong>de</strong>pois do a<strong>no</strong> 875 a.C. a Assíria voltou recuperar o controle do alto vale do<br />

Eufrates, para <strong>de</strong>safiar os po<strong>de</strong>res oci<strong>de</strong>ntais na Palestina.<br />

O inimigo que tão seriamente ameaçava o crescente po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Israel eram os filisteus.<br />

Rejeitados em sua tentativa <strong>de</strong> entrar <strong>no</strong> Egito, os filisteus se estabeleceram em gran<strong>de</strong><br />

número sobre a planície marítima da Palestina pouco <strong>de</strong>pois do 1200 a.C. 129 Cinco cida<strong>de</strong>s se<br />

converteram em praças fortes dos filisteus: Ascalom, Asdo<strong>de</strong>, Ecrom, Gaza e Gate (1 Samuel 6.17).<br />

sobre cada uma <strong>de</strong>ssas cida<strong>de</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes governava um "senhor" que supervisionava o<br />

cultivo da terra anexada. Embora fossem ativamente competitivos com os fenícios <strong>no</strong> lucrativo<br />

negócio do comércio, como registrava Wen-Amon, os filisteus ameaçavam com dominar Israel <strong>no</strong>s<br />

dias <strong>de</strong> Sansão, Eli, Samuel e Saul. in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes em si mesmas, as cinco cida<strong>de</strong>s e seus<br />

governantes se uniam ocasionalmente para propósitos políticos e militares.<br />

A explicação real da superiorida<strong>de</strong> filistéia sobre Israel se encontra <strong>no</strong> fato <strong>de</strong> que os filisteus<br />

guardavam o segredo do ferro forjado. Os heteus na Ásia Me<strong>no</strong>r tinham sido fundidores <strong>de</strong> ferro<br />

antes do XII a.C., porém os filisteus foram os primeiros que utilizaram o processo na Palestina.<br />

Guardando zelosamente seu mo<strong>no</strong>pólio, tinham a Israel em seu po<strong>de</strong>r. Isto está claramente<br />

refletido em 1 Samuel 13.19-22: "E em toda a terra <strong>de</strong> Israel nem um ferreiro se achava, porque os<br />

filisteus tinham dito: Para que os hebreus não façam espada nem lança. Por isso todo o Israel tinha<br />

que <strong>de</strong>scer aos filisteus para amolar cada um a sua relha, e a sua enxada, e o seu machado, e o seu<br />

sacho. Tinham porém limas para os seus sachos, e para as suas enxadas, e para as forquilhas <strong>de</strong> três<br />

<strong>de</strong>ntes, e para os machados, e para consertar as aguilhadas. E suce<strong>de</strong>u que, <strong>no</strong> dia da peleja, não se<br />

achou nem espada nem lança na mão <strong>de</strong> todo o povo que estava com Saul e com Jônatas; porém<br />

acharam-se com Saul e com Jônatas seu filho" (ACF). Não só se encontravam os <strong>israel</strong>itas sem<br />

ferreiros para forjar espadas e lanças, senão que inclusive <strong>de</strong>pendiam dos filisteus para a<br />

reparação <strong>de</strong> seus instrumentos <strong>de</strong> trabalho agrícola.<br />

126 De acordo com o papiro Harris, aproximadamente o 18% da terra agricolamente cultivável estava sob o controle dos<br />

sacerdotes, enquanto que o 25 da população serviam como escravos.<br />

127 Para o relativo à viagem <strong>de</strong> Wen- Amon à Fenícia, ver Pritchard, "Ancient Near Eastern Texts", pp. 25-29.<br />

128 Merrill F. Unger, "Israel and the Aramaeans of Damascus", pp. 38-46.<br />

129 James H. Breastcd. "A History of Egypt" (Nova York, 1912), p 512.<br />

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