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O <strong>de</strong>terioro <strong>de</strong> seus órgãos corporais e faculda<strong>de</strong>s mentais po<strong>de</strong> anular e torná-lo incapaz <strong>de</strong><br />
levar a Deus em consi<strong>de</strong>ração (17.1-2) 436 . A admoestação final para o homem está expressada <strong>no</strong>s<br />
últimos dois versos. O <strong>de</strong>ver do homem é temer a Deus e guardar seus mandamentos, a base para<br />
sua responsabilida<strong>de</strong> para com Deus (12.8-14).<br />
O Cântico dos Cânticos<br />
A inclusão do Cântico dos Cânticos <strong>no</strong>s livros poéticos permanece enigmática.<br />
Isto resulta evi<strong>de</strong>nte pela ampla varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> interpretações. Embora é impossível assegurar se<br />
este livro foi escrito por ou para Salomão, o título associa sua composição com o rei literário <strong>de</strong><br />
Israel. O conteúdo sugere que este livro pertence a Salomão, cujo <strong>no</strong>me se cita cinco vezes após<br />
seu versículo <strong>de</strong> apertura.<br />
Há numerosas interpretações <strong>de</strong>sta composição poética. A visão alegórica <strong>de</strong> ju<strong>de</strong>us e cristãos,<br />
a teoria dramática, a teoria do ciclo das bodas, a teoria da literatura do Adonis-Tammuz, e outros<br />
pontos <strong>de</strong> vista, tiveram ardorosos <strong>de</strong>fensores através dos séculos 437 . Numa recente publicação,<br />
o Cântico dos Cânticos representa uma soberba antologia lírica com cantos <strong>de</strong> amor, da natureza,<br />
do cortejo amoroso e o matrimônio, que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a era salomônica até o período persa 438 . Até o<br />
presente não há interpretação que goze <strong>de</strong> uma ampla aceitação entre os eruditos do Antigo<br />
Testamento.<br />
O consenso dos eruditos aprova que esta composição tem uma elevada qualida<strong>de</strong> poética<br />
como expressão das cálidas emoções do amor huma<strong>no</strong>. Incorporado como uma unida<strong>de</strong> <strong>no</strong> câ<strong>no</strong>n<br />
judaico, merece consi<strong>de</strong>ração como um simples poema, antes que como uma coletânea <strong>de</strong><br />
cânticos.<br />
Partes componentes do livro são monólogos, solilóquios e apostrofes 439 . Uma carida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
cena —a corte real <strong>de</strong> Jerusalém, um jardim, um lugar <strong>no</strong> campo, ou um entor<strong>no</strong> pastoril—<br />
encaixa os componentes das diferentes partes <strong>de</strong>ste poema, com as personagens apresentadas<br />
numa ação quase dramática. Devido que se têm perdido tantos <strong>de</strong>talhes neste cântico <strong>de</strong> amor, o<br />
intérprete se encara com numerosos problemas.<br />
A interpretação literal parece a mais natural ao leitor. A figura principal parece ser uma donzela<br />
sulamita que é levada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> um entor<strong>no</strong> pastoril ao palácio real <strong>de</strong> Salomão. Conforme o rei<br />
galanteia a esta atrativa donzela, seus intentos são rejeitados. O esplendor do palácio e a<br />
chamada coral das mulheres da corte fracassam em impressioná-la.<br />
Ela anela apaixonadamente seu <strong>antigo</strong> amor. Finalmente, seu conflito é resolvido, ao <strong>de</strong>clinar<br />
as ofertas do rei e voltar para seu pastor herói.<br />
Para uma interpretação <strong>de</strong>ste livro poético, <strong>de</strong>ste modo, a seguinte analise po<strong>de</strong> ser utilizada<br />
como guia:<br />
I. A donzela sulamita na corte real Ct 1.1-2.7<br />
Boas-vindas pelas damas da corte Ct 1.2-4<br />
A resposta da donzela Ct 1.5-6<br />
Réplica das damas da corte Ct 1.8<br />
Fala o rei Ct 1.9-11<br />
A donzela se dirige às cortesãs Ct 1.12-14<br />
O rei fala à donzela Ct 1.15<br />
O apostrofe da donzela Ct 1.16-2.1<br />
436 Ibid. pp. 328-339.<br />
437 Para discussão ver H. H. Rowley, The Servant of the Lord and Other Essays on the Old Testament, pp. 187-234. Rowley<br />
o consi<strong>de</strong>ra como uma coleção <strong>de</strong> canções <strong>de</strong> namorados. Para uma discussão recente advogando por uma interpretação<br />
"natural", ver Meredith Kline. "The Song of Songs". Chrlstianity Today, tomo III, n.° 15, 27 abril, 1959, pp. 22 e ss<br />
438 Ver Robert Gordis, The Song of the Songs (Nova York: Jewish Theological Serminary, 1954), p. X.<br />
439 Monólogo - Solilóquio: obra dramática em que fala uma única personagem. Apóstrofe: figura que consiste em interromper<br />
o discurso para dirigir-se veementemente a uma ou várias pessoas ou coisas personificadas. (N. da T. Fonte:<br />
Enciclopédia Encarta <strong>de</strong> Microsoft).<br />
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