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advertência <strong>de</strong> que isto po<strong>de</strong>ria ser informado ao rei da Pérsia, Sambalate urgiu a Neemias para<br />
que se reunisse com eles e discutisse a questão. Neemias, corajosamente, replicou a tal ameaça<br />
acusando Sambalate <strong>de</strong> estar imaginando coisas. Ao mesmo tempo, elevou uma oração a Deus<br />
para que reforçasse sua responsabilida<strong>de</strong>.<br />
O seguinte passo <strong>de</strong> seus inimigos foi repreen<strong>de</strong>r Neemias ante seu próprio povo.<br />
Astutamente, Sambalate e Tobias se valeram <strong>de</strong> um falso profeta, Semaías, para intimidar e<br />
enganar o governador ju<strong>de</strong>u. Quando Neemias teve ocasião <strong>de</strong> falar com Semaías, que estava<br />
confinado em sua residência, o falso profeta sugeriu que procurassem refúgio <strong>no</strong> templo 401 .<br />
Neemias respon<strong>de</strong>u que não com veemência. Em primeiro lugar, ele não queria fugir a nenhuma<br />
parte. Do resto, não queria refugiar-se <strong>no</strong> templo 402 . Sem dúvida, Neemias previu que tal ação o<br />
exporia a uma severa crítica <strong>de</strong> parte <strong>de</strong> seu próprio povo, e talvez ao juízo <strong>de</strong> Deus, por entrar <strong>no</strong><br />
templo, já que ele não era sacerdote. Percebeu que Semaías era um falso profeta que tinha sido<br />
alugado por Sambalate e Tobias. Em oração, Neemias expressou seu <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> que Deus não<br />
somente se lembrasse dos inimigos seus, senão também da falsa profetisa Noadia e outros falsos<br />
profetas que tratavam <strong>de</strong> intimidá-lo.<br />
Além <strong>de</strong> todos estes problemas, estava o fato <strong>de</strong> que Tobias e seu filho Joanã estavam<br />
relacionados com famílias proeminentes em Judá. O sogro <strong>de</strong> Tobias, Secanias, era o filho <strong>de</strong> Ara,<br />
quem retor<strong>no</strong>u com Zorobabel (Ed 2.5), e o sogro <strong>de</strong> Joanã, Mesulão, era um ativo participante na<br />
reconstrução das muralhas (Ne 3.4, 30). Inclusive o sumo sacerdote Eliasibe estava aliado com<br />
Tobias, embora esta relação não fique estabelecida. Em conseqüência, havia uma freqüente<br />
correspondência entre Tobias e aquelas famílias <strong>de</strong> Judá. Este efetivo canal <strong>de</strong> comunicação fez as<br />
coisas mais difíceis para Neemias, já que suas ações e pla<strong>no</strong>s eram constantemente apresentados<br />
para o conhecimento <strong>de</strong> Tobias. Apesar que os parentes <strong>de</strong> Tobias <strong>de</strong>ram informes<br />
complementares a respeito <strong>de</strong> suas boas ações, Neemias tinha a certeza <strong>de</strong> que Tobias somente<br />
albergava más intenções para com o povo <strong>de</strong> Jerusalém.<br />
Apesar <strong>de</strong>stas oposições e dificulda<strong>de</strong>s, a muralha <strong>de</strong> Jerusalém foi completada em cinqüenta e<br />
dois dias 403 . Os inimigos das nações circundantes ficaram frustrados e impressionados,<br />
comprovando que, <strong>de</strong> <strong>no</strong>vo, Deus tinha favorecido Neemias. O êxito da terminação do projeto <strong>de</strong><br />
reparação <strong>de</strong> Neemias, em face à oposição feita por seus inimigos, estabeleceu o respeito e o<br />
prestígio do estado judaico entre as províncias ao oeste do Eufrates.<br />
A reforma sob Esdras<br />
Com Jerusalém segura <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suas muralhas, Neemias voltou sua atenção a outros<br />
problemas. Um sistema <strong>de</strong> guarda essencial para prever ataques inimigos foi confiado a Hanani, o<br />
irmão <strong>de</strong> Neemias, e a Hananias, que já estava encarregado da cida<strong>de</strong> anexa à zona do templo, <strong>no</strong><br />
<strong>no</strong>rte. Além dos guardiões das portas, que eram responsáveis do átrio, Neemias recrutou cantores<br />
e levitas, <strong>de</strong>signando-os a postos nas portas e muralhas da totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jerusalém.<br />
O pessoal civil que morava <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> Jerusalém foi encarregado <strong>de</strong> montar guarda durante a<br />
<strong>no</strong>ite nas partes respectivas próximas a suas casas. Embora tinham se passado <strong>no</strong>venta a<strong>no</strong>s<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a cida<strong>de</strong> fora reedificada, existiam zonas povoadas a gran<strong>de</strong>s distâncias, para as quais a<br />
<strong>de</strong>fesa resultava ina<strong>de</strong>quada. Encarando-se com este problema, Neemias fez um chamamento aos<br />
401 "Ele estava encerrado" - Keil, Commentary, sobre Nehemías, 6:10, sugere que Semaías se confi<strong>no</strong>u a si mesmo em<br />
sua casa, chamado por Neemias, para fazê-lhe crer que estava em tão grave perigo que não podia abandonar seu lar.<br />
Daqui seu conselho <strong>de</strong> que ambos se refugiassem <strong>no</strong> templo.<br />
402 A questão que Neemias propõe em 6.11 é ambígua. Iria realmente a salvar sua vida indo ao templo, ou seria castigado<br />
com a pena <strong>de</strong> morte, <strong>de</strong> acordo com Nm 18.7? Ver Keil, Commentary sobre Nehemías 6:11.<br />
403 Josefo, Antiquities, XI 5:7, conce<strong>de</strong> dois a<strong>no</strong>s e quatro meses para a reparação das muralhas. Keil, Commentary sobre<br />
Neemias, dá as seguintes razões em favor do texto hebraico que conce<strong>de</strong> somente cinqüenta e dois dias: 1) a urgência<br />
para completar a tarefa imediatamente; 2) o zelo intensivo e o gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> construtores proce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Tecoa,<br />
Jericó, Gabaom, Mispá, etc.; 3) com tal esforço concentrado <strong>no</strong> trabalho, o <strong>de</strong>ver da guarda dificilmente po<strong>de</strong>ria ter continuado<br />
durante dois a<strong>no</strong>s; 4) as muralhas foram reparadas on<strong>de</strong> era preciso: gran<strong>de</strong>s pedaços da mesma e a porta <strong>de</strong><br />
Efraim não tinham sido <strong>de</strong>struídos. Albright e outros seguem a Josefo em vez <strong>de</strong> os hebreus. Ver Albright, Bíblical Period,<br />
p. 52.<br />
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