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a historia de israel no antigo testamento

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sucessivos sacrifícios para o bem-estar <strong>de</strong> toda sua família (1.1-5). O uso <strong>de</strong> sua riqueza em ajudar o<br />

necessitado, se reflete em todo o livro.<br />

Repentinamente, Jó fica reduzido a uma extrema pobreza. Em quatro catastróficos<br />

acontecimentos, per<strong>de</strong> todas suas possessões materiais. Duas <strong>de</strong>ssas gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sgraças,<br />

aparentemente, acontecem por causas naturais: os ataques dos sabeus e dos cal<strong>de</strong>us. As outras<br />

duas, um terrível fogo que consume todo e um gran<strong>de</strong> furacão estavam fora do controle huma<strong>no</strong>.<br />

Jó não somente fica reduzido a uma total bancarrota, sena que per<strong>de</strong> a todos seus filhos.<br />

Jó ficou sumido numa terrível confusão, <strong>de</strong>sgarra suas vestes e rapa sua cabeça.<br />

Então, se volta a Deus em adoração. Reconhecendo que tudo o que tinha possuído provinha <strong>de</strong><br />

Deus, ele também reconhece que na providência <strong>de</strong> Deus tinha perdido tudo. E por isto o<br />

abençoa, não acusando-o <strong>de</strong> culpa alguma.<br />

Atacado <strong>de</strong> uma terrível sarna <strong>de</strong> ulceras malignas (2.7-8), Jó se senta num monturo cheio <strong>de</strong><br />

cinzas, e <strong>de</strong>sesperadamente procura alívio rascando-se com um caco suas feridas e pústulas.<br />

Nesse momento, sua esposa lhe aconselha que amaldiçoe a Deus e morra. De <strong>no</strong>vo, este homem<br />

justo surge acima <strong>de</strong> toda circunstância, e reconhece a Deus como do<strong>no</strong> e senhor <strong>de</strong> todas as<br />

vicissitu<strong>de</strong>s da vida.<br />

Três amigos,Elifaz, Bilda<strong>de</strong> e Zofar, chegam a visitá-lo com o propósito <strong>de</strong> confortá-lo.<br />

Eles apenas se o reconhecem, sumido num estado <strong>de</strong> agudo sofrimento. Tão surpreendidos<br />

estavam, que sentam em silêncio durante sete dias. Jó finalmente rompe sua atitu<strong>de</strong> passiva e<br />

amaldiçoa o dia <strong>de</strong> seu nascimento; a não existência teria sido melhor que suportar tais<br />

sofrimentos.<br />

Com a angústia na alma e o tormento físico <strong>no</strong> corpo, sopesa o enigma da existência numa<br />

pergunta: Por que terei nascido? 417 O problema que serve <strong>de</strong> base na totalida<strong>de</strong> da discussão, era<br />

o fato <strong>de</strong> que nem Jó nem seus amigos conheciam a razão para aquelas evi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>sgraças e<br />

infortúnios. Para eles, a razão <strong>de</strong> todo é <strong>de</strong>sconhecida. Satanás aparece ante Deus para pôr a<br />

prova a <strong>de</strong>voção <strong>de</strong> Jó e sua fé. E faz acusação <strong>de</strong> que Jó simplesmente serviu a Deus pelas<br />

recompensas materiais, e lhe é concedida permissão para arrasar todas as possessões do homem<br />

mais rico do Leste, ainda que não para danar o próprio Jó. Quando a filosofia resultante <strong>de</strong> Jó a<br />

respeito da vida resiste à <strong>de</strong> Satanás, Deus conce<strong>de</strong> ao acusador a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> afligi-lo, porém<br />

com a específica restrição <strong>de</strong> não atentar contra sua vida. Embora Jó tinha amaldiçoado o dia <strong>de</strong><br />

seu nascimento, nunca amaldiçoou Deus. ciente por completo <strong>de</strong> seus sofrimentos e não achando<br />

nenhuma explicação, Jó propõe a pergunta "por que?" enquanto afunda <strong>no</strong> mistério <strong>de</strong> sua<br />

peculiar sorte na vida.<br />

Com certa repugnância, seus amigos tentam consolá-lo, já que assim ele o tinha feito com<br />

muitos em tempos passados (4.1ss). Elifaz, precavidamente, ressalta que nenhum mortal com<br />

sabedoria limitada po<strong>de</strong> aparecer perfeitamente justo ante um Deus onipotente. Falhando em<br />

reconhecer a genuína <strong>de</strong>voção <strong>de</strong> Jó para Deus, Elifaz chega à conclusão <strong>de</strong> que está sofrendo a<br />

causa do pecado (4-5).<br />

Em resposta, Jó <strong>de</strong>screve a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua miséria, que inclusive seus próprios amigos não<br />

compreen<strong>de</strong>m. Para ele, parece como se Deus o tivesse abandonado a um contínuo sofrimento.<br />

Em vão <strong>de</strong>seja com veemência que chegue uma crise na qual possa achar alívio ou bem, a morte<br />

para seu pecado (6-7).<br />

Bilda<strong>de</strong>, imediatamente, replica que Deus não transtornaria a justiça. Apelando à tradição e<br />

afirmando que Deus não rejeitaria um homem sem mácula, Bilda<strong>de</strong> implica que Jó está sofrendo<br />

precisamente por seus próprios pecados (8).<br />

"Como um homem po<strong>de</strong> ser justo ante Deus?" é a seguinte pergunta <strong>de</strong> Jó. Ninguém é igual a<br />

Deus. Deus é onipotente e age seguindo sua vonta<strong>de</strong> sem ter <strong>de</strong> ren<strong>de</strong>r contar a ninguém. Sem<br />

árbitro nem juiz que intervenha ou explique a causa <strong>de</strong> seus sofrimentos, Jó apela diretamente ao<br />

Todo Po<strong>de</strong>roso. Aborrecido da vida em tão insuportável estado, Jó espera o alívio da morte (9-10).<br />

417 Note-se que também Jeremias amaldiçoou seu dia <strong>de</strong> nascimento (Jr 20).<br />

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