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a historia de israel no antigo testamento

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Susã, a capital da Pérsia, é o ponto geográfico <strong>de</strong> interesse <strong>no</strong> livro <strong>de</strong> Ester. Des<strong>de</strong> os dias <strong>de</strong><br />

Ciro tinha partilhado a distinção <strong>de</strong> ser uma cida<strong>de</strong> real, como Babilônia e Acmeta.<br />

O magnífico palácio <strong>de</strong> Xerxes ocupava 10.000 m² da acrópole <strong>de</strong>sta gran<strong>de</strong> cida<strong>de</strong> elamita.<br />

Cro<strong>no</strong>logicamente, os acontecimentos <strong>de</strong> Ester estão datados <strong>no</strong> a<strong>no</strong> terceiro ao décimo segundo<br />

<strong>de</strong> Xerxes (cerca do 483-471 a.C.).<br />

Os ju<strong>de</strong>us na corte persa<br />

De todo este vasto império que se estendia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Índia até a Etiópia, Xerxes reuniu seus<br />

governadores e oficiais em Susã por um período <strong>de</strong> seis meses, durante o terceiro a<strong>no</strong> <strong>de</strong> seu<br />

reinado. Numa celebração <strong>de</strong> sete dias, o rei os aten<strong>de</strong>u com banquetes e festas, enquanto que a<br />

rainha Vasti era a anfitriã <strong>no</strong> banquete para as mulheres. No sétimo dia, Xerxes, intoxicado,<br />

solicitou a aparição <strong>de</strong> Vasti para mostrar sua coroa e beleza ante seu festivo auditório e os<br />

dignitários do gover<strong>no</strong>. Ela ig<strong>no</strong>rou as or<strong>de</strong>ns do rei, recusando com isso pôr em perigo seu real<br />

prestígio. Xerxes ficou furioso. Conferenciou com os sábios, os quais o aconselharam que<br />

<strong>de</strong>pusesse a rainha. O rei agiu <strong>de</strong> acordo com este conselho e suprimiu a Vasti da corte real.<br />

As mulheres <strong>de</strong> todo o império receberam o aviso <strong>de</strong> honrar e obe<strong>de</strong>cer a seus maridos, a<br />

me<strong>no</strong>s que quisessem seguir o exemplo <strong>de</strong> Vasti.<br />

Quando Xerxes comprovou que Vasti tinha ficado relegada ao esquecimento por seu édito real,<br />

dispôs a eleição <strong>de</strong> uma <strong>no</strong>va rainha. Foram escolhidas donzelas por toda a Pérsia, e levadas à<br />

corte do rei, em Susã. Entre elas estava Ester, uma órfã judaica que tinha sido adotada por seu<br />

primo Mardoqueo. A seu <strong>de</strong>vido tempo, quando as donzelas apareceram ante o rei, Ester, que<br />

tinha escondido sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> racial, foi agraciada por acima <strong>de</strong> todas as outras e coroada rainha<br />

da Pérsia. No sétimo a<strong>no</strong> do reinado <strong>de</strong> Xerxes, ela recebeu público reconhecimento e se celebrou<br />

um banquete ante os príncipes 387 . O rei mostrou seu prazer pelo reconhecimento <strong>de</strong> Ester como<br />

rainha, ao anunciar a redução <strong>de</strong> tributos, ao tempo que distribuiu liberalmente presentes.<br />

Com anteriorida<strong>de</strong> à elevação <strong>de</strong> Ester, Mardoqueo expressou sua profunda preocupação a<br />

respeito do bem-estar <strong>de</strong> sua prima, <strong>de</strong>ambulando constantemente na corte real. Da mesma<br />

forma, manteve estreito contato com Ester após ela ter sido proclamada rainha. Foi assim como<br />

Mardoqueo, enquanto estava por perto das portas do palácio, soube que dois guardas<br />

conspiravam para matar o rei. Através <strong>de</strong> Ester, o complô foi comunicado às autorida<strong>de</strong>s<br />

pertinentes e os dois crimi<strong>no</strong>sos foram enforcados. Na crônica oficial, Mardoqueo gozou do<br />

crédito por ter salvado a vida do rei.<br />

Ameaça ao povo ju<strong>de</strong>u<br />

Hamã, um membro influente da corte <strong>de</strong> Xerxes, gozava <strong>de</strong> um elevado posto sobre todos os<br />

outros favoritos da corte. De conformida<strong>de</strong> com a or<strong>de</strong>m do rei, foi <strong>de</strong>vidamente honrado por<br />

todos, exceto por Mardoqueo, que como ju<strong>de</strong>us recusou prestar obediência 388 . Sabendo disso,<br />

Hamã não tomou nenhuma medida para castigar a Mardoqueo. Contudo, Hamã sabia que<br />

Mardoqueo era ju<strong>de</strong>u e em conseqüência <strong>de</strong>senvolveu um pla<strong>no</strong> para a execução <strong>de</strong> todos os<br />

ju<strong>de</strong>us. Não somente espalhou o rumor e a suspeita acerca <strong>de</strong> que eram perigosos para o império,<br />

senão que assegurou ao rei que obteria e<strong>no</strong>rmes ganhos ao confiscar seus bens e proprieda<strong>de</strong>s. O<br />

rei <strong>de</strong>u ouvidos à sugestão <strong>de</strong> Hamã e emprestou seu selo real para dar a correspon<strong>de</strong>nte or<strong>de</strong>m.<br />

Em conseqüência, <strong>no</strong> décimo terceiro dia <strong>de</strong> Nisã (o primeiro mês) se publicou um édito para a<br />

aniquilação <strong>de</strong> todos os ju<strong>de</strong>us por todo o Império Persa. Hamã <strong>de</strong>sig<strong>no</strong>u o dia décimo terceiro <strong>de</strong><br />

387 O intervalo entre o afastamento <strong>de</strong> Vasti <strong>no</strong> a<strong>no</strong> terceiro e o reconhecimento <strong>de</strong> Ester como rainha <strong>no</strong> a<strong>no</strong> sétimo, está<br />

explicado pelo fato <strong>de</strong> que Xerxes estava comprometido na luta contra os gregos. No 480 a.C., sua armada foi <strong>de</strong>rrotada<br />

em Salarais. No a<strong>no</strong> seguinte, seu exército sofreu reveses em Platéia.<br />

388 Ver Keil, Commenlary sobre Ester 3:34. Como <strong>de</strong>voto ju<strong>de</strong>u, Mardoqueo não <strong>de</strong>u sua conformida<strong>de</strong>. De acordo com 2<br />

Sm 14.4; 18.28 e outras passagens, os <strong>israel</strong>itas costumavam reconhecer os reis inclinando-se diante <strong>de</strong>les. Na Pérsia<br />

esta ação pô<strong>de</strong> ter implicado um reconhecimento do governante como fato divi<strong>no</strong>. Os esparta<strong>no</strong>s, <strong>de</strong> acordo com Heródoto,<br />

recusaram honrar a Xerxes <strong>de</strong>sta forma.<br />

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