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a historia de israel no antigo testamento

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eligioso, o Rei<strong>no</strong> do Sul foi lançado a mais negra idolatria que se conheceu sob o mando <strong>de</strong><br />

Manassés. Em caráter e na prática, se parecia com seu avô, Acaz, ainda que este último tivesse<br />

morrido antes do nascimento <strong>de</strong> Manassés. Muito provavelmente, Manassés não começasse a<br />

revirar a política <strong>de</strong> seu pai até <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua morte.<br />

Voltando a construir os "lugares altos", erigindo altares a Baal e construindo aserins, Manassés<br />

assumiu a imposição <strong>de</strong> uma tremenda idolatria, tal e como Acabe e Jezabel tinham praticado <strong>no</strong><br />

Rei<strong>no</strong> do Norte. Mediante ritos religiosos e cerimônias, se instituiu o culto às estrelas e aos<br />

planetas. Inclusive a <strong>de</strong>ida<strong>de</strong> amonita Moloque foi reconhecida pelo rei hebraico, <strong>no</strong> sacrifício <strong>de</strong><br />

crianças <strong>no</strong> vale <strong>de</strong> Hi<strong>no</strong>m, <strong>no</strong>s arredores <strong>de</strong> Jerusalém. Os sacrifícios huma<strong>no</strong>s eram um dos mais<br />

abomináveis rituais da prática do paganismo cananeu, e foi associado pelo salmista com o culto ao<br />

<strong>de</strong>mônio (Salmo 106.36-37). A astrologia, a adivinhação e o ocultismo foram oficialmente<br />

sancionados como práticas comuns. Em aberto <strong>de</strong>safio ao verda<strong>de</strong>iro Deus, os altares para o culto<br />

das hostes celestiais foram colocados <strong>no</strong>s átrios do templo, com imagens entalhadas <strong>de</strong> Asera, a<br />

esposa <strong>de</strong> Baal, e também introduzidas <strong>no</strong> templo. Além disso, Manassés <strong>de</strong>rramou muito sangue<br />

i<strong>no</strong>cente. Parece razoável inferir que muitas das vozes <strong>de</strong> protesto diante <strong>de</strong> semelhante<br />

monstruosa idolatria fossem afogadas em sangue (2 Rs 21.16). Já que a última menção do gran<strong>de</strong><br />

profeta Isaias está associada com Ezequias <strong>no</strong> relato bíblico, é correto supor que seja verda<strong>de</strong> o<br />

martírio <strong>de</strong> Isaias pelo malvado rei Manassés. A moral e as condições religiosas em Judá foram<br />

piores que as daquelas nações que tinham sido exterminadas ou expulsadas <strong>de</strong> Canaã. Manassés,<br />

<strong>de</strong>ste modo, representa o ponto mais baixo da perversida<strong>de</strong> na longa lista dos reis da dinastia <strong>de</strong><br />

Davi. Os juízos preditos por Isaias eram coisa segura para chegar.<br />

Os relatos históricos não indicam a extensão do que Manassés pô<strong>de</strong> ter sido influenciado pela<br />

Assíria em sua conduta e política idólatra. Assíria alcançou o pináculo da riqueza e prestígio sob<br />

Esar-Hadom e Assurbanipal. Sem discussão, Manassés obteve o favor político da Assíria mediante<br />

a vassalagem, enquanto Esar-Hadom (681-669 a.C.) esten<strong>de</strong>u seu controle até o Egito. Em<br />

contraste com Senaqueribe, Esar-Hadom adotou uma política conciliatória e reconstruiu Babilônia.<br />

No 678 subjugou Tiro, embora o populacho escapou às fortalezas próximas das ilhas. Mênfis foi<br />

ocupada <strong>no</strong> 673 e poucos a<strong>no</strong>s mais tar<strong>de</strong> Tiraca, o último rei da XXV Dinastia, foi capturado. Em<br />

sua lista <strong>de</strong> vinte e dois reis <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a nação hetéia, Esar-Hadom menciona a Manassés, rei <strong>de</strong> Judá,<br />

entre aqueles que fizeram uma obrigada visita a Nínive <strong>no</strong> 678 a.C. embora a Babilônia tinha sido<br />

reconstruída por aquela época, nem resulta para nada seguro que fosse tomada por Esar-Hadom<br />

259 . Com a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> Tebas <strong>no</strong> 663 a.C., Assurbanipal esten<strong>de</strong>u o po<strong>de</strong>r assírio a 805 km ao<br />

longo do Nilo, até o Alto Egito. Uma sangrenta guerra civil estremeceu todo o império assírio<br />

(652) na rebelião <strong>de</strong> Samasumukim. Com o tempo, a insurreição chegou a seu clímax com a<br />

conquista da Babilônia <strong>no</strong> 648, e outras rebeliões tinham explodido na Síria e na Palestina. Judá<br />

pô<strong>de</strong> ter participado, unindo-se a Edom e Moabe, que estão mencionadas nas inscrições assírias<br />

260 . A auto<strong>no</strong>mia <strong>de</strong> Moabe termi<strong>no</strong>u naquele tempo e o rei <strong>de</strong> Judá, Manassés, foi feito<br />

prisioneiro e levado para a Babilônia, e <strong>de</strong>pois libertado (2 Cr 33.10-13).<br />

Apesar <strong>de</strong> não termos uma <strong>de</strong>finitiva informação cro<strong>no</strong>lógica para datar o tempo exato do<br />

cativeiro <strong>de</strong> Manassés e sua libertação, o relato bíblico está a favor da última década <strong>de</strong> seu<br />

reinado. Se tiver sido capturado <strong>no</strong> 648 e inclusive <strong>de</strong>volvido a Jerusalém como rei vassalo <strong>no</strong><br />

mesmo a<strong>no</strong>, teve relativamente pouco tempo para <strong>de</strong>sfazer as práticas religiosas que tinha<br />

sustentado e favorecido durante tantos a<strong>no</strong>s. contudo, se arrepen<strong>de</strong>u <strong>no</strong> cativeiro e então<br />

reconheceu a Deus. numa reforma que começou em Jerusalém, <strong>de</strong>u exemplo do temor <strong>de</strong> Deus e<br />

or<strong>de</strong><strong>no</strong>u ao povo <strong>de</strong> Judá servir ao Senhor Deus <strong>de</strong> Israel. Resulta duvidoso que esta reforma<br />

fosse efetiva, dado que aqueles que tinham servido sob Ezequias e rendido o verda<strong>de</strong>iro culto,<br />

tinham sido anteriormente expulsados ou executados.<br />

259 Ver Unger, "Archaeology and the Otd Testament", pp. 280-281. Ele i<strong>de</strong>ntifica este cativeiro com 2 Cr 33.11<br />

260 Ver Albright, op. cit., p. 44.<br />

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