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a historia de israel no antigo testamento

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As escavações em Nipur mostraram tabuinhas contendo <strong>no</strong>mes comuns ao registro <strong>de</strong> Esdras e<br />

Neemias, indicando que uma colônia judaica existia ali <strong>no</strong> exílio 357 . Nipur, a 97 km ao su<strong>de</strong>ste da<br />

Babilônia, continuou como uma comunida<strong>de</strong> judaica até sua <strong>de</strong>struição, aproximadamente por<br />

volta do 900 a.C. 358 Outros lugares citados como comunida<strong>de</strong>s judaicas são Tel-Melá e Tel-Harsa<br />

(Ne 7.61), Aava e Casifia (Ed 8.15,17). Além <strong>de</strong>las, Josefo menciona Neerda e Nissibis, situadas em<br />

algum lugar <strong>no</strong> curso do Eufrates (Antiquities 18:9).<br />

A ansieda<strong>de</strong> por voltar ao lar pátrio invadiu os exilados, sendo uma realida<strong>de</strong> enquanto que o<br />

gover<strong>no</strong> <strong>de</strong> Jerusalém permaneceu intacto. Falsos profetas semearam um espírito <strong>de</strong> revolta na<br />

Babilônia, com o resultado <strong>de</strong> que os rebel<strong>de</strong>s pereceram a mãos dos satélites <strong>de</strong> Nabucodo<strong>no</strong>sor<br />

(Jr 29). Pouco <strong>de</strong>pois do cativeiro, <strong>no</strong> 597, Hananias predisse que em dois a<strong>no</strong>s os ju<strong>de</strong>us<br />

quebrariam o jugo da Babilônia (Jr 28). Ezequiel, nesta época, também encontrou instigadores à<br />

insurgência (Ez 13). Jeremias, que era bem conhecido para os cativos a causa <strong>de</strong> seu longo<br />

ministério em Jerusalém, escreveu cartas avisando-os para que se estabelecessem na Babilônia,<br />

construíssem casas e semeassem vinhedos, e fizessem pla<strong>no</strong>s para permanecer 70 a<strong>no</strong>s em<br />

período <strong>de</strong> cativeiro (Jr 29).<br />

Quando as esperanças <strong>de</strong> um imediato retor<strong>no</strong> se <strong>de</strong>svaneceram com a queda e <strong>de</strong>struição <strong>de</strong><br />

Jerusalém <strong>no</strong> 586, os ju<strong>de</strong>us <strong>no</strong> exílio se resignaram ao longo cativeiro que Jeremias tinha predito.<br />

Nomes babilônicos tais como Imer e Querube (Ne 7.61) sugeriram a Albright que os ju<strong>de</strong>us<br />

adotaram uma vida pastoril e <strong>de</strong> trabalhos na agricultura nas férteis planícies do curso do Eufrates<br />

359 . Os ju<strong>de</strong>us também se misturaram em empresas comerciais por todo o império. Informes do<br />

século V indicam que se haviam tornado muito ativos <strong>no</strong>s negócios e <strong>no</strong> comércio, centrado todo<br />

isso em Nipur 360 . Lingüisticamente, a média dos ju<strong>de</strong>us <strong>de</strong>veu encarar-se com um <strong>no</strong>vo problema.<br />

Inclusive com anteriorida<strong>de</strong> à época <strong>de</strong> Senaqueribe, as tribos aramaicas tinham-se infiltrado na<br />

Babilônia, e eventualmente se converteram <strong>no</strong> elemento predominante na população, pelo que o<br />

aramaico chegou a ser a linguagem <strong>de</strong> uso comum 361 . A começos do século VII era a linguagem da<br />

diplomacia internacional dos assírios (2 Rs 18.17-27) 362 . Embora esta transição a uma <strong>no</strong>va língua<br />

criou um problema lingüístico para a maior parte dos ju<strong>de</strong>us, é muito provável que muitos<br />

falassem o aramaico; <strong>de</strong> fato, alguns talvez já tivessem estudado aramaico em Jerusalém. Além<br />

disso, os <strong>israel</strong>itas proce<strong>de</strong>ntes do Rei<strong>no</strong> do Norte, que já estavam na Babilônia, sem dúvida se<br />

expressavam com tanta flui<strong>de</strong>z em hebraico como em aramaico.<br />

Ainda que as referências sejam limitadas, a evidência disponível revela que os cativos<br />

receberam um tratamento favorável. Jeremias dirigiu sua correspondência aos "anciãos do<br />

cativeiro" (Jr 29.1). Ezequiel se reunia com os "anciãos <strong>de</strong> Judá" (8.1), indicando que estavam em<br />

liberda<strong>de</strong> para organizar-se em questões religiosas. Em outras ocasiões, os "anciãos <strong>de</strong> Israel" iam<br />

ver a Ezequiel (14.1 e 20.1) 363 . Ezequiel aparentemente gozava <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> para executar um<br />

amplo ministério entre os cativos. Estava casado e vivia em seu próprio lar e discutia livremente<br />

matérias religiosas com os anciãos, quando os encontrava o iam a visitá-lo a sua casa. Mediante<br />

atos simbólicos em público, Ezequiel discutia o estado político e a con<strong>de</strong>nação do Rei<strong>no</strong> do Sul,<br />

até que Jerusalém foi <strong>de</strong>struído <strong>no</strong> 586. Depois daqueles, continuou alentando seu povo com as<br />

esperanças e projetos <strong>de</strong> restaurar o tro<strong>no</strong> <strong>de</strong> Davi.<br />

357 H. V. Hilprecht y A. T. Clay, Babylonian Expedition of the Universily of Pennsylvania. Serie A., Vols. 9-10 (1898-1904).<br />

358 Whitley, op. cit., p. 70. Ver James A. Montgomery, Aramaic Incantation Texts fr""1 \iwur (Fila<strong>de</strong>lfia), (1913).<br />

359 "The Seal of Jehoiakim", Journal of Bible Literalure 51 (1932), 100.<br />

360 A. T. Clay, Business Documents of Murashu Sons of Nippur, University on Pennsylvania Publications of the Babylonian<br />

Section. Vol. 2, n.º I (1912), 1-54.<br />

361 A conclusiva evidência <strong>de</strong> que o aramaico substituiu o acádio como a linguagem internacional da diplomacia, fica aparente<br />

numa carta aramaica <strong>de</strong>scoberta em Saqqara, <strong>no</strong> Egito, em 1942, na qual um rei palesti<strong>no</strong> pe<strong>de</strong> ajuda ao Egito. Ver<br />

John Bright "A New Letter" pp. 46ss. Biblical Arqueologist, XII, n° 2 (maio, 1949).<br />

362 R. A. Bowman, "Arameans, Aramaic and the Bible", Journal of Near Eastern Studies, 7 (1948) pp. 71- 73.<br />

363 Oesterly sugere que os <strong>israel</strong>itas que tinham estado residindo na Babilônia durante quase um século, foram reconhecidos<br />

como cidadãos nacionais com todos os privilégios da cidadania. Oesterly e Robinson, Hebrew Religión (2ª ed., 1937),<br />

pp. 283-284.<br />

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