14.02.2018 Views

a historia de israel no antigo testamento

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

lugar do culto 380 . Em me<strong>no</strong>s <strong>de</strong> um mês, Zorobabel e Josué levaram o povo num re<strong>no</strong>vado<br />

esforço para reconstruir o templo (Ag 1.1-15). Pouco <strong>de</strong>pois, o profeta Zacarias colaborou com<br />

Ageu em estimular o programa <strong>de</strong> construção (Zacarias 1.1).<br />

O reinício das ativida<strong>de</strong>s construtoras em Jerusalém captou logo a atenção <strong>de</strong> Tatenai, o<br />

sátrapa da Síria, e <strong>de</strong> seus colegas, os que representavam os interesses da Pérsia naquela época.<br />

Embora tinham ido a Jerusalém para fazer uma completa investigação, pospuseram a ação<br />

enquanto aguardavam o veredicto <strong>de</strong> Dario. Numa carta dirigida ao rei persa, informaram <strong>de</strong> seus<br />

achados a respeito do passado e dos acontecimentos do presente, referentes ao levantamento do<br />

templo. Ocuparam-se primeiramente da afirmação judaica <strong>de</strong> que Ciro tinha garantido a<br />

permissão para construir o templo.<br />

Seguindo esta advertência, Dario or<strong>de</strong><strong>no</strong>u uma pesquisa <strong>no</strong>s arquivos da Babilônia, em Acmeta,<br />

capital da Média. Nesta última se achou um dikrona, on<strong>de</strong> estava, escrito em aramaico, o édito <strong>de</strong><br />

Ciro. Além <strong>de</strong> verificar este <strong>de</strong>creto, Dario emitiu or<strong>de</strong>ns estritas para que Tatenai e seus<br />

associados se abstivessem <strong>de</strong> interferir <strong>de</strong> modo algum. Também or<strong>de</strong><strong>no</strong>u que o tributo real da<br />

província da Síria fosse entregue aos ju<strong>de</strong>us para seu programa <strong>de</strong> construções. E também <strong>de</strong>u<br />

instruções para proporcionar um a<strong>de</strong>quado subministro que permitisse sacrifícios diários <strong>de</strong> tal<br />

forma que os sacerdotes <strong>de</strong> Jerusalém pu<strong>de</strong>ssem interce<strong>de</strong>r pelo bem-estar do rei da Pérsia.<br />

Conseqüentemente, a pesquisa <strong>de</strong> Tatenai, que tinha intenções injuriosas, provi<strong>de</strong>ncialmente<br />

resultou não somente <strong>no</strong> favor do apoio político <strong>de</strong> Dario, mas também na ajuda material dos<br />

distritos imediatos oficiais, para realizar o projeto.<br />

O templo foi completado em cinco a<strong>no</strong>s, 520-515 a.C. Embora erigido <strong>no</strong> mesmo lugar, não<br />

podia ter a mesma beleza nem o precioso acabamento artesão que a estrutura construída por<br />

Davi e Salomão, com a elaborada preparação que fez o primeiro com seus infinitos recursos.<br />

Baseando-se em 1 Mc 1.21 e 4.49-51, se evi<strong>de</strong>ncia que o resultado foi inferior. No sagrado lugar do<br />

altar dos incensos, estavam os sagrados ornamentos e o can<strong>de</strong>labro <strong>de</strong> sete braços (Salomão, em<br />

sua época tinha provido o altar com <strong>de</strong>z can<strong>de</strong>labros). A arca da aliança se per<strong>de</strong>ra <strong>no</strong> lugar mais<br />

sagrado do templo. Josefo indica que cada a<strong>no</strong>, <strong>no</strong> Dia da Expiação, o sumo sacerdote colocava<br />

seu incensário na lousa <strong>de</strong> pedra que marcava a antiga posição da arca 381 . Parrot, em seus estudos<br />

sobre o templo, conclui que os pla<strong>no</strong>s <strong>de</strong> Salomão e do santuário foram seguidos, provavelmente,<br />

por Zorobabel 382 . Referências soltas em Esdras e <strong>no</strong>s livros dos Macabeus po<strong>de</strong>m somente servir<br />

como sugestões. De acordo com Esdras 5.8 e 6.3-4, se utilizaram gran<strong>de</strong>s pedras com vigas <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira na construção dos muros. As medidas dadas são incompletas <strong>no</strong> presente texto. Uma<br />

recente interpretação <strong>de</strong> um <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> Antíoco III da Síria (223-187), indica a existência <strong>de</strong> um<br />

átrio interior e outro exterior 383 . Todos eram admitidos <strong>no</strong> último, porém somente os ju<strong>de</strong>us que<br />

estavam conformes com a pureza das leis levíticas tinham permissão para entrar <strong>no</strong> átrio interior<br />

384 . Foram feitas também provisões <strong>de</strong> habitações a<strong>de</strong>quadas on<strong>de</strong> armazenar os utensílios<br />

utilizados <strong>no</strong> templo. Uma <strong>de</strong>ssas habitações foi a que se apropriou o amonita Tobias por um<br />

curto período, durante a época <strong>de</strong> Neemias (Ne 13.4-9).<br />

As cerimônias <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação para este templo <strong>de</strong>vem ter sido algo impressionante 385 .<br />

Complicadas ofertas consistentes em 100 touros, 200 carneiros, 400 cor<strong>de</strong>iros e uma oferenda <strong>de</strong><br />

12 bo<strong>de</strong>s, representando as doze tribos <strong>de</strong> Israel. A última oferta significava que este culto<br />

380 Albright consi<strong>de</strong>ra a Ageu e a Zacarias como oportunistas que levaram vantagem da rebelião por todo o Império Persa<br />

que se seguiu à acessão <strong>de</strong> Dario <strong>no</strong> 522. Dois meses antes da mensagem inicial <strong>de</strong> Ageu, um homem chamado Nabucodo<strong>no</strong>sor<br />

conduziu uma rebelião na Babilônia, que ainda aparece como tendo êxito quando Ageu entregou sua quarta mensagem,<br />

dois meses mais tar<strong>de</strong>. The Bíblical Períod (Pittsburgh, 1950), pp. 49-50.<br />

381 Jewísh Wars, v. 5, 5.<br />

382 André Parrot, "The Temple ofício Jerusalen", traduzido por E. Hooke do francês, pp. 68-75.<br />

383 Ver Ibid. p. 73, on<strong>de</strong> se refere ao estudo feito por E. Bickerman "Une proclamation seleuci<strong>de</strong> relative au Temple <strong>de</strong><br />

Jerusalem", em Syria XXV (1946-48), 67-85.<br />

384 Note-se também a vaga referência aos átrios do templo em 1 Mc 4.38, 48; 7.33; 954 e 2 Mc 6.4.<br />

385 O templo foi completado <strong>no</strong> terceiro dia do mês <strong>de</strong> Adar, que começa na meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fevereiro. Este era o último mês<br />

do a<strong>no</strong> religioso judaico. O primeiro mês do a<strong>no</strong> era Nisã, que começava na meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> março. O décimo quarto dia <strong>de</strong>ste<br />

mês era a data para a Páscoa. Mais antigamente este mês era conhecido como Abibe (Êx 13.3).<br />

185

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!