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a historia de israel no antigo testamento

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Jerusalém. Aparentemente, Jeoiaquim foi morto durante um <strong>de</strong>stes ataques, <strong>de</strong>ixando o tro<strong>no</strong> <strong>de</strong><br />

Davi ao jovem <strong>de</strong> <strong>de</strong>zoito a<strong>no</strong>s, filho seu, Joaquim. O reinado <strong>de</strong>ste último, <strong>de</strong> três meses, foi<br />

bruscamente terminado quando se ren<strong>de</strong>u aos exércitos da Babilônia (2 Rs 24.10-17).<br />

Fontes babilônicas confirmam que esta invasão teve lugar <strong>no</strong> mês <strong>de</strong> março do 597 a.C. 349 As<br />

cartas <strong>de</strong> Laquis igualmente indicam uma invasão judaica por aquele tempo 350 . Não só o rei foi<br />

tomado cativo, senão que com ele foram milhares <strong>de</strong> pessoas importantes <strong>de</strong> Jerusalém, tais<br />

como artesãos, ferreiros, oficiais chefes, príncipes e homens <strong>de</strong> guerra. Ze<strong>de</strong>quias, um tio <strong>de</strong><br />

Joaquim, foi <strong>de</strong>ixado para governar as classes mais pobres do que restava do país.<br />

O cativeiro do rei Joaquim não impediu aos cidadãos <strong>de</strong> Judá, assim como aos exilados, <strong>de</strong><br />

consi<strong>de</strong>rá-lo como seu legítimo rei. Cerâmicas estampadas escavadas na antiga Debir e em Bete-<br />

Semes em 1928-30, indicam que o povo conservava suas proprieda<strong>de</strong>s <strong>no</strong> <strong>no</strong>me <strong>de</strong> Joaquim,<br />

inclusive durante o rei<strong>no</strong> <strong>de</strong> Ze<strong>de</strong>quias 351 . Textos cuneiformes <strong>de</strong>scobertos na Babilônia se<br />

referem a Joaquim como o rei <strong>de</strong> Judá 352 . Quando Jerusalém foi <strong>de</strong>struída mais tar<strong>de</strong>, os filhos <strong>de</strong><br />

Joaquim tiveram rações <strong>de</strong>signadas sob a supervisão real e, contudo, os filhos <strong>de</strong> Ze<strong>de</strong>quias foram<br />

todos mortos. Embora Jerusalém reteve um esboço <strong>de</strong> gover<strong>no</strong> por outros onze a<strong>no</strong>s, o cativeiro<br />

do 597 teve um efeito <strong>de</strong>vastador sobre Judá.<br />

No 586 o país sofreu o broto <strong>de</strong> outra <strong>no</strong>va invasão, com mais drásticos resultados.<br />

Jerusalém, com seu templo, foi <strong>de</strong>struída. Judá <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> existir como estado nacional. Com<br />

Jerusalém em ruínas, a capital foi abandonada pelas gentes que permaneceram <strong>no</strong> país. Sob a<br />

li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> Gedalias, que tinha sido <strong>no</strong>meado governador <strong>de</strong> Judá por Nabucodo<strong>no</strong>sor, o<br />

restante regressou a Mispá (2 Rs 25.22; Jr 30.14). Poucos meses <strong>de</strong>pois, Gedalias foi assassinado<br />

por Ismael, e o <strong>de</strong>salentado grupo dos que restavam emigrou ao Egito. Por aquele caminho<br />

empoeirado caminhou com eles Jeremias, o profeta.<br />

Uma quarta <strong>de</strong>portação se menciona em Jeremias 52.30. Josefo 353 informa que foram tomados<br />

cativos mais ju<strong>de</strong>us, e levados à Babilônia <strong>no</strong> 582 a.C., quando Nabucodo<strong>no</strong>sor subjugou o Egito.<br />

De acordo com Beroso, as colônias judaicas receberam a<strong>de</strong>quado estabelecimento por toda a<br />

Babilônia, segundo o prescrito por Nabucodo<strong>no</strong>sor. O rio Quebar, perto do qual o profeta<br />

Ezequiel teve sua primeira visão e seu chamamento profético (Ez 1.1), tem sido i<strong>de</strong>ntificado como<br />

o Nari Kabari, o canal existente perto da Babilônia 354 . Tel-Abibe (Ez 3.15), outro centro <strong>de</strong><br />

cativeiro, presumivelmente estava na mesma vizinhança.<br />

Nabucodo<strong>no</strong>sor <strong>de</strong>dicou seu interesse a embelezar a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Babilônia, até tal extremo, que<br />

os gregos reconheceram nela uma das maravilhas do mundo <strong>antigo</strong>. não há razão para duvidar<br />

que os ju<strong>de</strong>us cativos foram <strong>de</strong>signados aos trabalhos da gran<strong>de</strong> capital 355 . Os textos Wei<strong>de</strong>r<br />

mencionam <strong>no</strong>mes ju<strong>de</strong>us junto àqueles <strong>de</strong>stros trabalhadores proce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> outros estados,<br />

que foram utilizados por Nabucodo<strong>no</strong>sor numa empresa <strong>de</strong> êxito, ao tentar fazer <strong>de</strong> sua capital a<br />

mais impressionante que qualquer das que se haviam visto na Assíria 356 . Desta forma, o rei<br />

babilônico fez um inteligente uso dos artesãos, especialistas e trabalhadores hábeis e <strong>de</strong>stros e,<br />

mais tar<strong>de</strong>, pelos persas.<br />

As redon<strong>de</strong>zas da Babilônia pu<strong>de</strong>ram, <strong>no</strong> princípio, ter sido o centro dos estabelecimentos<br />

ju<strong>de</strong>us; porém os cativos se esten<strong>de</strong>ram por todo o império, ao ser-lhes concedida mais liberda<strong>de</strong>,<br />

primeiro pelos babilônicos, e <strong>de</strong>pois pelos persas.<br />

349 Wiseman, op. cít., p. 33.<br />

350 Ver C. F. Whitley, The Exile Age (Londres: Westminster Press, 1957), p. 61.<br />

351 W. F. Albright, "The Seal of Eliakim and the Latest Pre-Exilic History of Judah", Journal of Biblical Literature, 51,<br />

(1932).<br />

352 E. F. Weidner, "Jejachin-Koníg von Judá in babylonischen Keihchrijtextenii, Mr-langes Syríens offerts á Momieur Rene<br />

Dussaud, U (1939), 923-935. Ver também D. Winton 1 liornas, op. cit., pp. 84-86.<br />

353 Antiquities, x, 9, 1.<br />

354 H. V. Hilprecht, Explorations of Bible Lanas (Edimburgh, 1903), p. 412.<br />

355 Whitley, op. cit., pp. 66 y ss.<br />

356 Pritchard, op. cit. (2.a ed., Princeton, 1955), p. 308.<br />

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