24.06.2013 Views

O Trágico do Estado Pós-colonial.pdf - Estudo Geral

O Trágico do Estado Pós-colonial.pdf - Estudo Geral

O Trágico do Estado Pós-colonial.pdf - Estudo Geral

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

parfois en contradiction avec les forces inexplicables et destructrices qui se trouvent<br />

‘en dehors’ et pourtant tout près. (Steiner, 1993: 126)<br />

Por fim, nesta questão como nas outras, haverá sempre um possível, o que tem por<br />

corolário a impossível clausura. Veremos no capítulo seguinte que as presenças <strong>do</strong> trágico<br />

no Sul fazem parte justamente deste horizonte de possibilidades. Como se torna evidente<br />

no fim provisório deste percurso nas aceções <strong>do</strong> trágico e da tragédia, é problemático<br />

conseguir uma definição própria <strong>do</strong> trágico, a não ser que se queira deixar de fora alguns<br />

elementos acima descritos. Parece-me, no entanto, que ao falar de trágico, em obras <strong>do</strong><br />

Norte como <strong>do</strong> Sul, o analista deveria ter presentes os três campos semânticos sem<br />

estabelecer entre eles fronteiras rígidas. Em função <strong>do</strong>s textos em estu<strong>do</strong> poder-se-á<br />

privilegiar uma ou outra abordagem, como se poderá aproximá-las.<br />

Diria ainda que a dificuldade em construir e propor uma definição <strong>do</strong> trágico deriva<br />

da certeza pós-moderna da impossibilidade de enclausurar, de fechar, a não ser que se<br />

aceite que a clausura seja temporária, frágil, sujeita à imediata revisão, ou, por outras<br />

palavras, que se aceite a única certeza <strong>do</strong> investiga<strong>do</strong>r: a de um possível que sempre lhe<br />

escapa. É deste limite que Omesco falava na abertura <strong>do</strong> seu livro sobre a tragédia<br />

contemporânea:<br />

Car la pensée moderne se déroule autour d’une <strong>do</strong>nnée <strong>do</strong>nt nos devanciers ne<br />

soupçonnaient pas l’importance: la notion du possible. Tous les paramètres de<br />

notre culture nous invitent à voir l’univers à travers elle. […] Un même phénomène<br />

s’offre à nous sous une pluralité de perceptions <strong>do</strong>nt il transcende la somme<br />

fatalement provisoire. (Omesco, 1978: 19)<br />

214

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!