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aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

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“sobrenaturalista” interpreta a revelação como ver<strong>da</strong>des caí<strong>da</strong>s do céu. Estas são corpos<br />

estranhos de um mundo estranho que contêm respostas <strong>para</strong> perguntas não formula<strong>da</strong>s.<br />

Pe<strong>da</strong>gogicamente ocorre um descompasso entre o sujeito perguntante e o objeto que<br />

contém a resposta. Isto significaria impor respostas não condizentes nem às perguntas nem<br />

ao contexto sociocultural na qual a pessoa está inseri<strong>da</strong>. Assim como não há um processo<br />

de busca de respostas existencialmente legítimas sem que tenham sido formula<strong>da</strong>s as<br />

perguntas. Na questão <strong>da</strong> ressignificação <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> significaria procurar<br />

promover <strong>uma</strong> ressimbolização de elementos que não se constituem em símbolos<br />

fun<strong>da</strong>ntes de <strong>uma</strong> prática <strong>docente</strong>.<br />

No método “naturalista” ou “h<strong>uma</strong>nista” as respostas são desenvolvi<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong><br />

existência h<strong>uma</strong>na e não se evidencia que a pergunta central é a <strong>da</strong> própria existência do<br />

ser. Nunca se vai além <strong>da</strong> própria existência h<strong>uma</strong>na. Nessa perspectiva, perguntas e<br />

respostas são formula<strong>da</strong>s pela própria pessoa perguntante e desejante. Significa que a<br />

pessoa formula a pergunta de acordo com a resposta conveniente e previamente formula<strong>da</strong>.<br />

Conseqüentemente, não ocorre desafio questionador. Não ocorre pe<strong>da</strong>gogicamente <strong>uma</strong><br />

desconstrução <strong>para</strong> <strong>uma</strong> reconstrução, mas <strong>uma</strong> reafirmação, <strong>uma</strong> solidificação <strong>da</strong><br />

identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>. Ao mesmo tempo, encontram-se argumentos convincentes <strong>para</strong> manter<br />

as práticas educativas propensas ao questionamento e justificar as resistências à mu<strong>da</strong>nça<br />

<strong>da</strong> prática educativa.<br />

No método “dualista” procura-se construir <strong>uma</strong> estrutura sobrenaturalista por cima<br />

de <strong>uma</strong> subestrutura natural. Esse método tenta expressar a relação entre espírito h<strong>uma</strong>no e<br />

o Espírito de Deus através de enunciados de ver<strong>da</strong>des teológicas alcançáveis através do<br />

esforço h<strong>uma</strong>no ou <strong>da</strong> “revelação-natural”. O método de correlação reduz a teologia<br />

natural a <strong>uma</strong> análise <strong>da</strong> existência e a teologia sobrenatural reduz as respostas <strong>da</strong><strong>da</strong>s às<br />

perguntas implícitas na existência. Num <strong>para</strong>lelo à dimensão pe<strong>da</strong>gógica seria como se a<br />

aprendizagem fosse algo inerente ao próprio ser h<strong>uma</strong>no, em que os <strong>da</strong>dos cognoscíveis<br />

simplesmente estão à disposição, colocados diante <strong>da</strong>s pessoas de forma inequívoca. O<br />

processo de aprendizagem é simplesmente desvelar o que já está revelado. A<br />

ressignificação <strong>da</strong> prática <strong>docente</strong> se <strong>da</strong>ria no mesmo sentido; seria como se fosse<br />

reencontrar o que já estava <strong>da</strong>do à pessoa.

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