12.04.2013 Views

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

289<br />

<strong>da</strong>s vivências simbólicas significativas, esse baú será mais aberto ou permanecerá somente<br />

com <strong>uma</strong> pequena fresta aberta. Na nossa reflexão avaliamos que mais importante do que<br />

“abrir e fechar”, é compreender o motivo do movimento e o que simboliza o movimento.<br />

Compreender a razão do movimento implica em aprender a conhecer-se e compreender-se<br />

melhor.<br />

Significa também perceber que as pessoas introverti<strong>da</strong>s realizam um movimento<br />

distinto <strong>da</strong>s pessoas extroverti<strong>da</strong>s. O hermeneuta não pode, portanto, prender-se ao<br />

movimento e à abertura do baú, mas precisa voltar a sua atenção e interpretação <strong>para</strong> quem<br />

realiza o movimento de abrir e fechar. O movimentar não é idêntico <strong>para</strong> o extrovertido e<br />

<strong>para</strong> o introvertido. Do mesmo modo, a reflexivi<strong>da</strong>de de um se faz num ritmo e num<br />

processo distinto do outro. A tarefa do hermeneuta não é classificar um e outro e nem<br />

qualificar um diante do outro, mas compreender que ca<strong>da</strong> tipologia constrói e reconstrói de<br />

forma distinta. A significação e a simbolização <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de de um e de outro também se<br />

faz de forma diferente. Conseqüentemente, a ressignificação e ressimbolização serão<br />

distintas.<br />

Nós podemos dizer, metaforicamente, que à medi<strong>da</strong> que se repete o movimento de<br />

“abrir e fechar”, a “dobradiça do baú” fica mais lubrifica<strong>da</strong>, não ocorre mais tanto barulho<br />

e a clari<strong>da</strong>de penetra mais facilmente no fundo do baú. Nesse processo podemos afirmar<br />

que ocorre a individuação, pois o consciente e o inconsciente se aproximam através de <strong>uma</strong><br />

reciproci<strong>da</strong>de e de <strong>uma</strong> auto-regulação. Na auto-regulação, o próprio inconsciente vai<br />

permitindo manifestar o que é possível revelar. O consciente conserva no inconsciente o<br />

que precisa ain<strong>da</strong> ficar protegido na “sombra”. Metaforicamente, podemos continuar<br />

afirmando que as águas ficam menos turvas, tornam-se mais claras e transparentes e<br />

conseguimos penetrar mais fundo nas águas. O inconsciente não é inativo e nem é opositor<br />

ao consciente. Ambos, n<strong>uma</strong> relação dialética de complementari<strong>da</strong>de, revelam e ocultam,<br />

manifestam e protegem, estendem a “mão de proteção” e permitem caminhar sozinho.<br />

Na crescente formação <strong>da</strong> individuação, a pessoa conhece e compreende melhor a<br />

si mesma e o self pessoal se fortalece. Podemos dizer que, quanto mais consistente e<br />

consoli<strong>da</strong>do estiver o self pessoal, mais a pessoa terá coragem de vasculhar os pontos<br />

escuros e permitir que a clari<strong>da</strong>de inva<strong>da</strong> os “cantos e as sombras do baú”. O movimento<br />

dinâmico e constante de “abrir e fechar” o baú proporciona a diminuição <strong>da</strong> “sombra” e a<br />

que<strong>da</strong> <strong>da</strong> “máscara”. A pessoa torna-se mais conheci<strong>da</strong> e conhece melhor a si mesma. Esse<br />

movimento permitirá, inclusive, que a própria pessoa se compreen<strong>da</strong> melhor <strong>para</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!