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aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

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conhecimento” 297 . A <strong>hermenêutica</strong> dos símbolos não é somente <strong>uma</strong> interpretação ou<br />

reinterpretação de um conhecimento já <strong>da</strong>do, mas transcende a própria racionali<strong>da</strong>de que<br />

se faz dos símbolos. Ela quer ser <strong>uma</strong> restauração do sentido de ser, de ser-no-mundo.<br />

Neste sentido, a relação <strong>da</strong> teoria de símbolos com a ressignificação <strong>da</strong> <strong>práxis</strong> educativa do<br />

<strong>docente</strong> implica n<strong>uma</strong> busca <strong>da</strong> restauração do sentido de ser e não só do fazer. A<br />

ressignificação nos conduz, portanto, a <strong>uma</strong> compreensão de nós mesmos.<br />

6.3. Identi<strong>da</strong>de narrativa: ipsei<strong>da</strong>de, mesmi<strong>da</strong>de e alteri<strong>da</strong>de<br />

Na obra O si-mesmo como um outro, Ricoeur culmina seus estudos sobre a filosofia<br />

analítica. 298 Ricoeur defende o primado <strong>da</strong> mediação reflexiva em relação à posição<br />

imediata ao sujeito e mostra a importância do si e <strong>da</strong> sua diferença relativamente ao si-<br />

mesmo. Nessa obra, Ricoeur desenvolve a reflexão sobre a identi<strong>da</strong>de pessoal e sublinha<br />

que O si-mesmo como um outro é <strong>uma</strong> reflexão em torno <strong>da</strong> dialética entre ipsei<strong>da</strong>de e<br />

mesmi<strong>da</strong>de e ipsei<strong>da</strong>de e alteri<strong>da</strong>de. 299 Portanto, a concepção de ipsei<strong>da</strong>de, mesmi<strong>da</strong>de e<br />

alteri<strong>da</strong>de são fun<strong>da</strong>mentais na formulação do conceito de identi<strong>da</strong>de. Edgar Piva afirma<br />

que os dois modelos de identi<strong>da</strong>de, mesmi<strong>da</strong>de e ipsei<strong>da</strong>de, “se fundem em dois modelos<br />

de permanência no tempo” 300 .<br />

Ricoeur revela, n<strong>uma</strong> entrevista concedi<strong>da</strong> a um periódico espanhol, que o título <strong>da</strong><br />

sua obra está intimamente relacionado ou inspirado no auto-retrato de Rembrandt. 301 Diz o<br />

autor, comentando o pequeno ensaio que escreveu sobre o auto-retrato de Rembrandt:<br />

297 Eduardo GROSS, Hermenêutica e religião a partir de Paul Ricoeur, p. 49.<br />

298 José Manuel M. HELENO, Hermenêutica e ontologia em Paul Ricoeur, p. 223s. José Heleno<br />

afirma (página 224) que Ricoeur “agrupa os seus estudos em torno de quatro problemáticas<br />

fun<strong>da</strong>mentais: a filosofia analítica, a filosofia <strong>da</strong> ação, a questão <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de pessoal e ‘um<br />

último desvio’ pelas ‘determinações éticas e morais <strong>da</strong> ação’”.<br />

299 Paul RICOEUR, O si-mesmo como um outro, p. 30.<br />

300 Edgar Antonio PIVA, A questão do sujeito em Paul Ricoeur, p. 219.<br />

301 José Manuel M. HELENO, Hermenêutica e ontologia em Paul Ricoeur, p. 221, nota 1.

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