aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente
aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente
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acentuou mais a racionali<strong>da</strong>de instrumental do que a reflexiva. Essas pessoas possuem <strong>uma</strong><br />
habili<strong>da</strong>de manual, demonstrando <strong>uma</strong> destreza no manuseio técnico dos instrumentos de<br />
trabalho pe<strong>da</strong>gógico. Conseqüentemente, conseguem inclusive aprimorar as habili<strong>da</strong>des<br />
tecnológicas e aperfeiçoar a racionali<strong>da</strong>de técnica-instrumental e a ressignificação <strong>da</strong> sua<br />
identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> gira em torno desse aspecto cognitivo. Essas pessoas demonstram<br />
também dificul<strong>da</strong>des <strong>para</strong> analisar o processo de aprendizagem decorrente <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des<br />
educativas e <strong>da</strong>s interações na aprendizagem. Elas se enquadram perfeitamente em<br />
ativi<strong>da</strong>des rotineiras.<br />
Elas resistem às reuniões pe<strong>da</strong>gógicas, realiza<strong>da</strong>s no ambiente escolar, que<br />
concentram as suas ativi<strong>da</strong>des no campo reflexivo. Mesmo quando demonstram disposição<br />
<strong>para</strong> a reflexão, elas logo são toma<strong>da</strong>s pelo cansaço físico e mental, porque o esforço de<br />
concentração é muito grande e cansativo. Muito mais do que a falta de hábito <strong>para</strong> a<br />
leitura, o problema concentra-se na dificul<strong>da</strong>de de interpretação.<br />
8.5. Elemento estrutural e ideológico<br />
Se a presente análise se concentrasse somente nos elementos acima mencionados,<br />
cairia no perigo de, mais <strong>uma</strong> vez, centrar a problemática <strong>da</strong> educação unicamente na<br />
pessoa do professor e, ao invés de achar caminhos alternativos, ela estaria dificultando<br />
ain<strong>da</strong> mais a situação, porque criaria um forte sentimento de culpa no educador. Não<br />
devemos nos esquecer dos elementos estruturais presentes na problemática educacional,<br />
seja na perspectiva <strong>da</strong> hierarquia de poder, na carência dos recursos h<strong>uma</strong>nos e financeiros,<br />
na problemática <strong>da</strong> infra-estrutura do ambiente escolar, seja na reali<strong>da</strong>de social carente e<br />
conflitiva e na dificul<strong>da</strong>de de li<strong>da</strong>r com a nova configuração <strong>da</strong> estrutura familiar. Diante<br />
disso, devemos reconhecer que em muitos contextos de ensino as possibili<strong>da</strong>des de<br />
mu<strong>da</strong>nça e de ressignificação <strong>da</strong> <strong>práxis</strong> educativa estão concentra<strong>da</strong>s na capaci<strong>da</strong>de<br />
inovadora do educador que consegue ser criativo num ambiente com parcos recursos<br />
materiais e financeiros.<br />
Com os <strong>da</strong>dos apresentados no início do primeiro capítulo, podemos constatar que<br />
há um número expressivo de pessoas que atuam, tanto na educação básica quanto no<br />
ensino superior, que não se identificam com a ativi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>. São pessoas que ocupam<br />
um espaço educativo, mas não se assumem como <strong>docente</strong>s e assim mesmo exercem <strong>uma</strong><br />
ação de ensino e de aprendizagem. Aqui a principal dificul<strong>da</strong>de se concentra no desejo de<br />
ser professor ou, na ver<strong>da</strong>de, na não-identificação com o ser-professor. Como vimos na