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aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

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159<br />

CAPÍTULO IX<br />

OS TIPOS PSICOLÓGICOS CONFORME JUNG<br />

Na nossa reflexão sobre as resistências à mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> <strong>práxis</strong> educativa, existe o<br />

perigo de enquadrar precipita<strong>da</strong> e erroneamente alg<strong>uma</strong>s pessoas como dispostas a<br />

qualquer mu<strong>da</strong>nça e outras como avessas a elas; alg<strong>uma</strong>s que manifestam delibera<strong>da</strong>mente<br />

o desejo de inovação e outras que são acentua<strong>da</strong>mente cautelosas. Há o grande perigo de<br />

classificar positivamente o primeiro grupo de pessoas e negativamente o segundo. E de<br />

projetar o primeiro como protótipo do ideal, do desejável e <strong>para</strong> o qual deveríamos<br />

conduzir to<strong>da</strong>s as pessoas e direcionar to<strong>da</strong> a formação dos <strong>docente</strong>s. Conseqüentemente, a<br />

formação de <strong>docente</strong>s e inclusive o projeto de ressignificação <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> estaria<br />

totalmente dirigido <strong>para</strong> esse alvo. Nesse caso, o processo de formação não seria libertador<br />

e nem constituinte do sentido do ser, mas de projeção de um protótipo idealizado vindo de<br />

fora e a ser incutido na pessoa. A reflexão sobre os processos de resistência às mu<strong>da</strong>nças<br />

<strong>da</strong> <strong>práxis</strong> educativa precisa estar consciente do perigo dessa projeção idealista e<br />

estereotipa<strong>da</strong>.<br />

As resistências às mu<strong>da</strong>nças <strong>da</strong> <strong>práxis</strong> educativa não são movi<strong>da</strong>s somente pelo<br />

desejo consciente, mas, com base no pensamento do psicanalista Carl Gustav Jung,<br />

compreendemos que também o são pelas características <strong>da</strong> tipologia psicológica <strong>da</strong>s<br />

pessoas e por suas auto-regulações inconscientes. Como vimos no elemento do mito do<br />

intocável, há dimensões relaciona<strong>da</strong>s às questões mitológicas articula<strong>da</strong>s no inconsciente<br />

<strong>da</strong> pessoa. Assim como as questões normalmente classifica<strong>da</strong>s como falta de motivação e<br />

entendi<strong>da</strong>s como um estado emocional e um problema relacional, podem ser<br />

compreendi<strong>da</strong>s como <strong>uma</strong> característica psicológica.<br />

9.1. A interação e o dinamismo tipológico<br />

Carl Jung, preocupado com o esclarecimento <strong>da</strong>s particulari<strong>da</strong>des individuais,<br />

desenvolveu, em 1920, um estudo sobre a tipologia psicológica <strong>da</strong>s pessoas. Segundo a<br />

pesquisadora Lúcia Magalhães, a gênese dessa obra é a tentativa de explicar as diferenças<br />

entre a sua psicologia e a de Freud e a de Adler. 350 O objetivo central de Jung não seria a<br />

classificação dos indivíduos em <strong>uma</strong> ou outra tipologia, mas a preocupação de melhor<br />

compreender as pessoas. Segundo Lúcia Magalhães, a obra de Carl Jung pretende<br />

350 Lúcia Maria A. MAGALHÃES, Teoria <strong>da</strong> personali<strong>da</strong>de em Carl Gustav Jung, p. 129 e 152.

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