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aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

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Essa dýnamis, essa potência de ser, existe e está correlaciona<strong>da</strong> n<strong>uma</strong> relação<br />

dialética <strong>da</strong> mesmi<strong>da</strong>de, ipsei<strong>da</strong>de e alteri<strong>da</strong>de. A pessoa revela a capaci<strong>da</strong>de e está<br />

propensa a mu<strong>da</strong>r e a transformar a sua <strong>práxis</strong>. Ela não deseja permanecer sempre a mesma<br />

pessoa, com as mesmas idéias e com os mesmos projetos. A condição <strong>da</strong> ipsei<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

pessoa lhe dá a condição de ressignificar a <strong>práxis</strong> pe<strong>da</strong>gógica e a própria identi<strong>da</strong>de pessoal<br />

e profissional. E assim tornar-se diferente. Entretanto, deve perdurar na pessoa a condição<br />

de permanência, de conservação, de continuar sendo a mesma pessoa, <strong>para</strong> que não se<br />

transforme integralmente e deixe de ser plenamente o que era. Vive-se, aqui, a salutar<br />

tensão dialética entre mu<strong>da</strong>r – ipsei<strong>da</strong>de – e conservar – mesmi<strong>da</strong>de. O que manter e o que<br />

mu<strong>da</strong>r? O movimento dialético entre ipsei<strong>da</strong>de e mesmi<strong>da</strong>de se dá na dialogici<strong>da</strong>de com o<br />

outro, na dimensão <strong>da</strong> alteri<strong>da</strong>de. É a outra pessoa que desencadeia a necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

permanência e <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça.<br />

Ao mesmo tempo, afirmamos que a identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> se consoli<strong>da</strong> e permanece<br />

na dialética entre a mesmi<strong>da</strong>de e a ipsei<strong>da</strong>de e na inter-relação entre ipsei<strong>da</strong>de e alteri<strong>da</strong>de.<br />

Ela se consoli<strong>da</strong> quando o self se fortalece. Esse fortalecimento é favorecido quando se<br />

desenvolve a narrativa sobre a sua construção identitária, no espaço comunitário do<br />

ambiente escolar onde sujeitos educadores e educandos abrem os seus baús. Ou seja,<br />

quando a narrativa <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>, através de dinâmicas de simbolização, é<br />

realiza<strong>da</strong> no espaço do pensar e do fazer pe<strong>da</strong>gógicos, se dá condições <strong>para</strong> que o self<br />

pessoal crie relações comunitárias e se configure um self grupal. O self grupal se constitui<br />

com mais facili<strong>da</strong>de quando o movimento de “abrir e fechar” o baú se faz com<br />

naturali<strong>da</strong>de e consistência, quando as sombras são menores. A identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> se<br />

configura quando as pessoas vivem num ambiente de liber<strong>da</strong>de de manifestação, quando<br />

há <strong>uma</strong> reciproci<strong>da</strong>de entre Narciso e Eco, quando um Fausto consegue conviver com um<br />

Carlitos, com um Dom Quixote, com um Prometeu.<br />

A <strong>hermenêutica</strong> <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> <strong>práxis</strong> <strong>docente</strong> quer proporcionar à pessoa do<br />

educador, através de dinâmicas simbólicas e míticas de ressignificação e ressimbolização,<br />

a compreensão de si mesmo <strong>para</strong> compreender melhor a sua própria <strong>práxis</strong> pe<strong>da</strong>gógica e<br />

sua identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> e <strong>da</strong> sua trajetória de vi<strong>da</strong> pessoal e profissional, aprendendo a<br />

conviver com a diversi<strong>da</strong>de de representações simbólicas e míticas, relacionando-se<br />

dialeticamente com a mesmi<strong>da</strong>de, ipsei<strong>da</strong>de e alteri<strong>da</strong>de, aprofun<strong>da</strong>ndo a dialogici<strong>da</strong>de e a<br />

reflexivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> essência de ser professor, adquirindo a sabedoria que advém <strong>da</strong><br />

existenciali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s “questões últimas”, resgatando o aceitar a aceitação <strong>da</strong> condição

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