12.04.2013 Views

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

15.1. Prometeu<br />

270<br />

Na versão apresenta<strong>da</strong> por Thomas Bulfinch 589 , os irmãos Prometeu e Epimeteu 590 ,<br />

personagens <strong>da</strong> mitologia greco-romana, foram encarregados de fazer o ser h<strong>uma</strong>no e os<br />

animais e lhes assegurar as condições de preservação. Epimeteu gastou os seus recursos na<br />

prodigali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> criação dos animais e não restou mais na<strong>da</strong> <strong>para</strong> <strong>da</strong>r ao ser h<strong>uma</strong>no que o<br />

tornasse superior às demais espécies. Ele precisou recorrer à aju<strong>da</strong> de Prometeu, que, com<br />

o auxílio de Minerva, subiu ao céu e acendeu a sua tocha no carro do sol e presenteou o<br />

fogo à h<strong>uma</strong>ni<strong>da</strong>de. O fogo forneceu às pessoas o meio de construir as armas, fabricar as<br />

ferramentas <strong>para</strong> cultivar a terra, pre<strong>para</strong>r a comi<strong>da</strong>, aquecer a mora<strong>da</strong> e criar a arte de<br />

cunhagem de moe<strong>da</strong>s. O presente de Prometeu concedeu certa autonomia ao ser h<strong>uma</strong>no.<br />

John Pinsent 591 e Jean-Pierre Vernant 592 localizam esse mito na fun<strong>da</strong>ção dos ritos<br />

de sacrifício. Em ambos, o roubo do fogo está relacionado com a questão do sacrifício aos<br />

deuses e o castigo sofrido por Prometeu à tentativa de enganar Zeus. Pinsent procura<br />

pesquisar as origens do mito e tenta localizar a versão mais antiga. Vernant, por sua vez,<br />

aponta que não somente Prometeu foi castigado, mas também a h<strong>uma</strong>ni<strong>da</strong>de, pois ao<br />

comer a carne, os seres h<strong>uma</strong>nos assinam sua sentença de morte 593 e são privados do fogo.<br />

Prometeu rouba, então, <strong>uma</strong> centelha, <strong>uma</strong> semente de fogo e a traz à terra. Jean-Pierre<br />

Vernant afirma que Prometeu, em rebelião contra o rei dos deuses, age em favor dos<br />

h<strong>uma</strong>nos.<br />

Na versão de Bulfinch, Prometeu representa o amigo <strong>da</strong> h<strong>uma</strong>ni<strong>da</strong>de 594 , que se<br />

coloca na sua defesa e lhe ensina a civilização e as artes. Ao realizar tal obra, Prometeu<br />

desobedeceu a vontade de Júpiter e tornou-se o alvo <strong>da</strong> ira do rei dos deuses. Os deuses, os<br />

poderosos, não poderiam jamais tolerar a ingerência de alguém no seu comando nem que<br />

alguém escapasse do seu controle. Prometeu é castigado, sendo acorrentado num rochedo,<br />

onde um abutre lhe arranca diariamente o fígado, que se renova à medi<strong>da</strong> que é devorado.<br />

A sua tortura teria fim no momento em que se resignasse e se submetesse ao opressor.<br />

589<br />

Thomas BULFINCH, O livro de ouro <strong>da</strong> mitologia, p. 20.<br />

590<br />

Prometeu e Epimeteu eram gigantes titãs.<br />

591<br />

John PINSENT, Grécia, p. 38-40.<br />

592<br />

Jean-Pierre VERNANT, Mito e religião na Grécia antiga, p. 67-73.<br />

593<br />

Id., ibid., p. 69.<br />

594<br />

Thomas BULFINCH, O livro de ouro <strong>da</strong> mitologia, p. 26.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!