aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente
aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente
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importante oportunizar aos <strong>docente</strong>s a reflexão sobre a mesmi<strong>da</strong>de, ipsei<strong>da</strong>de e alteri<strong>da</strong>de<br />
elabora<strong>da</strong> por Ricoeur, em que a mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> prática integra igualmente a permanência de<br />
aspectos <strong>da</strong> própria identi<strong>da</strong>de. A mu<strong>da</strong>nça não significa a mu<strong>da</strong>nça total <strong>da</strong> própria<br />
pessoa. É necessário manter a relação dialética desse tripé do pensamento ricoeuriano. Esta<br />
quarta atitude de resistência também revela o receio de que as mu<strong>da</strong>nças na <strong>práxis</strong><br />
educativa resultariam em per<strong>da</strong> do seu espaço na escola e também no desemprego. Essa<br />
atitude está fortemente presente na postura de não-acolhimento <strong>da</strong> opinião de estu<strong>da</strong>ntes e<br />
do autoritarismo que se manifesta em sala de aula.<br />
A quinta atitude, n<strong>uma</strong> grande semelhança com a terceira atitude, revela a<br />
dificul<strong>da</strong>de de relacionar a teoria com a prática e de refletir sobre a prática. Esta atitude<br />
tem <strong>uma</strong> relação direta com a própria formação <strong>da</strong> pessoa, que se revela mais empírica do<br />
que reflexiva.<br />
7.2. A contribuição de dinâmicas grupais e simbólicas à compreensão <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de<br />
A preocupação metodológica de resguar<strong>da</strong>r a fala <strong>da</strong>s pessoas, de não superestimar<br />
pronunciamentos individuais e nem de grupos isolados, levaram-nos a optar pelo seguinte<br />
procedimento: a) manifestação em pequenos grupos <strong>da</strong> percepção pessoal dos tipos de<br />
resistência; b) reflexão inicial sobre o texto de Fernando Hernandez, tanto individual<br />
quanto no pequeno e grande grupo; c) dinâmica simbólica <strong>para</strong> manifestação <strong>da</strong>s suas<br />
próprias resistências; d) sistematização <strong>da</strong>s falas expressa<strong>da</strong>s pelos indivíduos e pelos<br />
grupos; e) análise crítica <strong>da</strong> sistematização por parte de grupos. A construção desse<br />
processo metodológico foi sendo gra<strong>da</strong>tiva, porque percebemos que não se poderia ficar<br />
somente na análise de um ou mais textos redigidos por terceiros, pois haveria o perigo de<br />
pessoas se esconderem atrás <strong>da</strong> fala do autor do texto e não expressarem o seu pensamento<br />
pessoal. Da mesma forma, não se poderíamos permanecer unicamente na dinâmica<br />
simbólica, pois haveria o perigo de ficar na catarse pessoal e grupal e não ocorreria <strong>uma</strong><br />
reflexão crítica. Com isso, chegamos gra<strong>da</strong>tivamente ao amadurecimento metodológico de<br />
que a análise crítica de textos revela determinados aspectos interpretativos e a análise oral<br />
aponta outros, sendo importante a interligação entre as diferentes formas de manifestar <strong>da</strong><br />
compreensão e a interpretação. Ao mesmo tempo, trabalhou-se com o referencial<br />
metodológico de que as pessoas têm potenciali<strong>da</strong>des interpretativas e comunicativas<br />
distintas. No início <strong>da</strong> pesquisa, a reflexão se limitava à análise do texto de Fernando<br />
Hernandez e <strong>da</strong> dinâmica simbólica. Aos poucos, os <strong>da</strong>dos de análise foram se ampliando e<br />
se solidificando, permitindo um processo de sistematização.