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aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

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compreender melhor a sua própria <strong>práxis</strong> pe<strong>da</strong>gógica. Quanto mais consoli<strong>da</strong>do estiver o<br />

self pessoal, tanto mais aberto estará o baú de Pandora e dele fluirá a esperança de<br />

ressimbolização, de ressignificação porque se encontrará nele o sentido de ser <strong>docente</strong>.<br />

No movimento dinâmico de “abrir e fechar”, de revelar e ocultar podemos desvelar<br />

as imagens simbólicas e míticas fun<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> e descobrir qual é a<br />

predominância de Narciso, de Eco, de Prometeu, de Dom Quixote, de Carlitos e de Fausto<br />

e desenvolver <strong>uma</strong> equilibração entre um e outro. Nesta reflexão <strong>hermenêutica</strong> sobre os<br />

símbolos e os mitos, podemos constatar que eles ocultam e revelam o que se encontra nas<br />

profundezas <strong>da</strong> existência h<strong>uma</strong>na. Através <strong>da</strong> linguagem mítica, simbólica, poética e<br />

onírica, a pessoa do <strong>docente</strong> se revela e se compreende e é compreendi<strong>da</strong>. Nessa<br />

perspectiva, o conhecimento e o uso de símbolos e mitos nas ativi<strong>da</strong>des educativas em sala<br />

de aula têm a intenção de compreender a identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> e não pretende ser um<br />

processo reducionista de tratamento psicanalítico <strong>da</strong> pessoa nem de retrospectiva<br />

fenomenológica. Por isso, a presente proposta de análise não visa à negação nem à<br />

condenação de um ou de outro símbolo e mito fun<strong>da</strong>nte, por mais que tenha alg<strong>uma</strong><br />

conotação negativa, mas a fortalecer o exercício de narrar a sua própria <strong>práxis</strong> e sua<br />

trajetória de formação pessoal e profissional.<br />

Nesta reflexão <strong>hermenêutica</strong>, considero fun<strong>da</strong>mental que a pessoa do <strong>docente</strong><br />

constate a presença tanto de atitudes narcísicas quanto de ecoístas na sua pessoa e possa<br />

perceber qual delas se sobressai na sua <strong>práxis</strong> pe<strong>da</strong>gógica e na sua identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>. Ao<br />

mesmo tempo, esse autoconhecimento permitirá avaliar o quanto essa sua característica<br />

interfere e contribui na sua ação educativa e na sua relação profissional. O<br />

autoconhecimento crítico possibilita constatar que a forte predominância de um professor<br />

Narciso poderá gerar um estu<strong>da</strong>nte Eco e vice-versa. E se a predominância for<br />

massificadora, então todo um grupo de estu<strong>da</strong>ntes poderá ficar condicionado. Entretanto,<br />

no mesmo grupo de estu<strong>da</strong>ntes e de colegas <strong>docente</strong>s se pode verificar a presença de<br />

narcisos e ecos. A tarefa emancipadora do <strong>docente</strong> que desenvolve <strong>uma</strong> autocompreensão é<br />

permitir que outros narcisos e ecos se manifestem.<br />

Ao mesmo tempo, pode-se afirmar que a predominância de Eco n<strong>uma</strong> pessoa gerará<br />

<strong>uma</strong> pessoa com baixa auto-estima que terá pouca autonomia de pensamento, que<br />

reproduzirá o pensamento e a prática de outras pessoas, que não acreditará no seu próprio<br />

potencial, mas saberá ouvir e acolher a opinião <strong>da</strong>s outras pessoas. Um professor Narciso<br />

será alguém com alta auto-estima que acreditará nas suas próprias idéias, terá iniciativa,

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