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aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

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220<br />

relacional e grupal. Ela baseia a sua reflexão no conceito de self grupal elaborado por<br />

Carlos Byington:<br />

O self grupal expressa a totali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s forças conscientes e<br />

inconscientes, subjetivas e objetivas atuando num grupo e sendo<br />

coordena<strong>da</strong>s pelos mesmos arquétipos que o self individual. 482<br />

Ecleide Furlanetto afirma que o self grupal<br />

não se constitui pela simples justaposição dos indivíduos, mas sim pelo<br />

encontro de sujeitos que, por meio de suas trocas conscientes e<br />

inconscientes, compõem <strong>uma</strong> totali<strong>da</strong>de na qual as partes funcionam<br />

articula<strong>da</strong>s. 483<br />

Quanto mais a narrativa dos processos pessoais <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> for realiza<strong>da</strong><br />

de forma comunitária e as pessoas puderem interpretar e reinterpretar comunitariamente ao<br />

narrarem a trajetória pessoal de vi<strong>da</strong> e a compreensão <strong>da</strong> sua identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>, tanto<br />

mais poderá ocorrer eficaz e efetivamente um processo de individuação e a constituição de<br />

um self grupal. Isso também significa que quanto maiores forem os processos de interação<br />

entre as pessoas do mesmo grupo, maior será o grau de confiança e conseqüentemente de<br />

revelação do inconsciente.<br />

Dessa forma, configura-se a concepção de que a construção e a reconfiguração<br />

permanente <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de não se restringe somente à dimensão consciente e nem mesmo à<br />

pura racionalização do pensamento e <strong>da</strong> ação. Se assim o fosse, haveria um reducionismo<br />

intelectualista e <strong>uma</strong> dependência ao processo racional. Distanciando-se do reducionismo<br />

racional, podemos afirmar que os símbolos, assim como o mito, são denominadores<br />

constituintes <strong>da</strong> formação <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de que transcendem esse reducionismo e que os<br />

processos de ressignificação não operam unicamente na consciência e nem só no<br />

inconsciente, assim como não constituem pura racionalização.<br />

Procurando relacionar a reflexão psicope<strong>da</strong>gógica de Byington e Furlanetto com a<br />

de Tillich, podemos dizer que o self grupal ocorre quando os símbolos e os mitos que<br />

tocam a existência h<strong>uma</strong>na não são expressões somente de <strong>uma</strong> única pessoa, mas<br />

representação de um grupo de pessoas. Isso significa que, <strong>para</strong> se tornar possível a<br />

concretização do self grupal, será necessário que ocorram relações simbólicas, tanto<br />

conscientes quanto inconscientes, entre as pessoas componentes de um grupo. Os símbolos<br />

482<br />

Carlos Amadeu Botelho BYINGTON, Pe<strong>da</strong>gogia simbólica: a construção amorosa do<br />

conhecimento do ser, p. 29.<br />

483<br />

Ecleide Cunico FURNALETTO, A formação de professores : aspectos simbólicos de <strong>uma</strong><br />

pesquisa interdisciplinar, p. 76.

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