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aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

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Entretanto, por melhor que seja o equipamento de mergulho, por maior que seja a<br />

coragem e os desafios, sempre persistirá <strong>uma</strong> parte escura, a sombra, sempre haverá a<br />

profundeza <strong>da</strong>s profundezas. Jung afirma que “a sombra é um desfiladeiro” 220 . Nem os<br />

melhores equipamentos de mergulho, nem mesmo o espírito mais desbravador, poderá<br />

proteger a pessoa <strong>da</strong> “pressão <strong>da</strong>s águas”, o “pulmão” não resistiria. Ou seja, sempre<br />

haverá algum espaço, algum lugar onde prevalecerá a sombra, o qual pode ser entendido<br />

como o refúgio dos arquétipos, <strong>da</strong>s imagens primordiais. Conseqüentemente, entender o si-<br />

mesmo é procurar compreender a dimensão do inconsciente pessoal e o inconsciente<br />

coletivo.<br />

Nesta reflexão metafórica sobre a ilha - o si-mesmo -, constatamos que nem to<strong>da</strong>s<br />

as ilhas têm águas calmas e transparentes na sua margem, nem to<strong>da</strong>s as ilhas são belas e<br />

possuem fontes de água pura e límpi<strong>da</strong>. Precisamos reconhecer que nem tudo n<strong>uma</strong> ilha,<br />

por mais belo que seja, é maravilhoso, nem to<strong>da</strong>s as frutas são saborosas, nem to<strong>da</strong>s as<br />

árvores protegem as pessoas do sol escal<strong>da</strong>nte, nem sempre será possível mergulhar nas<br />

águas profun<strong>da</strong>s; haverá dias em que as águas, seja do rio ou do mar, serão mais violentas<br />

e poderão produzir destruição e, então, será necessário reconstruir, reedificar.<br />

4.4. Inconsciente coletivo e inconsciente pessoal<br />

Uma dimensão evidente na compreensão <strong>da</strong> psique h<strong>uma</strong>na é o consciente, é o eu.<br />

Como fator consciente, o “eu pode ser perfeitamente descrito, (...) isto nos proporcionaria<br />

<strong>uma</strong> imagem <strong>da</strong> personali<strong>da</strong>de consciente” 221 ; ele é o complexo com o qual “todos os<br />

conteúdos conscientes se relacionam” 222 , é a ação prevista e calcula<strong>da</strong>.<br />

O inconsciente pessoal é<br />

constituído essencialmente de conteúdos que já foram conscientes e, no<br />

entanto, desapareceram <strong>da</strong> consciência por terem sido esquecidos ou<br />

reprimidos 223 ,<br />

ou porque já cumpriram a sua função, já exerceram <strong>uma</strong> ativi<strong>da</strong>de, não têm mais<br />

<strong>uma</strong> utili<strong>da</strong>de imediata. Os conteúdos do inconsciente pessoal são pessoais, não estão no<br />

âmbito <strong>da</strong> coletivi<strong>da</strong>de, são o que estão mais próximos <strong>da</strong> individuali<strong>da</strong>de, <strong>da</strong> peculiari<strong>da</strong>de<br />

220 Carl Gustav JUNG, Os arquétipos e o inconsciente, § 45.<br />

221 Carl Gustav JUNG, AION - estudos sobre o simbolismo do si-mesmo, § 7.<br />

222 Id., ibid., § 1.

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