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aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

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<strong>da</strong>s suas relações h<strong>uma</strong>nas, tanto maior clareza ele terá <strong>da</strong>s suas ativi<strong>da</strong>des, do seu papel<br />

educativo e <strong>da</strong> sua identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>.<br />

Silvino Fritzen 474 reforça a idéia de Luft de que em ca<strong>da</strong> pessoa sempre haverá a<br />

presença dos quatro quadrantes.<br />

11.7. O baú de Pandora<br />

O movimento de abrir e fechar o baú revela o dinamismo <strong>da</strong>s relações h<strong>uma</strong>nas e,<br />

ao mesmo tempo, a possibili<strong>da</strong>de de ressignificação <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de pessoal. Enfrentar o medo<br />

de confrontar-se com situações dolorosas é um passo importante <strong>para</strong> o autoconhecimento,<br />

a aproximação do inconsciente e do consciente pessoal e, conseqüentemente, a construção<br />

mais equilibra<strong>da</strong> e estrutura<strong>da</strong> do si-mesmo. Dispor-se a abrir o baú é sinal <strong>da</strong><br />

manifestação de esperança, do desejo de mu<strong>da</strong>nça e de que o processo de ressignificação já<br />

começou.<br />

A metáfora do movimento de abrir o baú nos faz recor<strong>da</strong>r o mito de Pandora.<br />

Thomas Bulfinch apresenta duas versões desse mito. N<strong>uma</strong> delas, Júpiter criou Pandora e a<br />

enviou a Prometeu e a seu irmão Epimeteu <strong>para</strong> puni-los pela ousadia de terem furtado o<br />

fogo do céu. Júpiter pretendia igualmente penalizar o homem por ter aceitado o fogo 475<br />

como presente. Esta versão conta que Epimeteu tinha em casa <strong>uma</strong> caixa que continha<br />

certos artigos malignos. Pandora viu a caixa e toma<strong>da</strong> de intensa curiosi<strong>da</strong>de, e não<br />

sabendo do seu conteúdo, destampa-a e libera a multidão de pragas que atingiram o<br />

desgraçado homem. Pandora, contudo, apressa-se em fechar a caixa, mas infelizmente todo<br />

o seu conteúdo tinha escapado, restando somente esperança, que permanecera no fundo <strong>da</strong><br />

caixa. Bulfinch 476 considera essa versão absur<strong>da</strong>, pois como poderia a esperança, jóia tão<br />

preciosa e único artigo benigno, ter sido mistura<strong>da</strong> com todos os males.<br />

Esta versão é segui<strong>da</strong>mente com<strong>para</strong><strong>da</strong> com o mito de Adão e Eva, sendo o ato de<br />

Pandora igualado ao de Eva. Ambas são condena<strong>da</strong>s. Eva porque se deixou enganar pela<br />

serpente e Pandora porque se deixou dominar pela curiosi<strong>da</strong>de e assim conseqüentemente<br />

ambas introduziram os males e os pecados no mundo. Nos dois relatos, é projeta<strong>da</strong> sobre a<br />

mulher to<strong>da</strong> <strong>uma</strong> carga de culpa, transformando-a na expressão simbólica <strong>da</strong> culpa.<br />

474 Silvino José FRITZEN, Janela de Johari, p. 12-15.<br />

475 Thomas BULFINCH, O livro de ouro <strong>da</strong> mitologia: história de deuses e heróis, p. 20.<br />

476 Id., ibid., p. 22.

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