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aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

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172<br />

CAPÍTULO X<br />

ACEITAR A ACEITAÇÃO – UM OLHAR TEO-PEDAGÓGICO<br />

No capítulo anterior, verificamos que diversas situações de resistência têm <strong>uma</strong><br />

dimensão estrutural, social, conjuntural e pessoal. Entretanto, também constatamos que<br />

pesquisadores em educação afirmam que não podemos nos limitar a esta análise. A<br />

interpretação <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> transcende a questão institucional e estrutural. Não<br />

desejamos simplesmente constatar a postura do <strong>docente</strong> frente a <strong>uma</strong> reali<strong>da</strong>de<br />

institucional, mas analisar o quanto a pessoa do <strong>docente</strong> se compreende face à situação e o<br />

quanto ele encontra sentido no que faz. Esta reflexão integra a compreensão de si mesmo e<br />

a sua relação com as outras pessoas. Esta investigação concentra-se na questão <strong>da</strong><br />

autocompreensão do ser-<strong>docente</strong> e <strong>da</strong> sua significação e ressignificação.<br />

Acreditamos que a ressignificação e a ressimbolização <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> <strong>práxis</strong><br />

<strong>docente</strong> exige <strong>da</strong> pessoa <strong>uma</strong> disposição <strong>para</strong> mu<strong>da</strong>nça e <strong>uma</strong> coragem <strong>para</strong> transcender os<br />

seus próprios limites. É um transcender a si mesmo <strong>para</strong> compreender-se melhor e <strong>da</strong>r<br />

melhor quali<strong>da</strong>de e sentido ao seu ser e ao seu fazer. Compreendemos que o ato de<br />

transcender não se restringe somente aos processos sociais, estruturais, políticos e<br />

pe<strong>da</strong>gógicos, às propostas e dinâmicas interativas, à conscientização de <strong>uma</strong> reali<strong>da</strong>de, mas<br />

incorpora, n<strong>uma</strong> perspectiva integralizadora, a dimensão teológica e ontológica. As<br />

atitudes frente a mu<strong>da</strong>nças e à ressignificação envolvem a coragem de ser.<br />

Neste sentido, queremos, neste capítulo, nos apropriar do pensamento teológico <strong>da</strong><br />

graça, refletindo, especialmente, sobre o pensamento de Paul Tillich e analisando a sua<br />

contribuição <strong>para</strong> a interpretação <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> <strong>práxis</strong> <strong>docente</strong>.<br />

10.1. A coragem de ser e a ressignificação<br />

Paulo Freire afirma que o problema não está no medo, mas sim na falta de coragem<br />

de enfrentar e superar o medo. 382 E isso significa não permitir que o medo nos imobilize.<br />

Freire fala <strong>da</strong> importância de saber controlar o medo sem negar a sua existência e sem<br />

rejeitar o sonho. 383 Por outro lado, quando a pessoa é domina<strong>da</strong> pelo medo revela-se<br />

382 Paulo FREIRE, Professora sim, tia não, p. 57s.<br />

383 Paulo FREIRE, Ira SHOR, Medo e ousadia, p. 81.

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