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aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

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182<br />

MOVIMENTO IV<br />

DINÂMICAS INTERATIVAS E A (RE) CONSTRUÇÃO<br />

DE CAMINHOS<br />

Elaborar <strong>uma</strong> reflexão sobre a identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> pode representar apenas <strong>uma</strong><br />

recor<strong>da</strong>ção de acontecimentos e nem sempre <strong>uma</strong> reflexão sobre a <strong>práxis</strong> educativa. Se<br />

ocorrer somente <strong>uma</strong> recor<strong>da</strong>ção, então esse processo se limitará às lembranças do passado<br />

e a um ato de saudosismo. Contudo, se houver <strong>uma</strong> identificação de situações marcantes<br />

que foram determinantes na trajetória educativa básica <strong>da</strong> pessoa e na formação como<br />

educador, acompanha<strong>da</strong> de <strong>uma</strong> reflexão sobre as mesmas, então esse movimento poderá<br />

se transformar num momento de interpretação e reinterpretação <strong>da</strong> trajetória histórica e do<br />

processo de formação <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>.<br />

afirma que<br />

O educador português António Nóvoa, ao teorizar sobre a formação de <strong>docente</strong>s,<br />

urge (re-)encontrar espaços de interação entre as dimensões pessoais e<br />

profissionais, permitindo aos professores apropriar-se dos seus processos<br />

de formação e <strong>da</strong>r-lhes um sentido o quadro <strong>da</strong>s suas histórias de vi<strong>da</strong>. (...)<br />

A formação deve estimular <strong>uma</strong> perspectiva crítico-reflexiva, que forneça<br />

aos professores os meios de um pensamento autônomo e que facilite as<br />

dinâmicas de autoformação participa<strong>da</strong>. (...) A formação não se constrói<br />

por acumulação, mas sim através de um trabalho de reflexivi<strong>da</strong>de crítica<br />

sobre as práticas de (re-)construção de <strong>uma</strong> identi<strong>da</strong>de pessoal. 416<br />

É fun<strong>da</strong>mental que, na formação do <strong>docente</strong>, seja no período <strong>da</strong> formação básica,<br />

seja no <strong>da</strong> continua<strong>da</strong>, ocorra <strong>uma</strong> análise reflexiva crítica sobre a sua própria formação<br />

pessoal e acadêmica. Entretanto, esse processo não pode ficar restrito a <strong>uma</strong> dimensão<br />

individual e nem a <strong>uma</strong> ação isola<strong>da</strong>, mas deve ser realizado em espaços comunitários.<br />

afirma que<br />

Na dimensão <strong>da</strong> percepção <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de pessoal, o filósofo e teólogo Paul Ricoeur,<br />

o outro mais próximo do eu é o si-mesmo do eu, o eu reflexivo, o simesmo<br />

como um outro ou o outro de si mesmo. 417<br />

A dimensão mais próxima <strong>da</strong> pessoa é a reflexão que a própria pessoa faz de si<br />

mesma e isto se torna mais efetivo na reflexão sobre a relação de si mesma com o outro. A<br />

pessoa <strong>docente</strong> se conhece melhor quando olha a si mesma diante do outro e quando tem<br />

416 António NÓVOA, Formação de professores e profissão <strong>docente</strong>, p. 25.<br />

417 Apud Roberto DAUNIS, Jovens: desenvolvimento e identi<strong>da</strong>de, p. 102.

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