aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente
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transformadores” visa a pre<strong>para</strong>r um <strong>docente</strong> que saiba desenvolver <strong>uma</strong> ativi<strong>da</strong>de prática<br />
de forma crítica e obter <strong>uma</strong> capacitação crítica sobre a ação prática.<br />
Segundo a análise de Antonio Zuin e Bruno Pucci, Henry Giroux propõe a<br />
“revitalização <strong>da</strong> pe<strong>da</strong>gogia dialética” 339 , porque através dela seria possível retomar um<br />
processo de distanciamento e aproximação de <strong>uma</strong> reali<strong>da</strong>de; <strong>uma</strong> atitude de suspeita<br />
reflexiva, em que se torna possível um questionamento sobre as práticas educativas e sobre<br />
as teorias pe<strong>da</strong>gógicas. Henry Giroux afirma que:<br />
A resistência deve ter <strong>uma</strong> função reveladora, que contenha <strong>uma</strong> crítica<br />
<strong>da</strong> dominação e forneça oportuni<strong>da</strong>de teórica par a auto-reflexão e <strong>para</strong> a<br />
luta no interesse <strong>da</strong> auto-emancipação e <strong>da</strong> emancipação social. 340<br />
Isto significa que a resistência contém um elemento de denúncia <strong>da</strong> opressão, mas<br />
que não pode permanecer somente nisto. Ela deve se converter num engajamento social de<br />
luta de classe e reconhecimento que as escolas são “espaços culturais” e “arenas de<br />
contestação e luta entre grupos de diferente poder cultural e econômico” 341 .<br />
Henry Giroux analisa que a possibili<strong>da</strong>de de mu<strong>da</strong>nça somente é possível quando o<br />
professor e o aluno são vistos como intelectuais transformadores. Sem essa compreensão<br />
do professor, a sua formação somente poderá ser entendi<strong>da</strong> como <strong>uma</strong> capacitação técnica<br />
e não como a de alguém que tem um potencial de transformação. Ao mesmo tempo, ele<br />
afirma que é necessário desenvolver<br />
<strong>uma</strong> linguagem criticamente afirmativa que permita aos educadores,<br />
enquanto intelectuais transformadores, compreenderem como se<br />
produzem as subjetivi<strong>da</strong>des dentro <strong>da</strong>quelas formas sociais em que as<br />
pessoas se deslocam, mas que muitas vezes são só parcialmente<br />
compreendi<strong>da</strong>s. 342<br />
Portanto, a análise crítica é essencialmente <strong>uma</strong> ação propositiva de <strong>uma</strong> mensagem<br />
de esperança, não somente de reação, mas de construção de <strong>uma</strong> nova forma de relações<br />
interpessoais e intergrupais. O autoconhecimento <strong>da</strong> construção pessoal não pode<br />
restringir-se, em hipótese alg<strong>uma</strong>, à dimensão <strong>da</strong> auto-aju<strong>da</strong> e do olhar-se no espelho, mas<br />
deve avançar <strong>para</strong> <strong>uma</strong> transformação <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de social. A escola é compreendi<strong>da</strong> como<br />
um espaço cultural de exercício e de experiência de transformação de <strong>uma</strong> reali<strong>da</strong>de maior.<br />
339<br />
Antonio ZUIN, Bruno PUCCI, A pe<strong>da</strong>gogia radical de Henry Giroux, p. 123.<br />
340<br />
Henry GIROUX, Teoria crítica e resistência social, p. 148.<br />
341<br />
Id., ibid., p. 105.<br />
342<br />
Henry GIROUX, Pe<strong>da</strong>gogia crítica, política cultural e o discurso <strong>da</strong> experiência, p. 137.