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aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

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possível viver a vi<strong>da</strong> em plenitude, quando estamos em harmonia com os símbolos” 209 e<br />

Verena Kast complementa dizendo que, quando os “símbolos se tornam experienciáveis<br />

(...), passamos a nos sentir mais vivos” 210 .<br />

Desenvolver, portanto, trabalhos com <strong>docente</strong>s através de processos simbólicos ou<br />

míticos tem o intuito de promover a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, tornar mais consciente o<br />

inconsciente <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>, suavizar a força e influência <strong>da</strong> sombra e amenizar a<br />

presença <strong>da</strong> persona <strong>da</strong> pessoa. Assim como Leonardo Boff aponta <strong>para</strong> a co-<br />

existenciali<strong>da</strong>de do simbólico e do diabólico, <strong>da</strong> mesma maneira afirmamos que a pessoa<br />

não existe sem coexistenciali<strong>da</strong>de do símbolo do “si-mesmo”, <strong>da</strong> sombra e <strong>da</strong> persona.<br />

Sempre haverá algum momento na vi<strong>da</strong> em que a persona se evidenciará. Será, inclusive,<br />

<strong>uma</strong> forma de proteção do próprio “si-mesmo”, <strong>da</strong> transparência <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. Assim, por mais<br />

transparente que a pessoa seja, por mais que os símbolos e mitos revelem as imagens<br />

primordiais <strong>da</strong> gênese h<strong>uma</strong>na, ain<strong>da</strong> assim sempre será necessário resguar<strong>da</strong>r algum<br />

elemento <strong>da</strong> sombra. Além de proteger a pessoa, esse aspecto revela a própria finitude <strong>da</strong><br />

capaci<strong>da</strong>de h<strong>uma</strong>na de conhecer a infinitude <strong>da</strong> existência h<strong>uma</strong>na. A existência h<strong>uma</strong>na<br />

sempre transcenderá a capaci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> pessoa de se compreender e se conhecer. Aqui reside<br />

<strong>uma</strong> <strong>da</strong>s dimensões mais belas, cativantes e contagiantes <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> h<strong>uma</strong>na. A arte <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, a<br />

sabedoria é justamente co-harmonizar a sombra e a persona com o símbolo do “si-mesmo”<br />

e de o consciente saber li<strong>da</strong>r com o inconsciente. Trata-se, na ver<strong>da</strong>de, <strong>da</strong> “concordância de<br />

nosso pensamento com as imagens primordiais do inconsciente” 211 .<br />

4.3. Símbolo do si-mesmo – self<br />

Jung propôs que a personali<strong>da</strong>de global, que não pode ser capta<strong>da</strong> na sua totali<strong>da</strong>de,<br />

fosse denomina<strong>da</strong> de si-mesmo, de self (Selbst). 212 O si-mesmo não pode ser totalmente<br />

captado nem totalmente compreendido, pois integra tanto o inconsciente quanto o<br />

consciente, expressa a uni<strong>da</strong>de e a totali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> personali<strong>da</strong>de global 213 , é entendido como<br />

a totali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> personali<strong>da</strong>de presente e futura 214 , é a razão <strong>da</strong> personali<strong>da</strong>de individual,<br />

209 Carl Gustav JUNG, A natureza <strong>da</strong> psique, § 753.<br />

210 Verena KAST, A dinâmica dos símbolos, p. 37.<br />

211 Carl Gustav JUNG, A natureza <strong>da</strong> psique, § 794.<br />

212 Carl Gustav JUNG, AION - Estudos sobre o simbolismo do si-mesmo, § 9.<br />

213 Carl Gustav JUNG, Tipos psicológicos, § 891.<br />

214 Verena KAST, A dinâmica dos símbolos, p. 126.

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