12.04.2013 Views

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

268<br />

que os baús estão abertos e restam poucos “cantinhos” escuros. A dinâmica dialética do<br />

nosso narcisar e ecoar se dá à medi<strong>da</strong> que a “individuação” <strong>da</strong> pessoa se fortalece; que a<br />

sombra e a persona não prejudicam o desenvolvimento <strong>da</strong> pessoa; que o self, como<br />

totali<strong>da</strong>de do ser, emerge; que a constante auto-regulação na memória permite reconstituir<br />

periodicamente a trajetória de vi<strong>da</strong> do <strong>docente</strong>.<br />

A possibili<strong>da</strong>de dialética do narcisar e ecoar pessoal ocorre quando conseguimos<br />

narrar e não somente descrever a nossa trajetória de vi<strong>da</strong>; quando, ao narrar, interpretamos<br />

a nós mesmos; quando, ao narrar, inter-relacionamos a ipsei<strong>da</strong>de, a mesmi<strong>da</strong>de e a<br />

alteri<strong>da</strong>de; quando, ao narrar, redescobrimos a nossa identi<strong>da</strong>de fixa e flexível; quando, ao<br />

narrar, recuperamos o sentido de ser e de atuar. O equilíbrio entre o narcisar e o ecoar<br />

ocorre quando ressignificamos a nossa <strong>práxis</strong>, tanto reflexiva quanto prática, narcísica e<br />

ecoísta e as ressimbolizações em novas ações e lhes <strong>da</strong>mos um novo sentido; quando<br />

descobrimos, na ressignificação, a dinâmica do sentido de ser professor. O narcisar e ecoar<br />

ocorre quando os processos de ressignificação e ressimbolização atingem os nossos<br />

símbolos estruturantes, constituintes <strong>da</strong> nossa identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>; quando os símbolos <strong>da</strong><br />

profundeza <strong>da</strong> nossa existência, que tocam a incondicionali<strong>da</strong>de do nosso ser, são<br />

ressimbolizados, pois necessitam de <strong>uma</strong> reconfiguração <strong>da</strong> correlacionali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

Quando esse processo se desencadeia, a identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> se fortalece ou se<br />

reconfigura e o baú e as janelas podem ser novamente abertas no futuro, pois o seu<br />

movimento dinâmico não é ameaçador e nem desestabilizador.<br />

Procurando seguir o princípio hermenêutico ricoeuriano, pode-se dizer que o<br />

professor ecoísta consegue hermeneuticamente compreender um texto, porém não<br />

interpretá-lo, traduzindo os códigos subjacentes do texto <strong>para</strong> a reali<strong>da</strong>de em que se<br />

encontra. E na perspectiva do pensamento de Tillich, pode-se dizer que o professor ecoísta<br />

não consegue realizar <strong>uma</strong> correlação entre o texto, a leitura e a própria reali<strong>da</strong>de e muito<br />

menos compreender e interpretar o texto a partir <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!