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aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

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138<br />

d) Após o grito de alívio, o proponente começa a narrar a história dos morangos 331 :<br />

Lá, muito longe, do outro lado do mundo, num país onde o sol aparece<br />

quando aqui as estrelinhas começam a piscar.<br />

Lá, quando as crianças vão <strong>para</strong> a cama, os seus pais lhes contam a seguinte<br />

estória:<br />

Um homem ia feliz pela floresta quando, de repente, ouviu um urro terrível.<br />

Era um leão.<br />

Ele teve muito medo e começou a correr.<br />

O medo era muito, a floresta era fecha<strong>da</strong>.<br />

Ele não viu por onde ia e caiu num precipício.<br />

No desespero agarrou-se a <strong>uma</strong> raiz de árvore que saía <strong>da</strong> terra. Ali ficou,<br />

dependurado sobre o abismo.<br />

De repente olhou <strong>para</strong> a sua frente: na parede do precipício crescia um<br />

pezinho de morangos.<br />

Havia nele um moranguinho, gordo e vermelho, bem ao alcance <strong>da</strong> sua mão.<br />

Fascinado por aquele convite, <strong>para</strong> aquele momento, ele colheu<br />

carinhosamente o moranguinho, esquecido de tudo o mais.<br />

E o comeu.<br />

Estava delicioso! . . .<br />

Sorriu, então, de que na vi<strong>da</strong> houvesse coisas tão belas.<br />

Que possamos na vi<strong>da</strong> não somente amontoar pedras, mas nos deliciar com os<br />

moranguinhos que estão a nossa volta.<br />

A maioria <strong>da</strong>s pessoas que partici<strong>para</strong>m dessa dinâmica manifestaram, na primeira<br />

parte dela, desejos relacionados às relações h<strong>uma</strong>nas no ambiente escolar. Outras pessoas<br />

se manifestaram em relação ao processo de ensino e poucas pessoas mencionaram as<br />

questões estruturais, institucionais, financeiras do sistema de ensino e recursos h<strong>uma</strong>nos.<br />

As principais manifestações <strong>da</strong>s pessoas giraram em torno dos sentimentos e <strong>da</strong>s relações<br />

interpessoais. Elas manifestaram que pretendiam jogar fora, “jogar no fundo do poço”, a<br />

rivali<strong>da</strong>de, a falta de coleguismo, falta de humor, o mau-humor, a desunião, as intrigas e<br />

fofocas. Mas também, a incompreensão, o comodismo <strong>da</strong>s pessoas, a falta de vontade de<br />

mu<strong>da</strong>r o tradicionalismo pe<strong>da</strong>gógico. Estas foram as principais “pedras”. Entre professores<br />

de escola pública destacou-se de forma expressiva as pedras do baixo salário e <strong>da</strong>s<br />

péssimas condições de trabalho.<br />

Uma professora que participou do curso de especialização em Ensino Religioso, na<br />

ci<strong>da</strong>de de Pelotas/RS, em novembro de 2003, declarou que 332 :<br />

331<br />

O texto desta história encontra-se no livro Os morangos, de Rubem Alves, <strong>da</strong> coleção Estórias<br />

<strong>para</strong> pequenos e grandes.<br />

332<br />

A sua declaração está diretamente relaciona<strong>da</strong> ao texto do início deste capítulo (3.2.2. Atitudes<br />

de resistência) e <strong>da</strong> parte final do primeiro capítulo desta tese.

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