12.04.2013 Views

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

249<br />

CAPÍTULO XIV<br />

O MOVIMENTO DO GRUPO HERMENÊUTICO<br />

Na relação dos mitos e do seu sentido com a questão <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>, chega-<br />

se a um dos momentos difíceis <strong>da</strong> tarefa de compreensão <strong>da</strong> trajetória identitária. Quais são<br />

os mitos de maior representação identitária e que melhor possam representar a <strong>práxis</strong><br />

educativa? Diante dessa questão central, procurou-se apresentar o relato de diversos mitos<br />

aos grupos de pessoas que se encontravam em formação continua<strong>da</strong> e perceber qual deles<br />

provocava maior ressonância pessoal e reflexão grupal. Metodologicamente, utilizei a<br />

estratégia de reflexão grupal permea<strong>da</strong> de reflexões individuais e de pequenos grupos.<br />

Adotei um princípio que se podería denominar de “<strong>hermenêutica</strong> grupal ou inter-<br />

relacional”, em que as interpretações individuais eram socializa<strong>da</strong>s num grupo inicialmente<br />

de 6 a 8 pessoas e posteriormente de 25 a 30 pessoas. A socialização e a interação<br />

interpretativa partia, na maior parte <strong>da</strong>s vezes, do individual e passava <strong>para</strong> o grupal,<br />

permitindo a fala <strong>da</strong>s pessoas e o confronto <strong>da</strong>s idéias e <strong>da</strong>s interpretações. O processo de<br />

reflexão de um ou dois mitos durava, em média, um turno de ativi<strong>da</strong>de educativa. Esse<br />

processo de seleção dos mitos significativos foi realizado com quatro grupos distintos de<br />

formação continua<strong>da</strong> de <strong>docente</strong>s. A opção por esse processo metodológico tinha a<br />

intenção de verificar os mitos mais expressivos e evitar a seleção ou o destaque de algum<br />

mito com menor significação e abrangência mais restrita. Além disso, havia o cui<strong>da</strong>do de<br />

não selecionar ou destacar um mito ligado à minha preferência pessoal ou que tinha um<br />

significado pessoal.<br />

Nesse processo, precisei “abrir mão” do “mito do “graal” e de não <strong>da</strong>r maior<br />

destaque ao mito <strong>da</strong> “árvore <strong>da</strong> sabedoria”. Este ficou incorporado à reflexão sobre as<br />

resistências às mu<strong>da</strong>nças <strong>da</strong> <strong>práxis</strong> educativa e lá eu o denominei de “o mito do intocável”.<br />

Fui percebendo que o mito do “graal” poderia estar muito ligado a trajetória pessoal <strong>da</strong><br />

elaboração de <strong>uma</strong> tese e até mesmo de <strong>uma</strong> titulação. A busca pelo cálice <strong>da</strong> eterni<strong>da</strong>de ou<br />

<strong>da</strong> sabedoria ou do discernimento ou <strong>da</strong> felici<strong>da</strong>de era algo pessoal e que não estava<br />

presente, com o mesmo peso e <strong>da</strong> mesma forma, na reflexão e na trajetória de vi<strong>da</strong> de<br />

outras pessoas. Isto não significa que, em algum outro grupo não pesquisado, ele não tenha<br />

<strong>uma</strong> significação especial.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!