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aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

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própria maneira de falar e de gesticular. É o espaço onde a pessoa realiza projeções e suas<br />

ações são desconecta<strong>da</strong>s <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de, mas ela não as entende como tais. É também, por<br />

sua vez, o espaço onde a pessoa mais manifesta oposição, pois as outras pessoas lhe dizem<br />

e apontam fatos, falas e atitudes realiza<strong>da</strong>s por ela, de que ela própria não tem consciência<br />

e inclusive rejeita a autoria delas. As demais pessoas passam por mentirosas e até por<br />

“traidoras”. Utilizando a representação simbólica do baú, pode-se dizer que as demais<br />

pessoas se aproximam mais facilmente do baú e conseguem ver com mais tranqüili<strong>da</strong>de o<br />

seu conteúdo do que a própria pessoa dona do baú. As demais pessoas, apesar <strong>da</strong>s sombras<br />

e dos cantinhos escuros, conseguem ver o seu conteúdo.<br />

O terceiro quadrado – facha<strong>da</strong> ou área do eu secreto – significa o espaço <strong>da</strong>s<br />

defesas pessoais, pois a pessoa sabe o conteúdo do baú, mas não deseja a aproximação de<br />

outras pessoas. Esse quadrado ou essa facha<strong>da</strong> é a principal manifestação <strong>da</strong> persona, pois<br />

a pessoa encontra-se n<strong>uma</strong> contínua atitude de representação teatral. Nessa situação, a<br />

pessoa está, metaforicamente falando, permanentemente “calculando os seus passos,<br />

medindo as suas palavras” <strong>para</strong> não revelar o que não deseja, <strong>para</strong> proteger o seu íntimo.<br />

Nesse espaço de relações, a pessoa conhece melhor a si mesma do que as outras pessoas a<br />

conhecem. A pessoa tem medo de que as outras pessoas descubram o que ela pensa e sente<br />

a respeito do grupo e de si mesmo, e ela tem conseqüentemente medo de ser rejeita<strong>da</strong>. Há<br />

também o receio de que as pessoas levem vantagens com as informações que ela possui;<br />

por isso, a melhor defesa é o segredo, é não revelar as suas informações. Utilizando a<br />

representação simbólica do baú, pode-se dizer que, nesse espaço de relações h<strong>uma</strong>nas, a<br />

pessoa manipula o abrir e o fechar do baú, ela tem o controle sobre os movimentos de abrir<br />

e fechar.<br />

O quarto quadrado – o eu desconhecido ou a área ignora<strong>da</strong> – é o espaço <strong>da</strong>s<br />

relações h<strong>uma</strong>nas mais sujeito à surpresa e ao imprevisto, pois nem a própria pessoa e nem<br />

as demais pessoas estão conscientes de determinados comportamentos e motivações. É a<br />

expressão de vi<strong>da</strong> que contém fatores <strong>da</strong> personali<strong>da</strong>de que as próprias pessoas não estão<br />

conscientes de possuírem, e que nem as demais pessoas conhecem. Utilizando a<br />

representação simbólica do baú, pode-se dizer que é o espaço onde predominam as<br />

sombras e os “cantinhos escuros”, onde se tem mais receio do que alegria ao se aproximar<br />

do baú. Nesse quadrado, o baú permanece mais fechado do que entreaberto. É onde os<br />

processos de auto-regulação ativam mais os mecanismos de defesa do que os de<br />

equilibração <strong>da</strong>s relações h<strong>uma</strong>nas. Aqui ocorre um distanciamento mútuo entre a pessoa e<br />

472 Id., ibid., p. 9-11; ID., Treinamento de líderes voluntários, p. 83-85.

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