aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente
aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente
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identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>. Essa pré-configuração, essa imagem preliminar pode se solidificar no<br />
decorrer do curso de formação, seja através <strong>da</strong> confirmação teórica, seja na reafirmação <strong>da</strong><br />
imagem a partir <strong>da</strong> atuação dos <strong>docente</strong>s do ensino superior. Tanto a pré-configuração<br />
quanto a configuração posterior se dá por relações significativas e pela constituição de <strong>uma</strong><br />
memória simbolizante. Se há <strong>uma</strong> significação, é sinal de que houve um processo de<br />
construção de identi<strong>da</strong>de.<br />
As pré-configurações, as experiências e a aprendizagem como estu<strong>da</strong>nte, seja <strong>da</strong><br />
educação básica, seja do ensino superior, vão se configurando, na pessoa do futuro<br />
<strong>docente</strong>, em imagens simbólicas constituintes de identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>. O mesmo processo<br />
acontece durante a trajetória <strong>da</strong> atuação <strong>docente</strong>, pois seja na reflexão teórica, seja na<br />
relação com outros <strong>docente</strong>s, sempre estamos criando imagens simbólicas e as<br />
simbolizando e ressimbolizando.<br />
As experiências e as aprendizagens teóricas se transformam em imagens simbólicas<br />
quando passam a ser <strong>uma</strong> referência <strong>para</strong> a atuação e a explicação do que seria a ativi<strong>da</strong>de<br />
<strong>docente</strong>, quando auxiliam a compreender melhor a si mesmo e o contexto educativo. Dessa<br />
maneira, elas estão diretamente liga<strong>da</strong>s à memória significativa, pois estão relaciona<strong>da</strong>s<br />
com os momentos expressivos que a pessoa vivencia e às situações marcantes e<br />
determinantes <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. São situações tão determinantes que podem decidir <strong>uma</strong> trajetória<br />
de vi<strong>da</strong> futura. Elas se transformam em símbolos fun<strong>da</strong>ntes de <strong>uma</strong> estruturação pessoal e<br />
profissional à medi<strong>da</strong> que mexem com a existenciali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> própria pessoa, quando tocam<br />
nas “coisas últimas” <strong>da</strong> pessoa, quando tocam na pergunta pelo sentido de ser. Os símbolos<br />
fun<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> podem tanto ser especificamente antigos professores e<br />
espaços educativos, quanto um conjunto de fatores. Neste caso, às vezes, não se consegue<br />
identificá-los com <strong>uma</strong> situação ou com um elemento concreto, mas sim com o<br />
entrecruzamento de diversos aspectos, vivências e compreensão que influenciam a<br />
construção de <strong>uma</strong> trajetória.<br />
Nessa constituição <strong>da</strong>s imagens simbólicas elabora<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong> pré-configuração,<br />
construí<strong>da</strong>s a partir do referencial de outras pessoas, é fun<strong>da</strong>mental que a pessoa<br />
desenvolva um processo de ressimbolização. Este será desencadeado com o movimento<br />
dinâmico de “abrir e fechar o baú”. O duplo movimento de abrir e fechar é um movimento<br />
dialético e simbólico de “revelar e ocultar”, que deixa transparecer, mas também protege.<br />
O movimento de abrir e fechar o baú está diretamente ligado ao sentimento de confiança<br />
ou não <strong>para</strong> com as pessoas que se aproximam do baú. Dependendo do grau de confiança e