aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente
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Nesse mesmo quadro se expressa a atitude de submissão ao pensamento alheio.<br />
Essa atitude inibe e impede <strong>uma</strong> autonomia de pensamento e de ação educativa. Essa<br />
situação não se limita a <strong>uma</strong> atitude de respeito e de admiração à <strong>práxis</strong> <strong>da</strong> outra pessoa,<br />
mas é um colocar-se n<strong>uma</strong> posição abaixo <strong>da</strong> outra pessoa. Assim, como também não é<br />
<strong>uma</strong> questão de ocupar postos ou funções hierárquicas, porque mesmo estando em alg<strong>uma</strong><br />
posição hierárquica, não consegue desempenhá-la, pois realiza <strong>uma</strong> com<strong>para</strong>ção entre si e<br />
a outra pessoa. Ou ain<strong>da</strong> a situação de ocupar alg<strong>uma</strong> função de liderança e esforçar-se<br />
<strong>para</strong> não ser reconhecido e nem ser considerado como líder. Uma pessoa com essas<br />
características vai demonstrar constantemente <strong>uma</strong> resistência às mu<strong>da</strong>nças, pois não se<br />
sente em condições intelectuais, emocionais, criativas, psicológicas e profissionais <strong>para</strong> a<br />
ressignificação e ressimbolização. O seu problema não está na resistência frente à nova<br />
proposta de trabalho e nem na relação com colegas de profissão, mas a sua dificul<strong>da</strong>de<br />
reside nela mesma. Ela impõe a si mesma um bloqueio, <strong>uma</strong> inibição.<br />
O outro lado do sentimento de inferiori<strong>da</strong>de é o de superiori<strong>da</strong>de, em que a atitude<br />
de prepotência, de supraconhecimento, transmite a imagem de <strong>uma</strong> pessoa que sabe tudo,<br />
que tem plenas condições de inovar, que sempre está bem atualiza<strong>da</strong>, que demonstra plena<br />
abertura <strong>para</strong> as novas propostas de trabalho e sempre está disposta <strong>para</strong> <strong>uma</strong> ação<br />
ressignificadora e ressimbolizadora. A atitude de superiori<strong>da</strong>de é inibidora, pois sempre<br />
projeta a imagem de alguém que está em melhores condições do que as outras pessoas e de<br />
alguém que sabe mais. Essa atitude tira espaço e voz <strong>da</strong>s outras pessoas. Enquanto a pessoa<br />
com baixa auto-estima não ocupa o seu espaço e se retrai, a pessoa com alta auto-estima<br />
tira o espaço <strong>da</strong>s outras pessoas. Quando a postura de alta auto-estima se sobressai demais,<br />
ela se torna agressiva, ofuscante, e a sua presença acaba não sendo deseja<strong>da</strong>. Dessa forma,<br />
pode-se dizer que a inferiori<strong>da</strong>de e a superiori<strong>da</strong>de, quando salientes demais, são os dois<br />
lados <strong>da</strong> mesma moe<strong>da</strong>.<br />
8.4. Elemento <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong>des com processos cognitivos<br />
Há, por outro lado, um grupo de pessoas com dificul<strong>da</strong>de de assimilar as<br />
possibili<strong>da</strong>des de mu<strong>da</strong>nças <strong>da</strong> <strong>práxis</strong> educativa, pois possuem dificul<strong>da</strong>des cognitivas.<br />
Não são pessoas com lesão cerebral ou qualquer outra limitação neurológica, e sim pessoas<br />
que não desenvolveram habili<strong>da</strong>des cognitivas durante a sua formação escolar básica. E<br />
essa habili<strong>da</strong>de também não foi desenvolvi<strong>da</strong> no período de formação <strong>docente</strong>, pois se