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aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

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CAPÍTULO VIII<br />

ANÁLISE DAS DIMENSÕES ESTRUTURAL,<br />

CONJUNTURAL E PESSOAL<br />

Na dinâmica “do poço e do morango” ouvimos, alg<strong>uma</strong>s vezes, manifestações<br />

relaciona<strong>da</strong>s às questões sociais e estruturais. Um exemplo disto é a transcrição acima <strong>da</strong><br />

declaração de <strong>uma</strong> professora. Essa mesma professora também afirmou o seguinte:<br />

José Manuel Esteve 333 , avaliando a relação entre a docência e a reali<strong>da</strong>de social e<br />

econômica, aponta que as atitudes de resistência por parte dos professores desencadeiam<br />

<strong>uma</strong> crise de identi<strong>da</strong>de, que Abraham define “como <strong>uma</strong> contradição entre o eu real (o<br />

que eles são diariamente na escola) e o eu ideal (o que eles queriam ser ou deveriam<br />

ser)” 334 . Essa crise é desencadea<strong>da</strong> por dois grupos de fatores 335 que se expressam em doze<br />

elementos de transformação nos sistemas escolares. 336 Um grupo de fatores incide sobre a<br />

ação do professor na sala de aula e o outro grupo refere-se às condições ambientais e ao<br />

contexto social no qual o professor está inserido. Sobre este fator reportam nove elementos<br />

de transformação.<br />

O primeiro elemento refere-se ao gra<strong>da</strong>tivo aumento <strong>da</strong>s exigências em relação ao<br />

<strong>docente</strong>, pois ca<strong>da</strong> vez mais o educador é obrigado a assumir responsabili<strong>da</strong>des que não<br />

competiam anteriormente à escola, e sim à família e à igreja. São responsabili<strong>da</strong>des como:<br />

facilitador de aprendizagem, auxiliador <strong>da</strong> dimensão do equilíbrio psicológico e afetivo do<br />

aluno, proporcionador <strong>da</strong> integração social e instrutor <strong>da</strong> educação sexual. À análise de<br />

333 José Manuel ESTEVE, Mu<strong>da</strong>nças sociais e função <strong>docente</strong>, p. 110.<br />

334 Apud id., ibid., p. 110.<br />

335 Id., ibid., p. 99.<br />

336 Id., ibid., p. 99-108.<br />

Conta bancária sempre no vermelho, contas de<br />

aluguel, água e luz atrasa<strong>da</strong>s, como não querer que<br />

o professor se sinta ameaçado, desmotivado,<br />

descrente? (...) Chegar a conclusão de estar<br />

sozinho, sem direitos, sem amparo legal, sendo<br />

ofendido por alunos é muito triste (...).

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