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aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

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145<br />

simbolização, após o resgate do momento fun<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> sua experiência simbólica. A auto-<br />

regulação é um desses processos de simbolização.<br />

Num dos cursos de especialização de Aconselhamento e Psicologia Pastoral 346 , em<br />

que realizamos a dinâmica “do poço e do morango”, <strong>uma</strong> <strong>da</strong>s pessoas participantes<br />

escreveu, alguns dias depois, um poema. Ela rememora a experiência simbólica, interpreta-<br />

a e a simboliza ao escrever um poema que traduz a construção interna <strong>da</strong> sua experiência.<br />

Acredito que a elaboração do poema expressa que a dinâmica foi, <strong>para</strong> ela, um momento<br />

significante. O fato de escrever o poema alguns dias após a dinâmica revela a dimensão <strong>da</strong><br />

auto-regulação ocorri<strong>da</strong> na pessoa. O valor <strong>da</strong> re<strong>da</strong>ção do processo ocorrido internamente,<br />

foi acresci<strong>da</strong> pela comunicação corporal na entrega do texto. A comunicação corporal<br />

manifesta<strong>da</strong> na expressão facial e no brilho dos olhos revelou a importância <strong>da</strong> ocasião.<br />

Além disso, podemos afirmar, na perspectiva de Ricoeur, que a elaboração do poema foi<br />

<strong>uma</strong> interpretação e <strong>uma</strong> reinterpretação <strong>da</strong> sua própria experiência. Ou seja, o estu<strong>da</strong>nte<br />

realiza <strong>uma</strong> ação <strong>hermenêutica</strong> sobre o seu si-mesmo.<br />

Foi n<strong>uma</strong> manhã serena<br />

Com brisa e canto de pássaros<br />

Que mulheres e homens<br />

Num celebrar penitencial<br />

Reuniram to<strong>da</strong>s as pedras<br />

Pedras de todos os tamanhos<br />

Com todos os formatos.<br />

O rito começou com olhares<br />

Tristes carregados de todos sentimentos.<br />

A celebração foi acontecendo<br />

Amavelmente, cheia de ternura<br />

Pedras foram caindo<br />

No poço que se tornou um abismo<br />

Lacrado com as cor<strong>da</strong>s <strong>da</strong> libertação<br />

Trancamos no poço<br />

Mas livres ficamos<br />

Sonhando com um mundo melhor<br />

A celebração provou em nós<br />

Alegria e lágrimas<br />

Que terminou com o ALELUIA<br />

E gritamos bem alto.<br />

346 O curso foi realizado em janeiro de 2003, em São Leopoldo. O poema foi escrito, dois dias após<br />

a realização <strong>da</strong> dinâmica, por Ediwaldo Lopes de Farias, que entregou pessoalmente a mim e<br />

autorizou o seu uso.

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