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aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

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45<br />

A construção <strong>da</strong> nossa identi<strong>da</strong>de como <strong>docente</strong> não se faz sem <strong>uma</strong> imagem ou um<br />

ideal pré-configurado, preestabelecido. A tarefa do educador dos cursos de formação de<br />

<strong>docente</strong> é aju<strong>da</strong>r as pessoas a perceberem as suas pré-imagens, as representações sociais e<br />

pessoais e as projeções dos outros em nós.<br />

Na sua análise, Maurice Tardiff aponta <strong>para</strong> dois fenômenos <strong>da</strong> formação<br />

continua<strong>da</strong> do <strong>docente</strong>: a) trajetória pré-profissional e b) trajetória profissional. Quanto ao<br />

primeiro fenômeno ele afirma:<br />

Os saberes adquiridos durante a trajetória pré-profissional, isto é, quando<br />

<strong>da</strong> socialização primária e, sobretudo, quando <strong>da</strong> socialização escolar,<br />

têm um peso importante na compreensão <strong>da</strong> natureza dos saberes, do<br />

saber-fazer e do saber-ser que serão mobilizados e utilizados em segui<strong>da</strong><br />

quando <strong>da</strong> socialização profissional e no próprio exercício do<br />

magistério. 47<br />

Quanto ao segundo fenômeno, ele afirma que os saberes dos professores “são<br />

temporais, pois são utilizados e se desenvolvem no âmbito de <strong>uma</strong> carreira, isto é, ao longo<br />

de um processo temporal de vi<strong>da</strong> profissional de longa duração” 48 . Nessa dimensão, é<br />

importante deixar saliente e reforça<strong>da</strong> a concepção de formação continua<strong>da</strong>. A formação<br />

do <strong>docente</strong> não está concluí<strong>da</strong> com o término do curso de graduação e nem com a<br />

conclusão de um curso de especialização. Ela é contínua e permanente. E isto implica que<br />

o <strong>docente</strong> precisa realizar permanentemente a avaliação crítica <strong>da</strong> sua <strong>práxis</strong> educativa.<br />

Esse processo reflexivo reverte também na reflexão sobre a sua própria identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>,<br />

sobre o seu sentido e significado de ser professor.<br />

Na ver<strong>da</strong>de, os professores “aprenderam a ensinar com suas experiências e<br />

mirando-se em seus próprios professores” 49 . O processo de mirar e espelhar-se não<br />

acontece somente no período <strong>da</strong> trajetória pré-profissional, mas também durante a carreira<br />

profissional. A reconfiguração <strong>da</strong> prática <strong>docente</strong> é um constante mirar e espelhar-se. Por<br />

isso, o espelho é <strong>uma</strong> <strong>da</strong>s metáforas constituintes <strong>da</strong> prática educativa e <strong>da</strong> significação <strong>da</strong><br />

identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>. O processo de espelhar-se acontece diante de ações educativas bem<br />

simples como, por exemplo, o relato entusiasmado de <strong>uma</strong> experiência bem sucedi<strong>da</strong> de<br />

<strong>uma</strong> colega de trabalho, a apresentação de um desafio cativante ou a partilha de <strong>uma</strong> leitura<br />

agradável. Ou através de ações mais complexas em que se posiciona <strong>uma</strong> retrospecção e<br />

47<br />

Maurice TARDIFF, Saberes <strong>docente</strong>s e formação profissional, p. 69.<br />

48<br />

Id., ibid., p. 70.<br />

49<br />

Selma Garrido PIMENTA, Docência no ensino superior, p. 63.

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