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aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

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profundezas 174 . A alegoria é <strong>uma</strong> figuração que toma, com freqüência, a forma h<strong>uma</strong>na, e<br />

com menos intensi<strong>da</strong>de, a forma de animais, vegetais, de um fato heróico, de um<br />

determina<strong>da</strong> situação, de <strong>uma</strong> virtude ou de um ser abstrato. Marc Girard afirma que a<br />

alegoria é um “jogo mental e literário (...) e consiste em traduzir em conteúdos semânticos<br />

concretos <strong>uma</strong> idéia abstrata, difícil de compreender ou simplesmente de exprimir” 175 .<br />

Conforme a argumentação de Sanchéz 176 , a alegoria é um instrumento de caráter<br />

pe<strong>da</strong>gógico que tem a finali<strong>da</strong>de de representar n<strong>uma</strong> figura a reali<strong>da</strong>de que não permite<br />

revelar o seu significado de outra forma. A alegoria não pode ser confundi<strong>da</strong> com um<br />

símbolo fun<strong>da</strong>nte de identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>. Ela pode, sim, ser utiliza<strong>da</strong> como um instrumento<br />

pe<strong>da</strong>gógico <strong>para</strong> aju<strong>da</strong>r a entender a identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> representa<strong>da</strong> em algum símbolo.<br />

Ela seria <strong>uma</strong> forma de representação gráfica, dramática e artística de um sentido de ser e<br />

de compreender-se a si mesmo.<br />

3.3. Metáfora – umbral do símbolo<br />

A metáfora é <strong>uma</strong> linguagem com<strong>para</strong>tiva em que se realiza <strong>uma</strong> com<strong>para</strong>ção entre<br />

dois seres ou duas situações. A metáfora procura auxiliar, por meio de <strong>uma</strong> linguagem<br />

com<strong>para</strong>tiva, a compreensão <strong>da</strong>quilo que não é plenamente identificado através de <strong>uma</strong><br />

outra imagem. Por outro lado, podemos afirmar que a metáfora é <strong>uma</strong> forma de<br />

concretização de <strong>uma</strong> linguagem abstrata, auxiliando as pessoas a terem <strong>uma</strong> melhor<br />

compreensão de determinado significado simbólico. Na compreensão de Sanchéz, a<br />

metáfora se situa no “limite <strong>da</strong> linguagem e nos deixa nos umbrais do símbolo” 177 .<br />

A metáfora não é, contudo, <strong>uma</strong> simples figura lingüística de adorno. A metáfora<br />

autêntica, a “metáfora viva”, na expressão de Paul Ricoeur, é o momento de criação de<br />

sentido, de inovação semântica que vai além <strong>da</strong>s significações estabeleci<strong>da</strong>s na base <strong>da</strong><br />

mera semelhança de figuras. A metáfora rompe o discurso lógico e abre o campo <strong>da</strong><br />

significação. Na metáfora, a imaginação desempenha um papel fun<strong>da</strong>mental, pois é o<br />

artesanato <strong>da</strong> linguagem que suscita e configura novas imagens e com elas novas<br />

significações.<br />

174 Hubertus HALBFAS, Religion für <strong>da</strong>s 3. Schuljahr, p. 7.<br />

175 Marc GIRARD, O símbolo na Bíblia, p. 42.<br />

176 Juan José SÁNCHEZ, Símbolo, p. 1298.<br />

177 Id., ibid., p. 1299.

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