aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente
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e atuação, entre bacharelado e licenciatura, entre o pensador <strong>da</strong> educação e o atuante na<br />
educação e entre a formação básica e a formação continua<strong>da</strong>.<br />
Ilma Veiga 52 avalia que a formação de <strong>docente</strong>s, na perspectiva de <strong>uma</strong> educação<br />
crítica e emancipadora, requer: a) construção e domínio dos saberes <strong>da</strong> docência; b)<br />
unici<strong>da</strong>de entre teoria e prática; c) ação coletiva que integra todo o pessoal que atua na<br />
escola bem como todos os processos que contribuem <strong>para</strong> a melhoria do trabalho<br />
pe<strong>da</strong>gógico; d) autonomia no contexto como processo coletivo e solidário de busca e<br />
construção permanente; e) explicitação <strong>da</strong> dimensão sociopolítica <strong>da</strong> educação e <strong>da</strong> escola<br />
e f) capacitação <strong>para</strong> a articulação <strong>da</strong>s condições físicas e políticas do exercício do<br />
magistério.<br />
Nessa direção, atualmente, não é mais possível conceber um curso de formação de<br />
<strong>docente</strong>s em que se pretende pre<strong>para</strong>r <strong>docente</strong>s que apren<strong>da</strong>m o instrumental técnico e<br />
saibam li<strong>da</strong>r futuramente com to<strong>da</strong>s as situações educativas diárias e estarem pre<strong>para</strong>dos<br />
<strong>para</strong> enfrentar qualquer impasse ou conflito <strong>da</strong> sua prática educativa. As mu<strong>da</strong>nças<br />
estruturais e institucionais na educação e nos processos de ensino-aprendizagem provocam<br />
constante instabili<strong>da</strong>de, insegurança e incerteza. Há as mu<strong>da</strong>nças provoca<strong>da</strong>s pelo curso<br />
normal <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e há as que surgem <strong>da</strong>s novas situações existenciais e dos novos contextos<br />
sociais e educacionais. A formação de <strong>docente</strong>s não consegue mais prever as situações<br />
futuras e <strong>da</strong>r respostas às reali<strong>da</strong>des imagina<strong>da</strong>s.<br />
A formação de <strong>docente</strong>s, assim como a de profissionais de outras áreas, precisa<br />
desenvolver mais a capaci<strong>da</strong>de reflexiva <strong>para</strong> o imprevisto do que <strong>para</strong> o previsível. Por<br />
isso, a sua formação deve enfatizar a capaci<strong>da</strong>de reflexiva consciente, problematizadora e<br />
crítica. Na análise crítica dos cursos de formação de <strong>docente</strong>s e em depoimentos de<br />
professores, podemos perceber que, na maioria dos cursos, o <strong>docente</strong> não é desafiado a<br />
construir um conhecimento autônomo, nem a criar situações-problema <strong>para</strong> análise<br />
reflexiva ou criar estratégias de ações futuras.<br />
O avanço contínuo <strong>da</strong>s ciências, afirma José Manuel Esteve 53 , e a necessi<strong>da</strong>de de<br />
integrar novos conteúdos, que dêem <strong>uma</strong> visão <strong>da</strong> totali<strong>da</strong>de e compreensão <strong>da</strong>s lutas que<br />
estão sendo trava<strong>da</strong>s pela h<strong>uma</strong>ni<strong>da</strong>de, impõem <strong>uma</strong> dinâmica de renovação permanente,<br />
em que <strong>docente</strong>s têm de aceitar mu<strong>da</strong>nças profun<strong>da</strong>s na concepção e no desempenho de<br />
52 Ilma Passos Alencastro VEIGA, Professor: tecnólogo do ensino ou agente social?, p. 83-85.<br />
53 José Manuel ESTEVE, Mu<strong>da</strong>nças sociais e função <strong>docente</strong>, p. 95s.