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aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

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161<br />

Em conformi<strong>da</strong>de com a caracterização dinâmica que Jung dá à personali<strong>da</strong>de, isso<br />

significa afirmar que as pessoas não estão enclausura<strong>da</strong>s n<strong>uma</strong> <strong>da</strong>s caracterizações<br />

tipológicas. Elas podem, conforme as circunstâncias e as condições dos processos de inter-<br />

relacionamento h<strong>uma</strong>no, expressar-se mais de <strong>uma</strong> forma ou mais de outra; <strong>da</strong>r<br />

predominância <strong>para</strong> <strong>uma</strong> ou <strong>para</strong> outra dimensão. Lúcia Magalhães 354 afirma que, por<br />

influência do objeto e <strong>da</strong> relação entre objeto e sujeito, pode haver mais predominância de<br />

<strong>uma</strong> ou de outra atitude tipológica.<br />

Carl Jung afirma que há dois tipos psicológicos e que eles são caracterizados por<br />

atitudes denomina<strong>da</strong>s de introverti<strong>da</strong> e extroverti<strong>da</strong> 355 e se distinguem conforme o seu<br />

interesse. Segundo Jung 356 , o extrovertido se caracteriza por sua constante doação e<br />

intromissão em tudo, ao passo que a tendência do introvertido é defender-se contra as<br />

solicitações externas e criar <strong>uma</strong> posição segura e fortifica<strong>da</strong> ao máximo. Segundo James<br />

Fadiman e Robert Frager:<br />

O ideal é ser flexível e capaz de adotar qualquer <strong>uma</strong> delas quando for<br />

apropriado – operar em termos de um equilíbrio entre as duas e não<br />

desenvolver <strong>uma</strong> maneira fixa de responder ao mundo. 357<br />

Jung afirma estar ciente que “nossa época e seus principais representantes só<br />

conhecem e reconhecem o tipo extrovertido de pensar” 358 . Isto se deve, em parte, ao fato<br />

de que, por via de regra, todo pensar que aparece na superfície do mundo provém<br />

diretamente do objeto ou desemboca nas idéias em geral, além do fato <strong>da</strong> pessoa<br />

extroverti<strong>da</strong> colocar-se mais em evidência e o seu agir e pensar ser mais conhecido.<br />

Nesta reflexão sobre o processo de ressignificação <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>, há o<br />

grande perigo de classificar a atitude extroverti<strong>da</strong> como o estereótipo ideal e conduzir as<br />

ações educativas de formação, tanto de <strong>docente</strong>s quanto de estu<strong>da</strong>ntes, <strong>para</strong> essa<br />

caracterização de atitude. Entretanto, anterior a esse perigo, surge também a pergunta sobre<br />

a distribuição <strong>da</strong>s tipologias entre as pessoas e se é possível escolher ou determinar que<br />

alguém seja desta ou <strong>da</strong>quela tipologia. Carl Jung responde a essas in<strong>da</strong>gações, afirmando<br />

que<br />

353<br />

Id., ibid., p. 100.<br />

354<br />

Lúcia Maria Azevedo MAGALHÃES, Teorias <strong>da</strong> personali<strong>da</strong>de em Carl Gustav Jung, p. 155.<br />

355<br />

Carl Gustav JUNG, Tipos psicológicos, § 621.<br />

356<br />

Id., ibid., § 624.<br />

357<br />

James FADIMAN, Robert FRAGER, Teorias <strong>da</strong> personali<strong>da</strong>de, p. 47.<br />

358<br />

Carl Gustav JUNG, Tipos psicológicos, § 645.

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