aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente
aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente
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será criativo, mas terá dificul<strong>da</strong>de de ouvir e acolher a opinião <strong>da</strong>s outras pessoas. Nessa<br />
dimensão, a ressimbolização <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> implica em promover um “narcisar” e<br />
um “ecoar” na própria pessoa, acentuar <strong>uma</strong> boa auto-estima sem sufocar a o pensamento e<br />
a existência <strong>da</strong> outra pessoa. Uma <strong>hermenêutica</strong> <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> que procura se<br />
compreender <strong>para</strong> compreender melhor a sua <strong>práxis</strong> pe<strong>da</strong>gógica e sua identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> é<br />
<strong>uma</strong> ação educativa que visa a aprender o momento propício de “narcisar” e de “ecoar”.<br />
Acredito na importância de saber equacionar a presença concomitante de Narciso e de Eco.<br />
O melhor meio de encontrar e de aprender esse equacionamento é através <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de<br />
pe<strong>da</strong>gógica, <strong>da</strong> relação dialética entre ipsei<strong>da</strong>de e alteri<strong>da</strong>de, em que as pessoas conseguem<br />
dizer e ressimbolizar mutuamente. Nesta reflexão <strong>hermenêutica</strong> sobre os mitos de Narciso<br />
e Eco e a sua relação com a <strong>práxis</strong> pe<strong>da</strong>gógica, considero importante a reciproci<strong>da</strong>de e a<br />
interdependência na relação entre Narciso e Eco.<br />
A <strong>hermenêutica</strong> procura interpretar como ca<strong>da</strong> <strong>uma</strong> <strong>da</strong>s expressões simbólicas e<br />
míticas revela e oculta, num movimento dinâmico e dialético, a própria identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>,<br />
como os símbolos fun<strong>da</strong>ntes e estruturantes <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de se manifestam na <strong>práxis</strong><br />
pe<strong>da</strong>gógica e na relação interpessoal e intrapessoal, e como através <strong>da</strong> autocompreensão se<br />
proporciona <strong>uma</strong> ressimbolização e ressignificação de seus próprios símbolos e mitos. Na<br />
ação reflexiva sobre os símbolos e mitos estruturantes <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>, é possível<br />
desencadear <strong>uma</strong> compreensão <strong>da</strong> própria trajetória pessoal e profissional. Essa ação<br />
<strong>hermenêutica</strong> não tem a intenção de ser meramente <strong>uma</strong> retrospecção fenomenológica que<br />
procura resgatar o sentido e a origem <strong>da</strong> trajetória pessoal, mas de <strong>da</strong>r consistência e<br />
sentido à ação presente visando a <strong>uma</strong> qualificação futura.<br />
A narrativa <strong>da</strong> trajetória pessoal e profissional é outro elemento fun<strong>da</strong>mental <strong>para</strong> a<br />
compreensão desta <strong>hermenêutica</strong> <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>. Através <strong>da</strong> narrativa, a pessoa do<br />
<strong>docente</strong> não descreve simplesmente os fatos, as experiências e concepções, mas<br />
principalmente interpreta a sua própria história de vi<strong>da</strong>. Na narrativa, a pessoa revela o que<br />
considera realmente significativo, o que lhe traz lembranças agradáveis tanto quanto<br />
desagradáveis. Na narrativa são revela<strong>da</strong>s as memórias significativas carrega<strong>da</strong>s de<br />
significações. Nelas lemos e ouvimos palavras “grávi<strong>da</strong>s de mundo”, “prenhes” de sentido.<br />
O relato <strong>da</strong>s questões significativas já é, por si só, um ato de interpretação, <strong>uma</strong><br />
ação <strong>hermenêutica</strong>, pois ao narrar a pessoa seleciona situações, organiza o pensamento e dá<br />
a sua versão do fato. Significa que o <strong>docente</strong>, ao narrar a sua própria história, já desenvolve<br />
<strong>uma</strong> interpretação e compreensão de si mesmo. Entretanto, nesta investigação apresentei a