12.04.2013 Views

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

291<br />

será criativo, mas terá dificul<strong>da</strong>de de ouvir e acolher a opinião <strong>da</strong>s outras pessoas. Nessa<br />

dimensão, a ressimbolização <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> implica em promover um “narcisar” e<br />

um “ecoar” na própria pessoa, acentuar <strong>uma</strong> boa auto-estima sem sufocar a o pensamento e<br />

a existência <strong>da</strong> outra pessoa. Uma <strong>hermenêutica</strong> <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> que procura se<br />

compreender <strong>para</strong> compreender melhor a sua <strong>práxis</strong> pe<strong>da</strong>gógica e sua identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> é<br />

<strong>uma</strong> ação educativa que visa a aprender o momento propício de “narcisar” e de “ecoar”.<br />

Acredito na importância de saber equacionar a presença concomitante de Narciso e de Eco.<br />

O melhor meio de encontrar e de aprender esse equacionamento é através <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de<br />

pe<strong>da</strong>gógica, <strong>da</strong> relação dialética entre ipsei<strong>da</strong>de e alteri<strong>da</strong>de, em que as pessoas conseguem<br />

dizer e ressimbolizar mutuamente. Nesta reflexão <strong>hermenêutica</strong> sobre os mitos de Narciso<br />

e Eco e a sua relação com a <strong>práxis</strong> pe<strong>da</strong>gógica, considero importante a reciproci<strong>da</strong>de e a<br />

interdependência na relação entre Narciso e Eco.<br />

A <strong>hermenêutica</strong> procura interpretar como ca<strong>da</strong> <strong>uma</strong> <strong>da</strong>s expressões simbólicas e<br />

míticas revela e oculta, num movimento dinâmico e dialético, a própria identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>,<br />

como os símbolos fun<strong>da</strong>ntes e estruturantes <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de se manifestam na <strong>práxis</strong><br />

pe<strong>da</strong>gógica e na relação interpessoal e intrapessoal, e como através <strong>da</strong> autocompreensão se<br />

proporciona <strong>uma</strong> ressimbolização e ressignificação de seus próprios símbolos e mitos. Na<br />

ação reflexiva sobre os símbolos e mitos estruturantes <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>, é possível<br />

desencadear <strong>uma</strong> compreensão <strong>da</strong> própria trajetória pessoal e profissional. Essa ação<br />

<strong>hermenêutica</strong> não tem a intenção de ser meramente <strong>uma</strong> retrospecção fenomenológica que<br />

procura resgatar o sentido e a origem <strong>da</strong> trajetória pessoal, mas de <strong>da</strong>r consistência e<br />

sentido à ação presente visando a <strong>uma</strong> qualificação futura.<br />

A narrativa <strong>da</strong> trajetória pessoal e profissional é outro elemento fun<strong>da</strong>mental <strong>para</strong> a<br />

compreensão desta <strong>hermenêutica</strong> <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>. Através <strong>da</strong> narrativa, a pessoa do<br />

<strong>docente</strong> não descreve simplesmente os fatos, as experiências e concepções, mas<br />

principalmente interpreta a sua própria história de vi<strong>da</strong>. Na narrativa, a pessoa revela o que<br />

considera realmente significativo, o que lhe traz lembranças agradáveis tanto quanto<br />

desagradáveis. Na narrativa são revela<strong>da</strong>s as memórias significativas carrega<strong>da</strong>s de<br />

significações. Nelas lemos e ouvimos palavras “grávi<strong>da</strong>s de mundo”, “prenhes” de sentido.<br />

O relato <strong>da</strong>s questões significativas já é, por si só, um ato de interpretação, <strong>uma</strong><br />

ação <strong>hermenêutica</strong>, pois ao narrar a pessoa seleciona situações, organiza o pensamento e dá<br />

a sua versão do fato. Significa que o <strong>docente</strong>, ao narrar a sua própria história, já desenvolve<br />

<strong>uma</strong> interpretação e compreensão de si mesmo. Entretanto, nesta investigação apresentei a

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!