12.04.2013 Views

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

81<br />

CAPÍTULO III<br />

COMPREENSÃO DE SÍMBOLOS<br />

Neste terceiro capítulo, pretendemos compreender a diferença entre símbolos,<br />

signos, metáforas e alegorias, bem como a questão etimológica do tema. Esta análise<br />

aju<strong>da</strong>rá a situar a temática no sentido de delimitar a reflexão.<br />

3.1. Signos e símbolos<br />

Juan Sanchéz 165 argumenta que as posturas extremas na determinação dos símbolos<br />

são, de um lado, a retórica clássica e a razão instrumental-positivista atual que reduz o<br />

símbolo ao nível de sinal e, de outro lado, o romantismo e as formas atuais de esoterismo e<br />

irracionalismo que exaltam o símbolo em desconsideração a to<strong>da</strong> e qualquer reflexão. Por<br />

sua vez, o teólogo Paul Tillich alerta, de forma incisiva, <strong>para</strong> não se confundir sinal e<br />

símbolo. 166 Para ele, o sinal não tem necessariamente relação com aquilo que representa e<br />

pode ser mu<strong>da</strong>do arbitrariamente de acordo com as conveniências. Uma terceira distinção<br />

aponta<strong>da</strong> por Tillich destaca que o sinal pode ser criado por algum indivíduo, grupo de<br />

pessoas ou instituição. O símbolo, por sua vez, nasce e morre na correlação entre aquilo<br />

que é simbolizado e as pessoas que o recebem como um símbolo.<br />

O teólogo Marc Girard afirma que o sinal é “indício e critério <strong>para</strong> perceber e<br />

identificar <strong>uma</strong> outra coisa”. O signo é “contíguo à esfera semântica do sinal, mas<br />

contrariamente a este, é somente indício e não critério” 167 . Para Girard, o sinal liga duas<br />

reali<strong>da</strong>des do mesmo nível, que são objetos de observação e de experiência direta. Estas<br />

duas reali<strong>da</strong>des são perceptíveis pelos sentidos externos. O símbolo, por sua vez, une <strong>uma</strong><br />

reali<strong>da</strong>de observável e o sentido, o significado que ele representa. Na sua opinião, o “sinal<br />

se caracteriza por <strong>uma</strong> alteri<strong>da</strong>de de coisas, ao passo que o símbolo se caracteriza por <strong>uma</strong><br />

alteri<strong>da</strong>de de níveis de ser” 168 .<br />

Jean Chevalier 169 argumenta que ocorre com muita freqüência <strong>uma</strong> confusão entre<br />

imagem simbólica e outras formas. Sanchéz afirma que signo é um “modo de<br />

165<br />

Juan José SÁNCHEZ, Símbolo, p. 1297.<br />

166<br />

Paul TILLICH, Teologia sistemática, p. 202; ID., Dinâmica <strong>da</strong> fé, p. 31.<br />

167<br />

Marc GIRARD, Os símbolos na Bíblia, p. 44.<br />

168<br />

Id., ibid., p. 47.<br />

169<br />

Jean CHEVALIER, Introdução, p. XVI.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!