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aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

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MOVIMENTO III<br />

DESVELAR OS PROCESSOS E INTERPRETAR<br />

AS MANIFESTAÇÕES<br />

Procuro desenvolver, neste trabalho, <strong>uma</strong> compreensão <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> <strong>práxis</strong><br />

<strong>docente</strong>, tendo como referencial a <strong>hermenêutica</strong>. Baseio-me especialmente na filosofia<br />

<strong>hermenêutica</strong> de Paul Ricoeur e nas contribuições de Paul Tillich e Carl Gustav Jung.<br />

Procuro construir permanentemente um diálogo entre estes três pensadores visando a <strong>uma</strong><br />

interpretação mais abrangente <strong>da</strong> própria identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>. Para isso, procurei, no<br />

primeiro movimento, compreender a reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> formação <strong>docente</strong> e, no segundo,<br />

apresentei os referenciais epistemológicos desta pesquisa.<br />

Neste terceiro movimento, procuro interpretar as manifestações de resistência <strong>da</strong>s<br />

pessoas e analisar a relação com a construção <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>. Compreendo a<br />

resistência como <strong>uma</strong> ação interativa crítica, em que as pessoas manifestam as reações, os<br />

sentimentos e as desconstruções que elas operam em si mesmas ou que são opera<strong>da</strong>s nelas<br />

através dos processos de ressimbolização e ressignificação. Não vejo as manifestações de<br />

resistência como <strong>uma</strong> oposição, mas como um processo <strong>da</strong> autocompreensão mediado por<br />

signos, símbolos e textos. Compreendo essa resistência como a própria manifestação<br />

dialética <strong>da</strong> mesmi<strong>da</strong>de, ipsei<strong>da</strong>de e alteri<strong>da</strong>de. Ela é o próprio movimento dinâmico e<br />

dialético <strong>da</strong> conservação, manutenção e mu<strong>da</strong>nça, transformação. Portanto, não vejo a<br />

resistência como <strong>uma</strong> dimensão de oposição e nem de negação.<br />

Compreendo que esse movimento dinâmico e dialético é representado por símbolos<br />

e mitos fun<strong>da</strong>ntes que necessitam de interpretação. As manifestações não são simples<br />

relatos ou descrições de sentimentos, mas são textos carregados de sentido, de significação<br />

e de simbolização. Nesse sentido, apresento neste movimento, no oitavo capítulo, <strong>uma</strong><br />

interpretação <strong>da</strong>s manifestações de resistência apresenta<strong>da</strong>s em diversos cursos de<br />

formação continua<strong>da</strong>.<br />

Nesta parte do trabalho fica evidencia<strong>da</strong> a compreensão de movimento. As<br />

manifestações de resistência foram compartilha<strong>da</strong>s entre as pessoas do mesmo curso e com<br />

pessoas que participavam de outros cursos de formação continua<strong>da</strong>. Dessa forma, criou-se<br />

um movimento de comunicação <strong>da</strong> produção de um grupo <strong>para</strong> outro e as pessoas<br />

aprofun<strong>da</strong>vam a reflexão com suas manifestações. O meu papel não era de simples<br />

mediador <strong>da</strong>s dinâmicas de reflexão e articulador do pensamento <strong>da</strong>s pessoas, mas

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