12.04.2013 Views

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

181<br />

que dá as condições <strong>para</strong> a coragem de ser, que “está enraiza<strong>da</strong> no Deus que aparece<br />

quando Deus desapareceu na ansie<strong>da</strong>de <strong>da</strong> dúvi<strong>da</strong>” 413 .<br />

Paul Tillich afirma que<br />

aceitar o poder de aceitação conscientemente é a resposta religiosa <strong>da</strong> fé<br />

absoluta, de <strong>uma</strong> fé que tinha sido priva<strong>da</strong>, pela dúvi<strong>da</strong>, de qualquer<br />

conteúdo concreto, que apesar disso é a fé e a fonte <strong>da</strong> mais <strong>para</strong>doxal<br />

manifestação <strong>da</strong> coragem de ser. 414<br />

Paul Tillich afirma ain<strong>da</strong> que<br />

a fé não é <strong>uma</strong> afirmação teórica, de algo incerto; é a aceitação<br />

existencial de algo que transcende a existência ordinária. A fé não é <strong>uma</strong><br />

opinião, mas um estado. É o estado de ser apoderado pela potência de ser<br />

que transcende tudo que é, e <strong>da</strong> qual tudo que é participa. Aquele que é<br />

apoderado por esta potência é capaz de afirmar-se porque sabe que está<br />

afirmado pela potência do ser-em-si. 415<br />

Isto significa ser apoderado por e <strong>para</strong> <strong>uma</strong> potencialização <strong>da</strong> coragem de ser que<br />

se viabiliza na aceitação de si, promovendo o fortalecimento <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>.<br />

Significa a dignificação do ser apesar de to<strong>da</strong>s as evidências em contrário. A<br />

potencialização <strong>da</strong> ressignificação e ressimbolização <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> integra<br />

necessariamente a aceitação <strong>da</strong> aceitação promovi<strong>da</strong> por Deus. Conseqüentemente não se<br />

reduz a um ato pessoal nem a um desejo individual, pois ao aceitar a aceitação a pessoa<br />

está também se integrando a <strong>uma</strong> ação que transcende a sua própria reali<strong>da</strong>de e<br />

existenciali<strong>da</strong>de individual. A pessoa passa a ser integra<strong>da</strong> na existenciali<strong>da</strong>de h<strong>uma</strong>na. Os<br />

erros e fracassos h<strong>uma</strong>nos não rompem e nem diminuem a força <strong>da</strong> potenciali<strong>da</strong>de<br />

operacionaliza<strong>da</strong> na aceitação promovi<strong>da</strong> por Deus. Ao contrário, essa aceitação fica ain<strong>da</strong><br />

mais evidencia<strong>da</strong> na fragili<strong>da</strong>de e na culpabili<strong>da</strong>de do ser h<strong>uma</strong>no. Portanto, a reflexão<br />

sobre a <strong>hermenêutica</strong> <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> integra fun<strong>da</strong>mentalmente também a aceitação<br />

<strong>da</strong> aceitação do ser-em-si e <strong>da</strong> transcendentali<strong>da</strong>de do ser h<strong>uma</strong>no.<br />

No decorrer desta pesquisa, temos verificado que a ressignificação e<br />

ressimbolização <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de se opera de forma expressiva através de dinâmicas que<br />

envolvem símbolos e mitos existenciais. Por isso, no próximo capítulo, aprofun<strong>da</strong>remos a<br />

compreensão <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>, refletindo sobre a dimensão simbólica.<br />

413 Id., ibid., p. 146.<br />

414 Id., ibid., p. 137.<br />

415 Id., ibid., p. 134.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!