12.04.2013 Views

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

218<br />

CAPÍTULO XII<br />

AS DINÂMICAS E A (RE) CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE<br />

DOCENTE<br />

As diferentes dinâmicas utiliza<strong>da</strong>s nas ativi<strong>da</strong>des de formação continua<strong>da</strong> visavam<br />

à reflexão sobre a identi<strong>da</strong>de e a <strong>práxis</strong> <strong>docente</strong>. Por isso, elas tinham a intenção de<br />

proporcionar às pessoas <strong>docente</strong>s a reflexão sobre si mesmas <strong>para</strong> compreender-se melhor.<br />

Nesta nossa reflexão, queremos apresentar a interpretação que se foi constituindo à medi<strong>da</strong><br />

que as dinâmicas iam sendo realiza<strong>da</strong>s e repeti<strong>da</strong>s.<br />

12.1. Identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> – abertura <strong>para</strong> novos olhares<br />

Caminhamos na direção <strong>da</strong> análise de que a reflexão sobre a identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong><br />

pode estar permea<strong>da</strong> de um caráter de subjetivi<strong>da</strong>de. Além disso, acreditamos que a<br />

reconstrução narrativa <strong>da</strong> trajetória pessoal não pode se limitar à narração, mas que ela<br />

precisa ser interpreta<strong>da</strong>. A narração não é <strong>uma</strong> mera descrição de fatos, acontecimentos ou<br />

situações, mas é <strong>uma</strong> narração interpretativa, porque, ao narrar, a pessoa organiza e<br />

reorganiza a sua experiência pessoal. A pessoa narradora seleciona detalhes excluindo ou<br />

incluindo aspectos considerados mais ou menos importantes e esse processo já implica, por<br />

si só, n<strong>uma</strong> ativi<strong>da</strong>de de reinterpretação. O processo de seleção é <strong>uma</strong> ativi<strong>da</strong>de<br />

interpretativa que, contudo, nem sempre tem critérios claros e opera tanto com o<br />

consciente quanto com o inconsciente. Na análise junguiana, entende-se que o inconsciente<br />

libera <strong>para</strong> o consciente o que está em condições de ser narrado, de ser ressignificado e<br />

ressimbolizado, possibilitando, assim, a dinamização <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>. Nessa relação<br />

dialética entre o consciente e o inconsciente ocorre <strong>uma</strong> auto-regulação do self.<br />

O processo de ressignificação pode ser desencadeado através de dinâmicas de<br />

simbolização e de ressimbolização, em que se utilizam narrativas simbólicas, míticas e<br />

oníricas, figuras simbólicas, relatos de poesias, expressão de artes como desenho, pintura,<br />

foto e corporali<strong>da</strong>de dramática, entre outras. As dinâmicas devem estar permea<strong>da</strong>s de<br />

narração e reflexão interpretativa crítica tanto individual quanto comunitária. Para tanto,<br />

deve-se também respeitar e reconhecer as diferentes redes de conexões nas relações inter e

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!