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aportes para uma hermenêutica da identidade e da práxis docente

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intrapessoais <strong>da</strong>s pessoas que integram as dinâmicas de simbolização e perceber que nem<br />

todos os momentos e vivências são oportunas <strong>para</strong> <strong>uma</strong> ressimbolização.<br />

O teólogo Paul Tillich afirma que os símbolos “não podem ser inventados. Eles<br />

surgem e desaparecem como seres vivos” 479 . Nesta mesma direção, Tillich afirma que os<br />

símbolos “provêm do inconsciente individual ou coletivo e só tomam vi<strong>da</strong> ao se radicarem<br />

no inconsciente do nosso próprio ser” 480 . Considerando e analisando estas afirmações de<br />

Tillich, podemos dizer que, <strong>da</strong> mesma forma, a ressimbolização não se dá por <strong>uma</strong> decisão<br />

externa e nem pode ser imposta de fora e nem sempre ocorre quando <strong>uma</strong> pessoa<br />

proponente a realiza. Ela se dá quando o integrante ou grupo está em condições de<br />

vivenciá-la exterior e interiormente. Ou seja, quando há <strong>uma</strong> predisposição e quando a<br />

pessoa já está inseri<strong>da</strong> num processo pessoal e grupal de narrativa <strong>da</strong> trajetória <strong>docente</strong>. A<br />

ressimbolização se dá quando os símbolos e os mitos “tomam vi<strong>da</strong>” e quando “revelam<br />

profundezas ocultas do nosso próprio ser”.<br />

Paul Tillich afirma que<br />

aquilo que toca o homem incondicionalmente precisa ser expresso por<br />

meio de símbolos, porque apenas a linguagem simbólica consegue<br />

expressar o incondicional. 481<br />

A reflexão sobre a identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> vai implicar em desenvolver <strong>uma</strong> análise<br />

sobre símbolos e mitos que tocam as “profundezas <strong>da</strong> alma h<strong>uma</strong>na”, que tocam<br />

incondicionalmente a existência h<strong>uma</strong>na. A linguagem simbólica é <strong>uma</strong> <strong>da</strong>s formas<br />

expressivas <strong>para</strong> manifestar o que move a existência e que dá sentido à <strong>práxis</strong> educativa e<br />

fun<strong>da</strong>menta a identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong>. Dessa forma, podemos afirmar que a <strong>hermenêutica</strong> <strong>da</strong><br />

identi<strong>da</strong>de <strong>docente</strong> envolve a reflexão sobre os símbolos e mitos fun<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de<br />

<strong>docente</strong>.<br />

Ao desenvolver a reflexão sobre a dimensão simbólica na formação de professores,<br />

a educadora Ecleide Furlanetto aponta <strong>para</strong> a “construção do self grupal” que se constitui<br />

no processo comunitário de construção de identi<strong>da</strong>de. Ecleide Furlanetto se apropria do<br />

conceito junguiano de self que representa a totali<strong>da</strong>de do ser e que integra tanto a<br />

expressão do consciente quanto do inconsciente. Enquanto Jung utiliza o conceito de self<br />

mais <strong>para</strong> dimensão individual, Furlanetto amplia o conceito <strong>para</strong> <strong>uma</strong> dimensão inter-<br />

479 Paul TILLICH, Dinâmica <strong>da</strong> fé, p. 32.<br />

480 Id., ibid., p. 31.<br />

481 Id., ibid., p. 30.

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