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REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

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<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> <strong>da</strong> União<br />

Deve-se ter em mente, nessa nova concepção <strong>de</strong> Estado e <strong>de</strong> controle, que o<br />

objetivo maior a ser buscado é a prestação eficiente <strong>de</strong> serviços públicos, cabendo<br />

ao <strong>Tribunal</strong> contribuir para o atingimento <strong>de</strong>sse nível <strong>de</strong> excelência.<br />

Em face <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s essas consi<strong>de</strong>rações, cabe <strong>de</strong>limitar o alcance dos princípios <strong>da</strong><br />

legali<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> economici<strong>da</strong><strong>de</strong>, óticas sob as quais o TCU tem o <strong>de</strong>ver<br />

<strong>de</strong> controle sobre as agências reguladoras.<br />

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE<br />

No que toca à Administração Pública, o princípio <strong>da</strong> legali<strong>da</strong><strong>de</strong> significa que<br />

só se po<strong>de</strong> fazer aquilo que a lei autoriza ou <strong>de</strong>termina. Em função disso, o princípio<br />

<strong>da</strong> legali<strong>da</strong><strong>de</strong> é, por excelência, o principal fator restritivo <strong>da</strong> discricionarie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

administração pública, inclusive por parte <strong>da</strong>s agências reguladoras. Como acentua<br />

Moraes (2002b, p. 781),<br />

o tradicional princípio <strong>da</strong> legali<strong>da</strong><strong>de</strong> implica que o administrador público<br />

somente po<strong>de</strong> fazer o que está expressamente autorizado em lei e nas <strong>de</strong>mais<br />

espécies normativas, não havendo incidência <strong>de</strong> sua vonta<strong>de</strong> subjetiva, <strong>da</strong>do<br />

que na administração pública somente é permitido fazer o que a lei autoriza.<br />

[Nessa linha, salienta o autor:] Esse princípio coaduna-se com a própria função<br />

administrativa, <strong>de</strong> executor do direito, que atua sem finali<strong>da</strong><strong>de</strong> própria, mas em<br />

respeito à finali<strong>da</strong><strong>de</strong> imposta pela lei, e com a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> preservar-se a<br />

or<strong>de</strong>m jurídica.<br />

126<br />

A propósito do tema, o princípio <strong>da</strong> legali<strong>da</strong><strong>de</strong>, segundo Pazzaglini Filho (2000, p.<br />

50), “<strong>de</strong>termina a sujeição do agente à norma jurídica, ao regramento normativo geral<br />

e aos <strong>de</strong>mais princípios constitucionais (somente po<strong>de</strong> atuar em conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o<br />

Direito)”.<br />

PRINCÍPIO DA LEGITIMIDADE<br />

O controle sob a ótica <strong>da</strong> legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong>, consoante entendimento <strong>de</strong> Nagel (1997,<br />

p. 32), significa:<br />

não apenas a conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> do ato às prescrições legais, mas também o<br />

atendimento aos princípios e fins <strong>da</strong> norma jurídica e, em tese, <strong>da</strong> morali<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

<strong>da</strong> finali<strong>da</strong><strong>de</strong> pública, ou seja, a <strong>de</strong>spesa pública para ser legítima precisa estar<br />

direciona<strong>da</strong> no sentido <strong>da</strong> concretização do bem comum.<br />

A Administração Pública está vincula<strong>da</strong> à legali<strong>da</strong><strong>de</strong>, “que na<strong>da</strong> mais é que uma<br />

legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> positiva<strong>da</strong>”, “o interesse público legislado”, e à legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong>, “o interesse<br />

público não legislado”, “naquilo que não foi ou não pô<strong>de</strong> ser positivado”, sendo a<br />

legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> “a conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> do agir do Estado ao interesse público recolhido pelos<br />

instrumentos juspolíticos <strong>da</strong> <strong>de</strong>mocracia” (MOREIRA NETO, 1991, p. 15, 17 e 21).<br />

Nesse sentir, Moreira Neto (1991, p. 7-8) <strong>de</strong>staca que a captação política dos<br />

interesses <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>fine a legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong>, que é muito mais ampla do que a legali<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

tendo em vista a impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> a lei <strong>de</strong>finir, exaustivamente, to<strong>da</strong>s as hipóteses <strong>de</strong><br />

interesse público.

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